pânico

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Penélope observava Cressida com atenção e receio, jamais imaginando que se encontraria em uma situação como aquela, especialmente sob o controle de sua mais antiga e implacável inimiga. Os pulsos de Penélope latejavam dolorosamente, a corda grossa e áspera impedindo a circulação adequada do sangue, causando-lhe desconforto e temor.

Sentada à sua frente, Cressida exibia um sorriso malicioso, ocasionalmente desviando o olhar para a janela, como se verificasse se a velha carruagem não estava sendo seguida. Após incontáveis horas atravessando a floresta escura e tenebrosa, a carruagem finalmente parou com um solavanco abrupto, fazendo Penélope perder o equilíbrio e cair de joelhos.

Cressida — Espero que tenha se machucado, Pen... — disse Cressida, com um tom sarcástico. — Agora, vamos, tenho certeza de que vai apreciar sua nova morada. — E, com isso, abriu a porta da carruagem e saiu, ordenando aos dois homens que retirassem Penélope de dentro.

Os dois homens agarraram os braços da ruiva com brutalidade, arrastando-a em direção a uma casa velha e sombria, completamente abandonada. Cressida seguia adiante, guiando o caminho com um ar de triunfo, sabendo que Penélope, amedrontada, estava logo atrás.

Depois de alguns minutos de caminhada, eles adentraram a velha casa. O lugar exalava um ar de abandono, tudo ali estava sujo, coberto por uma camada espessa de pó, e os móveis, mofados, denunciavam anos de negligência. A casa era fria e envolta em escuridão, um reflexo do coração cruel de sua captora.

Cressida — E então, Penélope... — Cressida parou diante de sua rival, o olhar cheio de desdém.

penelope — Cressida, por favor, vamos embora. Que lugar é este? — Penélope, visivelmente aterrorizada, implorou, seus olhos verdes suplicando por misericórdia.

cressida — Ir embora? Não, minha querida... — Cressida sorriu de maneira perversa. — Sabe o que farei? Ganharei uma fortuna às custas dos Bridgertons. Quanto você acha que seu querido noivo pagará pelo seu resgate?

Penélope sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de Cressida. Ela tentou manter a calma, mas o medo era palpável em sua voz ao perguntar:

Penelope — O que... o que pretende fazer, Cressida?

Cressida riu, uma risada amarga e fria, enquanto caminhava lentamente ao redor de Penélope, como um predador cercando sua presa.

Cressida — Oh, querida Penélope, é tudo muito simples, na verdade. — Ela parou de andar, inclinando-se ligeiramente para se aproximar do rosto de Penélope, suas palavras saindo em um sussurro cheio de malícia. — Vou deixá-la aqui, neste lugar imundo e esquecido por todos, até que os Bridgertons percebam que você desapareceu. Então, enviarei uma carta delicadamente escrita, informando-os sobre seu sequestro.

Penélope arregalou os olhos, o terror começando a tomar conta de sua mente. Mas Cressida continuou, sem piedade.

Cressida — Pedirei uma quantia generosa pelo seu resgate, claro. Afinal, uma Bridgerton... ou quase uma, vale uma pequena fortuna. Mas, é claro, não farei isso de imediato. Primeiro, farei questão de me aproximar deles, oferecendo-me como uma amiga leal, alguém disposta a ajudar na busca pela pobre e desaparecida Penélope.

Cressida sorriu novamente, um sorriso que não alcançava seus olhos.

Cressida — Ah, quão doce será a ironia... — disse ela, quase se deleitando com a própria crueldade. — Eles confiarão em mim, acreditarão que sou sua aliada. E então, quando o momento for certo, farei a oferta. Eles não terão escolha senão aceitar. Afinal, quem não pagaria para salvar a doce Penélope Featherington?

Penélope sentiu seu coração apertar no peito. Sabia que Cressida era capaz de crueldades, mas isso... isso era muito mais do que ela poderia ter imaginado.

Penélope — Você... você jamais sairá impune, Cressida. Os Bridgertons são inteligentes, eles descobrirão a verdade.

Cressida — Ah, minha querida, você subestima o poder de uma boa atuação. — Cressida ergueu uma sobrancelha, confiante. — Eles não saberão de nada até que seja tarde demais. E quando finalmente descobrirem... eu já estarei longe, com meu prêmio em mãos. Agora, Penélope, sugiro que se acomode, pois ficará aqui por um bom tempo.

Cressida se virou, ordenando aos homens que prendessem Penélope em um dos quartos do andar superior. Antes de sair, ela lançou um último olhar a Penélope, um olhar que era uma mistura de desprezo e triunfo.

cressida — Descanse bem, minha querida. Você vai precisar de toda a sua força para o que está por vir.

Os dois capangas levaram Penélope escada acima, sua resistência inútil diante da força bruta deles. Cressida os seguiu até o andar superior, observando enquanto a jovem era jogada em um pequeno quarto, as janelas fechadas com tábuas, o ar impregnado com o cheiro de mofo e decadência. Um dos homens prendeu Penélope a uma cadeira com cordas, deixando-a incapaz de se mover.

Quando finalmente saíram do quarto, um dos capangas, um homem corpulento de expressão carrancuda, se voltou para Cressida, sua voz rude quebrando o silêncio tenso:

capanga — E quanto tempo vamos ter que ficar aqui, senhorita?

Cressida lançou-lhe um olhar frio e desdenhoso, sua voz gotejando arrogância:

Cressida — O tempo que for necessário, seu imbecil. Vocês estão sendo pagos para seguir ordens, não para questioná-las.

O capanga, intimidado pela dureza do tom de Cressida, recuou levemente, mas não conseguiu esconder o descontentamento em seu olhar. Ele tentou retrucar, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Cressida continuou, ainda mais impaciente:

Cressida — Assim que eu conseguir o dinheiro do resgate, vocês receberão a parte que lhes cabe. Até lá, vocês farão exatamente o que eu mando, sem reclamar. Está claro?

O homem assentiu em silêncio, engolindo o orgulho, sabendo que contrariar Cressida não lhe traria nenhum benefício. Ela se virou, passando a mão pelas saias para alisá-las, antes de ordenar:

cressida — Você, — disse, apontando para um dos capangas, um homem mais magro e de olhar astuto, — ficará aqui e vigiará Penélope. Não a deixe fora de vista por um segundo sequer. Se ela tentar escapar, não hesite em usar força.

O homem acenou com a cabeça, o olhar fixo e obsequioso.

cressida — E você, — continuou ela, voltando-se para o outro capanga, o corpulento, — vai me levar de volta à cidade imediatamente. Tenho um papel a desempenhar, e os Bridgertons precisam acreditar que estou do lado deles. O sucesso deste plano depende da minha habilidade em enganá-los. Não me faça perder mais tempo.

Ela passou por ele com um ar de superioridade, como se ele fosse nada mais do que um peão em seu jogo cruel. O capanga mais corpulento murmurou algo sob sua respiração, mas obedeceu, ciente de que sua paga estava em jogo.

Cressida desceu as escadas rapidamente, com os homens logo atrás. Antes de sair da casa, ela lançou um último olhar ao homem que ficaria de guarda.

cressida — Não falhe, — disse ela, o tom ameaçador evidente. — Se algo der errado, você estará pagando com mais do que seu salário.

E com isso, Cressida deixou a casa, a porta batendo atrás dela enquanto ela seguia para a carruagem. Estava pronta para retornar à cidade, onde começaria sua atuação como a "amiga leal" dos Bridgertons, enquanto seu plano sinistro se desenrolava nas sombras.

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