Depois de 250 bpm | Jikook • ZOMBIE

No fígado

Fiquei com um pouco de pausa criativa, mas tô postando. Boa leitura <3

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Com as mãos amarradas atrás das costas, Jeon cai de joelhos no chão da sala perto da fila formada pelo grupo morador da fazenda, Mingyu o incentivou a tal com um empurrão na mão que não segurava a arma.

- Tenha cuidado com os moradores meu filho, não façamos desfeitas da sua hospitalidade - o senhor entre os invasores ditou ao velho amigo, que acenou positivamente e murmurou um pedido de desculpas.

Caminhou calmamente para perto de mais seis pessoas desconhecidas e Momo, que segurava uma katana afiada, preparada para ser usada e colecionar mais manchas de sangue, sorriu ao ver o namorado voltando.

Na contagem rápida dos integrantes, o atleta percebeu que um dos seus faltava e temeu, o buraco formado no peito sugava a calma que estabeleceu até o presente pouco a pouco.

Jimin não estava entre eles.

- Está faltando um Padre, já foi inspecionado os outros cômodos? - Mingyu questionou ao homem de porte seguro, não portava nenhuma arma, tinha uma roupas limpas e boas demais comparadas aos indivíduos ao seu redor.

As mãos juntas na frente do corpo num sinal costumeiro de lideranças religiosas, na face uma paz inabalável, crença nas atitudes devastadoras, capaz de mover montanhas.

- Sim, eu procurei por tudo - outro jovem de estatura baixa e olhar afiado descia as escadas em soberba pura.

- Bom, acho que podemos então começar - o tal Padre informou e todos os presentes formaram um semi círculo ao redor do homem, deixando os rendidos de frente para a figura principal no recinto. - Pedimos perdão pela maneira que entramos mas tempo difíceis pedem ações drásticas, não queremos machucar ninguém, todos os nossos membros passaram por isso que vocês estão passando.

- Que jeito carinhoso... - Yoongi não aguentou a língua com seu jeito irônico de ser, os olhares de pavor e raiva foram direcionados a figura de pele clara que se manteve calado.

- Entendo a desconfiança, mas somos um coletivo que só quer o bem do próximo,  espalhar a palavra do senhor para essa humanidade pecadora. - Abriu os braços como se colhesse algo vindo do céu. - somos os Seguidores da Nova Vida.

Ao proclamar o nome da organização independente, os membros do grupo bateram seus pés em um ritmo cadenciado de dois tempo, até que o bater de palmas do líder cessou a percussão.

Era inegável a sinergia dos devotos com sua figura espiritual na Terra, tal encantados quanto hipnotizados na figura destemida e profética. Jungkook, Taehyung e Namjoon procuravam os seus amigos dentro das cascas parecidas com Mingyu e Momo, tinham certeza que os humanos na sua frente estavam longe de ser os que conheciam antes da catástrofe.

- Deus falou comigo, me disse que deveríamos vir até vocês, que são pessoas boas e aceitariam conhecer nossa forma de pisar nessa vida, visando o juízo final e tendo certeza que seremos encaminhados aos céus - A eloquência e desenvoltura relaxava os músculos dos ajoelhados ao chão, era bizarro como tudo que saía de sua boca, poderia facilmente ser lido como uma verdade a primeira vista. - Disses moços a descrição das pessoas que vi em sonho e eles fizeram questão de vir até vocês, para que possamos compartilhar nossas comida, nossa casa, nossa segurança, nossa fé, nossa devoção com seres iluminados que são.

Momo abaixa a katana chamada com um gesto da mão do Pastor, deu três passos a frente olhando para o seu ex grupo de amigos e deu um sorriso casto.

- Depois que nos separamos, ficamos muito tempo vagando com fome e frio, não conseguíamos encontrar vocês novamente e eu achei por alguns segundos que morreria ao lado do amor da minha vida, mas Deus me deu outra chance, o Pastor me deu outra chance, eles nos acharam, nos deram de tudo do bom e do melhor e agora temos uma grande família... - a moça jovem passa a mão em sua barriga, simbolizando a presença de um feto. - Vamos repovoar nossa casa, certo? Venham conosco, vamos encontrar a felicidade, como eu e Mingyu.

Algo na sua voz, na intonação das palavras, apresentava um ar falso a Jungkook, ele tinha certeza da presença de algo errado naquele coletivo, nas suas ações e configuração organizacional.

- No que vocês acreditam de fato? - Jackson questionou parecendo interessado, o resto lhe observou incrédulo.

- Ótima pergunta meu jovem, aprecio o seu cuidado em querer saber bem sobre um grupo antes de se afiliar a ele, não temos incômodo nenhuma com as dúvidas! - Momo retornou ao seu lugar e ele iniciou um monólogo, bem próximo a um grande ator da Broadway. - Deus criou tudo e todos, nós só queremos realizar o que é o certo, não importa como nem a quem, o Senhor me escolheu como seu porta voz e nós seguimos suas ordens diretamente.

Era supostamente simples, inofensivo. Mas o Tenista não conseguia parar de pensar como Jimin estaria, teria o ruivo conseguido esconder-se? Ou fizeram-lhe algum mal? Ele fugiu e deixou todos para trás?

- E se não quisermos nos juntar a vocês? - Namjoon solta a grande questão do milhão.

- Consulto Deus para saber quais rumos seguir em todas as minhas decisões e dos seguidores. - afirma categórico, mesmo não respondendo exatamente o que gostaríamos de saber. - Temos novos membros então? - o silêncio pairou, havia um medo de negar e de aceitar.

Afinal, as armas ainda estavam levantadas e apontadas para suas cabeças.

- Eu não vou, muito obrigada pela oferta generosa mas estamos bem aqui, eu sequer acredito em Deus para início de con... - Rosé quis defender e falar representando o grupo como uma grande líder em coragem e racionalidade nas decisões.

Um disparo de arma.

Rosé recebe um tiro na barriga, engasga no choque, dor intensa com a caída no chão para trás pela força do projétil, aparentemente alojado no corpo da jovem herdeira. Ela começa a agonizar e perder muito sangue ao lado de Seokjin e Hoseok.

- Filho da puta! - Seokjin berra desesperado se arrastando para ficar próximo da moça contorcendo-se.

Uma arma sobe e aponta na direção do jovem alto de aparência esbelta e de boca suja, entretanto o Padre levanta a mão pedindo para não prosseguir o ataque.

- Não toleramos desrespeito ao nosso Deus. - explicou o bem vestido embebido da seriedade não aparente até o momento. - Ela poderá viver se aceitarem ir conosco, não irão se arrepender, temos médicos na nossa equipe. - o sorriso tornou-se macabro. - levem eles para o caminhão.

Ao pedido, os seguidores da Nova Vida agarraram os pescoços por trás dos moradores da fazendo, obrigando-lhes a se retirar. Rosé foi segurada pelos braços e pelas pernas, gemendo de dor a cada passo dado pelos invasores, sinfonia da retirada dos capturados e movidos a contra gosto.

- Não vamos mesmo fazer nada? - Hoseok parecia bravo, dentro da parte de trás do grande caminhão.

- O que você espera que a gente faça? - Tarhyung apresentava ódio exalando dos poros, a sua defesa quebrada por pessoas que antes considerava amigos.

Antes de fecharem o compartimento, um pequeno animal pula dentro da lata de metal gigante, carregado de uma mochila bem equipada.

- Rick... - Namjoon visualizou, tentava pressionar o ferimento da líder junto de Seokjin.

- Jimin... - Jeon observou que a presenta do animal só poderia ser obra do ruivo, esforçou-se para abrir com ambas as mãos amarradas, ao ter em mãos o canivete, abriu o lacre imobilizante.

Jungkook abriu os lacres dos outros também, estranhou não ter o veículo andando ainda e permaneceu atento, distribuindo as armas, tanto pistolas quanto facas na mão dos colegas.

- O pneu furou? - a voz do Padre ao lado de fora assimilava-se ao estérico.

- Finjam estar amarrados ainda, vai. - sussurrou aos outros, tinha certeza que os homens abririam o compartimento de trás para trocar o pneu furado citado.

Dito e feito.

- Onde está Venon? - antes de qualquer tomada de decisão, há confusão no recinto, um dos fiéis sumiu sem deixar rastros. - Droga! Saíam do caminhão.

- Preparem-se - o Tenista poderia sentir o sinal dado, as vezes o universo é só palco e os atores precisam improvisar, aguardou a sua deixa ansioso, o fato não era conhecidencia.

- Fique de olho neles. - o Padre deixou Momo e Mingyu com armas apontadas aos ex colegas, a troca afiada de encaradas poderia assustar qualquer um. - Os outros, procurem Venon!

Som do destravar de pistola.