Na memória

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A katana em pé, sustentada pela lâmina enterrada na garganta do morto vivo imóvel ao chão, desliza para fora da cavidade criada ao ter o cabo agarrado e puxado para fora pelo homem ruivo que finalizava o último infectado ao seu redor.

- Jimin! Vamos! - Namjoon chamou batendo na lataria do caminhão, abaixo da janela do motorista. Veículo em posse dos sete sobreviventes dos acontecimentos recentes, traumáticos e com direito a sequelas capazes de modificar suas personalidades, o modo que enxergam o mundo. Para sempre.

Empunhando a imponente espada, Park sobe no automóvel no acesso traseiro em companhia de mais cinco dos membros da comunidade que criaram e que infelizmente, não poderá mais ocupar a fazenda.

- Acelera Nam! - Seokjin sentado no banco da frente no carona, alerta necessidade da escapada veloz, planejando despistar a horda ininterrupta. As lágrimas escapavam no canto dos olhos na perda de duas pessoas ao mesmo tempo.

Namjoon tinha a visão atenta na rota, a mão livre pousou na coxa a sua direita na intenção de consolar minimamente o parceiro.

O ronco do pequeno Rick chamou atenção de Taehyung, o porco agitado na hora da fuga, pulava de um lado para o outro como quem gostaria de alertar que tem algo de muito errado no recinto.

- O que houve Rick? - questionou Tae olhando o pequeno animal agitando-se e olhando o horizonte.

O cheiro de carne podre infesta a locação.

- Puta que pariu... - Yoongi encara o quintal no extremo sul, sendo tomado por centenas de andantes deteriorados. - CORRE! - o corpo de todos os cinco é impulsionado na aceleração da máquina que os carregava.

- Dêem adeus, não vamos voltar tão cedo. - Hoseok declara de armas em punhos, sem abaixar a guarda a qualquer ameaça veloz que pudessem os abater.

- Droga, esqueci de pegar minha escova - Taehyung comenta baixo, ao ter que sair às pressas, era óbvio que esqueceria algo, mas o comentário pareceu fútil e desnecessário na visão do Jung.

- Pelo amor, você não tem nenhum neurônio fazendo sinapse aí dentro? - questionou, o agente sequer compreendia tanta raiva o inundando ao ouvir a voz do Kim, porém sempre sentia-se na obrigação de alfinetar cada frase.

- Não comecem - Jeon interrompe a discussão, tira sua mochila das costas, pega um papel dobrado e abre o mapa da região que Rosé tinha na residência. - Pode seguir por essa estrada de terra, logo mais estaremos perto de um pedaço com pequenas vilas levemente distantes entre si, contornamos por fora mas dependendo do estado, passamos para pegar algumas coisas. - lidera as próximas atitudes.

Park estava calado, limpando a lâmina da sua nova companheira de combate, a katana era tão afiada que duvidava se a mesma não conseguia partir uma bala ao meio. Perder Jackson e finalizar Momo modificou algo dentro de si que já estava em transfiguração, era questão de tempo.

- O que Rosé disse...? - Yoongi questiona Seokjin, ele ouviu as últimas palavras da ruiva.

- Ela disse que se o irmão tivesse vivo, iria para a cede da empresa da família, que fica na cidade vizinha. - engolindo o choro, o químico pôde complementar - Pediu para cuidarmos dele e transmitir seu adeus "eu te amo, faça a coisa certa, não se culpe por isso"

As sentenças faziam sentido mas pareciam esconder um histórico complexo, seria apenas um adeus simplório ou estariam carregando uma mensagem codificada?

As íris encontraram-se por instantes de suspensão, ao receber o olhar de volta de Jimin, Jungkook permaneceu sem desviar o foco por alguns segundos, suficiente para deixar claro aos outros um clima diferente entre os universitárias mas que dispensou comentários.

Depois de 250 bpm | Jikook • ZOMBIEOnde histórias criam vida. Descubra agora