Era uma noite sem luar, e o jardim da residência dos Bridgerton estava envolto em uma escuridão tranquila, interrompida apenas pelo farfalhar das folhas ao vento. As flores, que durante o dia brilhavam com cores vivas, agora pareciam sombras pálidas sob o céu noturno. O perfume suave das rosas ainda pairava no ar, mas havia uma sensação de inquietação que permeava o ambiente. O velho carvalho no centro do jardim balançava lentamente, como se sentisse a angústia que consumia Colin.
Colin estava no estábulo, suas mãos trêmulas enquanto escovava o cavalo, um majestoso corcel preto chamado Tempest. O animal, de pelos lustrosos e olhos inteligentes, parecia perceber a ansiedade de seu dono, mexendo-se inquieto enquanto Colin passava a escova ao longo de seu dorso. As patas fortes e musculosas de Tempest raspavam suavemente no chão, e suas orelhas se moviam de um lado para o outro, captando os sons noturnos.
A mente de Colin estava em turbilhão, uma mistura de raiva, medo e impotência. Cada fibra de seu ser gritava para sair à procura de Penélope, para fazer algo, qualquer coisa, em vez de simplesmente esperar. Seus irmãos e Anthony haviam insistido para que ele aguardasse o próximo bilhete, mas a ideia de ficar parado o corroía por dentro. Ele olhou para o céu, onde as estrelas brilhavam distantes e indiferentes à sua dor. Tempest bufou suavemente, como se compreendesse a angústia de seu dono.
Enquanto ajustava a sela no cavalo, os passos leves de alguém no jardim chamaram sua atenção. Colin olhou por sobre o ombro e viu Eloise atravessando a grama em sua direção, carregando um maço de cartas.
Eloise — Colin — chamou ela, com a voz suave, mas carregada de preocupação. Ela se aproximou, os olhos percorrendo o rosto do irmão, que estava marcado pelo cansaço e pela dor. — Eu fui buscar as cartas da família na porta. — Ela olhou para o maço em suas mãos, como se esperasse ver algo que não estava ali. — Ainda não há nenhuma carta sobre o resgate de Penélope.
Colin suspirou profundamente, sentindo um aperto no peito. Ele sabia que Eloise estava tentando ajudar, mas as palavras dela apenas reforçavam o vazio que sentia por dentro.
Colin — Eu não posso simplesmente ficar aqui, Eloise — disse ele, a voz baixa, quase como um rosnado contido. — Ficar parado, esperando, sem fazer nada... Isso me enlouquece.
Eloise colocou a mão no braço do irmão, tentando oferecer algum consolo.
Eloise — Eu entendo, Colin. Mas sair agora, no escuro, sem uma direção clara... não vai ajudar em nada. Só vai colocar você em risco também. Precisamos ser pacientes, mesmo que seja insuportável.
Antes que Colin pudesse responder, eles ouviram passos se aproximando, e ambos se viraram para ver Lord Debling entrando no jardim. Ele caminhava com uma postura digna, mas havia uma tensão visível em seus olhos quando se aproximou.
Debling — Boa noite, Senhorita Bridgerton, Senhor Bridgerton — disse ele, cumprimentando ambos com um leve aceno de cabeça. — Perdoem-me por aparecer assim, mas gostaria de falar com Colin, se não for incômodo.
Eloise hesitou por um momento, olhando para os dois homens, antes de perceber que talvez fosse melhor deixá-los a sós. Ela colocou as cartas que carregava sobre uma mesa de chá próxima e sorriu levemente para Lord Debling.
Eloise — Claro, Lord Debling. Eu vou deixá-los conversar. — Ela deu um passo para trás, lançando um último olhar preocupado para Colin, antes de se retirar para dentro da casa.
Lord Debling observou Eloise sair e, em seguida, voltou sua atenção para Colin, que ainda segurava as rédeas de Tempest com força, como se estivesse se preparando para sair a qualquer momento.
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Polin por amor
Fanfictionserão postados dois capítulos por semana ( mas posso postar um pouco mais) espero muito que vocês gostem e é uma fanfic + 18 viu...