Na língua

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Park Jimin sempre fora fissurado no motivo da existência, "a criança dos porquês". Isso não necessariamente o fazia alguém especial mas a fase pareceu durar mais tempo que a média, o influenciando na escolha da carreira acadêmica.

Ser um Físico pareceu fazer bastante sentido com a fixação na origem material e dos fenômenos, experimentos acompanharam a infância e adolescência, conturbando a mente dos pais preocupados com a segurança do filho.

- Eu preciso sair daqui... - sussurrou para si, tendo só o cadáver para lhe ouvir concluir, zelar seu levantar e o sair da área de observação.

A feira de ciências era sua época favorita no ano, de pilhas voltaicas há robôs de pequeno porte com materiais reutilizáveis, fascinação em criar.

Sozinho em uma sala de laboratório, nunca pensou que o local o deixaria tão desconfortável, desde que Jeon saiu do ambiente, sentiu que não deveria permanecer.

A intensidade sempre o acompanhou. Desde quebrar os experimentos sozinho atrás da escola quando não ganhava a competição, até sentir que explodiria de felicidade ao ver a luz de led, instalada de forma independente no teclado, funcionando.

Difícil nomear o impulso que o tirou da do espaço seguro, mas perfurou com força tomando conta das atitudes. Não tinha uma arma em mãos e isso o assustava, por isso pegou o pequeno machado que ficava no vidro de emergência.

- Você precisa se controlar, ficar tomando decisões sem refletir pode te dar muitos problemas meu filho... - lembrou da voz do pai - Eu só quero o seu bem. - o descendente dos Park sabia a boa intenção dos familiares.

O ruivo desde então, tenta muito pensar antes de agir, se esforça para ficar quieto e parado em situações difíceis.

- Mas em uma situação de vida ou morte, acho que papai não se incomodaria se eu só seguisse minha intuição - abriu a porta - Eu ainda vou contar que eu consegui.

•••

O cinza dos corredores abaixo da terra resguardavam similaridade, deixando Jeon Jungkook perdido no fundo da fábrica, mesmo possuindo uma boa localização espacial interna, um lugar desconhecido e pouco iluminado acabou sendo um desafio.

Virou uma penca de corredores vazios, não sabia dizer o que havia naquele lugar, tinha suspeitas de que a área adentrada e descoberta com a passagem era pouco utilizada, ou até mesmo esquecida.

Viu os caras de jaleco mas não tinha sinais de habitação, poeira e lâmpadas queimadas aos montes.

O atleta vira mais um corredor e trava por questão de instantes, o novo local era quase um anexo dos km percorridos. As paredes sem reboco, grades do lado direito e esquerdo imitando o acesso a uma prisão.

Dentro das celas no escuro, semisserra os olhos focando, os transformados. Corpos que um dia sentiram o sol esquentando a derme vulnerável, renegado o descanso eterno na obrigação da existência sem propósito, arrastada dentro da carne apodrecida de cheiro horrendo.

- Hey você! O que faz aqui? - um homem de jaleco e fios loiros o questiona do outro lado do corredor, tinha sotaque específico demais para ser nativo do país.

- Vocês estão mantendo essas coisas presas? Por que? - queria saber, precisava de respostas.

- Prefere eles soltos? - questionou reativo mas sem perder o sarcasmo.

- Estão criando essas coisas... - chegou a conclusão, estava muito cedo para capturar tantos infectados assim, eles só poderiam ser o início.

Depois de 250 bpm | Jikook • ZOMBIEOnde histórias criam vida. Descubra agora