Na linha d'água

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O cansaço na face suja estampava a bravura na luta pela fuga, perna após a outra, um passo em falso definiria o destino da figura feminina que se aproximava. A dor estava palpável nas ranhuras ao redor da pele do esqueleto apendicular, questão de tempo até que não fosse humanamente viável prosseguir.

- Está louco? - Jungkook encara Jimin de cenho franzido, embasbacado com a intenção por detrás daquele posicionamento.

A moça cai. Os gritos contém choro, lamúrias sôfregas da vida que é água e ultrapassa o abraço da luta em peneira.

O atleta dispara e lança uma das facas em mãos no crânio do infectado prestes a devorar a desconhecida. Taehyung parte logo atrás e os meninos na retaguarda iniciam o reforço na limpa dos arredores, cobrindo as costas dos amigos que estavam compondo território de perigo.

Park por um tempo, permaneceu no mesmo local, piscadas dormentes tentavam reanimar a consciência perdida nas profundezas do eu.

Observou o moreno segurar a mulher no colo desacordada, um morto vivo tentou dar o bote no momento de vulnerabilidade de Jeon.

Ao virar-se, temendo pelo descuido, viu uma cabeça rolando ao chão e as costas da cabeleira ruiva em posição de ataque, empunhando a katana suja de sangue.

Os olhos que o Tenista tanto gostava, não esbarraram-se mais com os seus até o fim do conflito. Ninguém citou ou questionou a resistência do Físico, ou sua entrada na ajuda do conflito.

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- Hey... Consegue me ouvir? - a voz se Seokjin soa angelical aos ouvidos de alguém que acaba de acordar de um desmaio. Era foi o tempo que a trataram com tanta delicadeza.

- Sim. - os olhos abertos, a mulher percebe estar deitada em uma superfície dura, de forro fino mas quentinha.

O grupo estava dentro do caminhão, após a chegada da moça e a necessidade de encontra suprimentos, Hoseok apossou-se do volante para conduzir o grupo as proximidades de pequenas vilas vistas no mapa. Avançaram mantendo a referência do rio e distanciaram-se do último local de confronto.

Neste momento, os sete punham-se ao redor do novo agente deitado no meio da carroceria do caminhão, aguardando mais informações sobre quem seria aquela mulher.

- Está bem? Sente alguma dor? Sabe onde estamos? Qual seu nome? - levantou questões padrão para verificar a condição da saúde mental.

- Estou me sentindo um pouco nauseada... - as mãos na boca do estômago seguidas de careta por reparar na dor - Acho que não sei onde estamos, a última coisa que me lembro é de estar fugindo dos mortos em uma floresta - sentou no chão, parecida com a posição dos outros, conseguiu olhar em volta para entender a disposição daqueles ao seu entorno. - Sou Hwasa.

- Onde você estava antes daqui? - Jimin perguntou seco, desconfiado, não guardou a katana em sua capa, estava a postos para qualquer desavença que necessitasse de usar a força.

Rick, sentia a tensão no ar e o desconforto de Jimin, roncou bravo, escondeu-se perto do Físico arisco.

- Rick, pare disso! - Taehyung tentou apaziguar a situação, que se inundava de dúvidas e tensionamento em cordas frágeis, algo poderia se romper.

- Eu fazia parte de uma comunidade que conseguiu sobreviver, mas fomos atacados e invadidos, corri muito depois de ver muitos dos meus morrerem e... - ela inicia lágrimas e fungadas tristes.

- Chega, não precisa falar disso se não quiser, nós sabemos o quão difícil é - Jeon consola Hwasa e Jimin sente a fala do Tenista como uma fecha disparada no alvo redondo e vermelho, diretamente no seu coração.

- Conseguimos uma casa, verificamos os arredores e dentro dela, parece tudo limpo, essas vilas são bem abastadas, provavelmente os cidadão fugiram ao ouvir o caos que estava o mundo. - Hoseok ajeitava sua mochila, a intenção era vir dar uma olhada na estrangeira e seguir para guardar o caminhão e adentrar a casa.

Os demais movimentam-se para mudar os pertences no novo lar, provavelmente temporário, porém um lar.

- Eu... Eu posso dormir uma noite com vocês? Eu não sei o que vou fazer agora, talvez tenham membros da minha família que sobreviveram mas não vou conseguir sair para procurar, não agora. - pediu um tanto envergonhada, acanhada e em pequenos gestos introspectivos.

- Não vamos deixar você sozinha - Namjoon declara - Vamos ficar de olho em você o tempo todo, mas não vamos deixar que fique por aí ao anoitecer, está no fim da tarde. - declarou em postura rígida, inflexível.

Park Jimin opunha-se a decisão. Perdeu por voto da maioria. Saiu primeiro em disparada, raivoso.

- Não ligue para isso, todos nós temos algum peso para lidar, lidamos de formas distintas e o medo de que ocorra novamente se manifesta nas mais diversas situações - Jin confortou a mulher, um sorriso amigável.

Yoongi saiu logo atrás para tentar consolar o amigo, preocupado com a segurança frente ao estado emocional sensível apresentado. Correu para acompanhar o jovem de cabelos coloridos, adentrando a residência e ficando altamente preocupado com o ar estressado do seu humor.

- Jimin, espera! - viu o olhar feroz analisando todos os cantos de lugar, procurando perigo ou ameaça a qualquer custo, sentia-se perseguido pelo perigo. - Jimin!

O nome citado percorreu a sala, aberta para a cozinha arejada, a mesa de jantar, sem deixar um canto sequer escapar da sua fúria. Subiu as escadas e foi seguido, o Químico tentava alcançar a racionalidade do companheiro. Sem sucesso.

- O que você tá procurando? - perguntou estranhando as atitudes repentinas

- Perigo. - Adentrou o primeiro dos quartos.

- Mas já avaliamos isso Jimin, Namjoon, eu, Taehyung e Jungkook estávamos cuidando disso agora pouco. - esfregou o rosto cansado.

- Aqui está limpo... - balbuciando, ignora o clamar das pernas doloridas e a dor de cabeça intensa sonhando com a pausa.

Saiu do quarto com duas camas de solteiro, entrou no próximo de estrutura parecida.

- Precisa se acalmar, não vamos resolver nada assim, ficará só fazendo barulho com a guarda abaixada! - era para ser um lembrete da realidade objetiva.

O Físico passou esbarrando no ombro do amigo, atropelando ele e a si próprio com pensamentos intrusivos. Entrou no último quarto com uma cama de casal, abria todas as gavetas e armários e postas e janelas.

- Mark e Jackson não gostariam de te ver assim! - gritou mais alto, os integrantes outros que adentraram o primeiro andar, puderam compreender as palavras proferidas.

Ele parou.

Tudo parou.

- Não faz eu perder mais um amigo Jiminie. - ardeu a área dos olhos imaginando ter que enfrentar mais um luto. - Se acalma por favor, não tem nada de errado acontecendo conosco, estamos seguros aqui, vamos pensar nisso.

- Posso ficar sozinho só um minuto? - a quietude que se apoderou de Jimin foi assustadora na visão do Min, seu amigo raramente ficava apático a qualquer coisa, a ideia de tê-lo desta forma na sua frente, posterior a uma quase explosão, era horripilante.

Mas ele saiu.

Quem sobrou no quarto sentou-se na beira da cama, em rosto blaze, encarou a janela por longos períodos. Tentando ver a si mesmo ao longe.

Depois de 250 bpm | Jikook • ZOMBIEOnde histórias criam vida. Descubra agora