Realidade

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Eu não tinha escapatória, precisava do emprego, não podia me envolver com Charles e tinha que ajudar ele.

Enquanto Charles ainda estava digerindo a notícia, comecei a escrever no papel um texto para ele convencer Alex que ele não abandonaria e que neste momento ele iria estar ali para ela.

Comecei escrevendo baseado nas informações que eu tinha.

" Eu estava encarando Nicole por que não confio nela, ela pode estar levando informações nossas para Red Bull. Eu vi ela íntima com Mark e estou desconfiando dela, eu vou falar com Fred. Era isso Alex e quando eu voltar vamos ao médico, vamos estar juntos nessa. "

Charles leu o papel e começou a falar o que estava escrito, eu fui acalmando ele e esperando, ele concluir, sua  voz ficava a cada palavra  embargada.

- Charles, meu amor, eu fiquei com tanto medo de você ter se envolvido com aquela mulherzinha. Também acho que ela pode ser uma traidora. Você tem que entregar ela para Vasseur.

Eu não tinha mais força para escrever... Charles então continuou a farsa sozinho.

- Eu não posso ser leviano, vou checar primeiro. Bom vou desligar tá tarde, na terça vamos ao médico

- Claro meu amor, seremos uma família feliz.

- Até se cuida Alex.

- Nós te amamos, Charles, eu e nosso ou nossa filha agora.

Eu estava tentando digerir tudo o que tinha acontecido.

- Eu não imaginava isso. Charles me olha com uma lágrima escorrendo pelo seu rosto.

- Tá tudo bem. Vamos esquecer tudo que aconteceu até aqui. E se você quiser falar com o Vasseur tá tudo bem. Eu não sei mais o que te dizer....

Eu estava tremendo e Charles estava processando tudo que tinha acontecido.

- Eu vou indo.

Estou saindo e Charles segura meu braço.

- Antes eu preciso te falar, antes de tudo que aconteceu aqui, eu tinha decidido terminar com a Alex e eu queria que nos tentássemos..

Eu não deixei Charles falar. Interrompi ele e eu não conseguia pensar em mais nada.

- Charles, não, você vai ser pai! Tem que pensar na família que você vai formar agora.

Ele abaixou a cabeça, e escutamos batidas na porta, era o jantar para dois, servido em uma espécie de carrinho com flores e vinho.
Acho que era para ser um jantar romântico, e virou uma indigestão.

- Eu preciso ir, acho que eu já te ajudei.
Os olhos verdes do rapaz suplicavam para eu não ir, mas ele sabia que não era justo ele me pedir para ficar.

- Vou ligar para Lorenzo, eu preciso de alguém aqui comigo.

- Ok.

Eu saí, e fui para o meu quarto. Como eu sou tão trouxa assim. Eu não queria aceitar, mas no fundo eu sabia que eu estava gostando de Charles.

Fiquei por quarenta minutos rolando na cama. Eu não iria conseguir dormir, decidi ir até o bar do hotel, precisava beber algo para me acalmar.

Desci e quando estava sentada tomando minha dose de uísque, vi Lorenzo entrando no elevador.
Pelo menos sei que Charles não vai fazer nenhuma besteira.

Tomei 4 doses, já sentia meu corpo mais leve, resolvi subir para meu quarto, eu estava no andar abaixo de Leclerc me joguei na cama, não tirando nem minha roupa. Eu não queria pensar em nada agora. Só esquecer Charles e a família de margarina que ele iria formar.

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