Polin por amor

confissão

Colin passou toda a madrugada em claro. Sua mente vagava incessantemente, voltando ao beijo que compartilhara com Penelope no jardim. Aquela lembrança o deixava sem rumo, consumido por um turbilhão de sentimentos que ele mal conseguia compreender, muito menos controlar. Ele pensou em retornar ao jardim de Penelope, mas hesitou. Como poderia enfrentar tudo aquilo novamente, especialmente depois daquele beijo que desarmara completamente sua alma?!

Colin tinha de admitir que estava em conflito interno. Ele estava delirando de paixão, uma paixão avassaladora que desorientava sua razão e roubava-lhe o sono. Por anos, ele havia viajado e se aventurado pelo mundo, buscando emoções e descobertas. Mas jamais imaginara que sua maior aventura seria descobrir-se apaixonado por Penelope.

Penelope, que sempre estivera ao seu lado como uma amiga leal, uma presença constante ao lado de sua irmã, Eloise. Penelope, invisível para a sociedade, mas agora, tão visível e essencial para ele.

Refletindo, Colin se sentiu um tolo. Ele sempre fora privilegiado, um Bridgerton popular e abastado. Nunca havia considerado verdadeiramente o lugar de Penelope no mundo – sozinha, frequentemente à margem dos bailes e eventos. Ele imaginava agora como ela deveria se sentir, talvez, deprimida em seu quarto, escondida das vistas da alta sociedade.

E ele, egoísta, queixando-se de sua própria vida quando sempre tivera tudo: uma família amorosa, mesmo com a perda precoce de seu pai, e o privilégio de viajar pelo mundo.
Penelope estava destinada, pensava Colin, a viver à sombra dos grandes salões de Londres.

E essa realidade o destruía mais do que ele ousava admitir. Agora, Penelope estava sendo cortejada por Lord Debling, um cavalheiro evidentemente interessado nela. Colin sabia que precisava falar com Penelope, precisava se declarar antes que ela pudesse desenvolver sentimentos por outro.

Colin não permitiria que Penelope beijasse outro homem. Ele havia sido o primeiro a beijá-la, e seria o último. A única certeza que Colin tinha naquele momento era que, embora Penelope não tivesse sido sua primeira mulher, ela seria sua última. A única que ele desejava ao seu lado até o fim de seus dias.

Depois de alguns dias, chegara o temido e angustiante baile na casa de Cressida Cowper. Enquanto se preparava em seu quarto, Penelope não conseguia afastar o sentimento de relutância. A ideia de comparecer à casa de sua rival de longa data era avassaladora. Cressida sempre fora uma presença maliciosa, rindo e menosprezando Penelope a cada oportunidade. E agora, sua única aliada, Eloise, estava estranhamente amigável com Cressida, o que partia ainda mais o coração de Penelope.

Mesmo assim, Penelope decidiu tentar. Lord Debling representava sua única saída de uma vida fadada a cuidar da velhice de sua mãe. Ela pensava em Colin todos os dias, lembrando do beijo no jardim. Seu coração acelerava com as emoções e o amor que sentia por ele. Tentou, em vão, esquecê-lo. Por mais que se esforçasse, não conseguia afastar a lembrança de Colin e seu abraço quente e protetor.

Ela se via nos braços de Colin, envolvida em um beijo apaixonado, como nos romances que costumava ler escondida de sua mãe. Mas já era hora de seguir em frente, mesmo que fosse com Lord Debling. Ao admirar seu lindo vestido no espelho, Penelope chegou à conclusão amarga de que estava condenada a passar o resto de seus dias amando Colin Bridgerton, mesmo que fosse casada com outro.

Portia Featherington entrou no quarto, com um sorriso satisfeito no rosto.

Portia - Está linda, querida – disse ela, observando Penelope de cima a baixo. – Devo admitir que esses novos vestidos lhe caíram muito bem.

Penelope respondeu com um sorriso gentil e modesto.

Penélope – Obrigada, mamãe. A senhora está igualmente deslumbrante esta noite. – Nos últimos dias, Portia havia tratado Penelope com mais carinho e atenção, claramente encantada com o cortejo de Lord Debling.