O grupo do vestiário masculino moveu os armários do caminho e armados com cabos de vassoura, rodo, baldes, toalhas, canivetes e uma raquete, saíram na mesma direção que o tenista conhecido adentrou o prédio.
A formação tinha na frente o guia que conhecia o caminho, nas laterais Namjoon e Taehyung, estudantes de educação física em seu sétimo período, atrás vinha Momo e então Mingyu na retaguarda, ambos alunos de nutrição.
A tensão esmagava os músculos em um rolo compressor de realidade, sangue manchava parte das passagens ocasionando em pressão da língua no céu da boca e uma difícil passagem da saliva pela garganta. Respirar virou ação de vida ou morte.
Ao chegarem na quadra, avistaram alguns mancadores, a contagem rápida estipulou cinco deles, os cabos foram apertados nos punhos e quem iniciou a pancadaria foi Jungkook, que acertou o pescoço de um deles o empurrando para longe.
— Vamos tentar avançar, evitem combate corpo a corpo — ditou liderando os outros que facilmente compreenderam a nota de cuidado e o imitaram, tentando não deixar os machucadores os ferir.
A extensão até a primeira metade da rede nunca fora tão longa quanto neste momento para Jungkook, estranhou sua percepção de um local que já foi um refúgio, tornando o local em gosto amargo, não gostaria de voltar nunca mais, pelo menos naquele campo em específico.
Pularam a rede e do outro lado, perceberam os estranhos se embolando para passar, irracionais no objetivo, não desviavam do obstáculo, tropeçando uns nos outros como um filme de comédia misturado a terror mórbido.
— Corram! — Namjoon gritou e todos aproveitaram a deixa para deslocar-se o mais depressa possível para longe do campo, saindo da área cercada por grades e fechando os descontrolados lá dentro com o trinco simples de metal.
O dono do carro trocou de lugar com Jeon para guiar os jovens na direção do automóvel, acharam o mesmo e felizmente sua chave estava consigo. Ao entrar, o último foi Kim Taehyung que foi impedido do ato por um dos monstros pulando em cima de seu corpo e o desequilibrando.
— Merda! — Na luta corporal, era difícil intervir sem ser paralisado pelo medo ou entender qual atitude tomar.
A boca necrosada ficava a poucos centímetros da sua carne do rosto, na queda, o cabo ficou longe demais. Os grunhidos famintos, os suspiros de esforço sôfregos em luta do estudante, alarmava os colegas.
De dentro do carro, Mingyu pegou o cabo e conseguiu esticar o mesmo até o pescoço da criatura, empurrando para trás, quase cedendo a força descomunal. Taehyung perdia as forças para bater de frente, iria perder, não conseguia sair de baixo e o desespero nublou o raciocínio lógico.
Quando se deu por si, o corpo acima do seu havia parado de lutar, o estudante nem se dera conta quando suas mãos agarraram a lâmina que achou, abriram o canivete e afundaram o objeto cortante no meio da testa do seu inimigo.
O corpo desfalecido caiu empurrado de uma vez por Mingyu para distante do colega, que tinha o rosto em pânico e descrença das próprias atitudes. Kim Taehyung ganhou um puxão para dentro do carro. Namjoon acelerou. Por alguns instantes o peito do atacado esvaziou e adormeceu o órgão vital pulsante, estava oco, duvidou de quem fora atravessado por uma lâmina e nunca mais se recuperaria da lesão.
•••
— Jimin, por favor, para quieto — pediu o amigo Jackson coçando a nuca com fios loiros, alívio do estresse que os passos repetitivos do companheiro estavam lhe causando.
— Deixa ele Jackson. — interviu Mark compreensivo depositando a mão no ombro do citado — Vamos tentar bolar alguma coisa e juntar tudo que sabemos. — tentou guiar os esforços, algo para além de lamentar a crise da humanidade.
— Certo. — Jimin comprou rapidamente a ideia, era exatamente nisso que pensava — Isso parece ser uma espécie de vírus ou fungo, igual aquele fungo das formigas, que controlam o sistema neural e modifica seus comportamentos. — colocou em palavras os pensamentos que o atormentaram nas leituras da internet.
— Vi alguns vídeos deles levando tiros e não morrendo, mas quando acerta bem na cabeça, eles param de se mexer — comentou Jackson tentando agregar — O governo está dizendo que está tudo sob controle mas não vi ninguém dizendo que esses lunáticos não estavam por perto. — o loiro olhou para o acastanhado.
— Vi por um relato que se as pessoas infectadas morrerem elas se transformam 15 segundos depois — um arrepio correu a espinha de Jimin ao lembrar no incidente ao telefone — E que você não pode ser mordido, arranhado ou ingerir algum fluido corporal deles. — A internet estava cheia de relatos mas como saber quais são ou não verdadeiros? Algum deles era minimamente real?
— Precisamos confirmar essas informações — Jackson iniciou a reflexão — Precisamos saber como eles são atraídos para evitar chamar atenção. — levantou da sua cadeira para ir em direção a porta e analisar o corredor.
Vazio.
— Depois daquelas sirenes e a correria lá em cima, os dois que estavam aqui subiram, podemos dizer que o som chama atenção deles então? — tentou confirma a teoria com os colegas — nossas vozes são abafadas pela estrutura do laboratório, quase não dá para nos ouvir daqui, então não chamamos atenção. — respirou fundo tentando encontrar coisas que poderia realizar com as informações que detinha.
— Vamos tentar entrar com contato com as pessoas que podem estar nos outros laboratórios — Jimin planejou, quanto mais pessoas encontrarem, mais fácil vai ser entender a real dimensão dos fatos — Batemos de porta em porta.
— Isso não é arriscado? — Jackson interviu — não sabemos quantos deles estão lá fora preparados para descer, não temos as senhas dos laboratórios para abrir e isso pode fazer barulho e atrair vários deles — despejou os malefícios.
— Você tem alguma ideia melhor? — questionou o ruivo. Nenhum deles se pronunciou — Eu não quero ficar aqui esperando a morte! — afirmou pegando um cano de metal cilíndrico para se defender. — Vocês ficam aqui segurando a porta, um olhando para a esquerda e outro pra direita, me avisem se algo vir, voltarei correndo, as portas não são distantes umas das outras. — analisou a janelinha — Primeiro eu vou nessa porta da frente.
Apontou uma porta na frente levemente a direita, ajuste que impedia o trio de visualizar a parte de dentro da sala. Bateria na porta, chamaria por alguém, se ninguém respondesse partiria para a próxima, até chegar em alguém, ou até alguma coisa chegar.
— Pronto? — os três estavam posicionados, dois de cada lado da porta e Jimin no meio para passar por ela, respirou fundo trancando o maxilar por nervosismo. Balançou a cabeça em afirmação. A porta se abriu.
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Depois de 250 bpm | Jikook • ZOMBIE
Fanfiction⚠️Alerta de descrição de extrema violência, não recomendado para pessoas sensíveis⚠️ Quando uma empresa de produtos fitness desrespeita a ética humanitária e passa a fazer experimentos não autorizados em seres humanos para alcançar o super-homem e r...