No antebraço

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A casa parecia ter sido algum tipo de local para alugar em temporada de férias, afastada e no meio do mato, sem muito utensílios e com alguns mantimentos entalados duradouros e não perecíveis na dispensa. Na hora de reorganizar as refeições, tinham mais uma pessoa para comer e tinham certeza que aquela quantidade de comida não duraria uma semana.

A preocupação era uma formiga dentro do ouvido para Jungkook, sem contar na relação com Jimin que estava balançada já fazia dois dias. Dormiram separados e quase não oportunidade de ter uma conversa a sós com o ruivo.

Na tarde nublada do segundo dia com a nova integrante, o Tenista estava no lado de fora tentando achar alguma árvore frutífera ao redor da casa junto de Taehyung e Rick. Armados e cuidadosos, era de conhecimento compartilhado que existiam poucos ou quase nenhum morto vivo por aquelas bandas, eles ainda não haviam chegado. Mas era sempre bom se proteger não só dos irracionais.

- Claro que estou chateado... Ouvir aquilo pareceu jogar fora todos os meus sentimentos que venho cultivando por ele - admitiu depois de muito formular em sua cabeça, os próprios sentimentos.

- Ele sabe desses sentimentos? - Até questionou sem entender exatamente a relação dos amigos.

- Não é como se eu estivesse amando ele ainda, não consigo dizer isso, mas eu com certeza me importo mais do que se ele fosse só alguém que eu beijo para passar o tempo - vê Rick cheirando um matagal incessantemente e vai até o porco para verificar.

- Ainda? - a questão posta pelo Kim foi mais um sussurro consigo mesmo, estava tentando compreender os sentimentos alheios. - Cara, sabe o meu palpite? É que ele não está bem, e afasta todos a sua volta por conta disso, ele está te afastando de propósito e é estanho ver isso vindo dele, não parece sincero, ele está forçando a barra.

Jeon afasta os arbustos com o objetivo de encontrar o que está sendo indicado pelo animal, se assusta ao ver um cadáver e da um pulo para trás apontando sua arma para a cabeça do sujeito.

Kim levanta o ataque mas percebe a imobilidade do companheiro.

- Está morto... De verdade - sinaliza ao perceber que o corpo humano em questão parecia ter morrido de causas naturais, não estava podre. Numa olhada mais cautelosa, percebe que lhe falta uma perna, um braço e os órgão infernos, em cortes cirúrgicos demais para serem obra de infectados.

Uma corrente elétrica percorre sua espinha e o mau pressentimento escorre nas suas veias.

- Bizarro. - Tae se manifesta e o porquinho ronca tristonho se esfregando no dono. - Está tudo bem Rick, vamos embora. - pegou no colo o bichado e fez contato visual com Jungkook.

Ambos fazem o caminho volta para a residência. Antes de adentrarem a porta principal, retomam o assunto.

- Se for isso que você disse, acha que eu deveria insistir em falar com ele? - questionou o conselheiro, era difícil abrir com sinceridade os seus sentimentos, era um exercício necessário.

- Acho. - opinou direto - Acho que o mundo tá muito louco e efêmero para você perder a oportunidade de se resolver com quem você diz que se importa. - deu de ombros cruzando os braços. - Se estiver sendo sincero mesmo, deveria contar essas coisas para ele, não para mim... Não lembro de Jimin conseguindo dizer que sabe mais do que o seu nome e algumas histórias aleatórias.

- Mas eu demonstro que me importo, eu estive lá quando pude o ajudando depois dessas merdas que continuamos enfrentando - se defende da acusação.

- Ok, mas isso só transforma você em uma pessoa empática minimamente, não dá para viver só disso. Você seca as lágrimas dele mas precisa deixar ele secar as suas. - a dez passos de distância, longe da visão periférica da dupla, Hoseok ouvia a conversa íntima e refletia sobre as palavras de Taehyung.

Depois de 250 bpm | Jikook • ZOMBIEOnde histórias criam vida. Descubra agora