Capítulo 18

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Ao passar pela porta, vejo o Igor em pé, de costas para mim, com uma das mãos no bolso, enquanto a outra segura um copo de uísque. Permaneço imóvel por alguns momentos observando-o e tentando entender o que aquilo significa.

Ele parece relaxado, esperando por algo.

Está esperando por mim?

Meu coração dispara dentro do peito e a ansiedade toma conta do meu corpo conforme eu compreendo que ele armou tudo isso.

Por quê?

— Senhor? — Chamo insegura, desesperada para saber o que está acontecendo.

— Julia — meu nome é pronunciado diferente de todas as outras vezes. Dessa vez ele carrega consigo intensidade e expectativa.

Ele repousa o copo na mesa de centro e caminha lentamente na minha direção.

— O que está acontecendo? — De repente tomo consciência de que estou vestida como odalisca e inesperadamente não me sinto envergonhada, pelo contrário, me sinto confiante. Lembro de como seus olhos queimaram nos meus no primeiro evento que estive na mansão. Um arrepio percorre minhas costas. — Catarina me disse que precisava de mim — deixo as palavras morrerem quando ele chega cada vez mais perto, determinado a diminuir a distância entre nós.

— Sim, fui eu que pedi — no canto dos seus lábios surge o sorriso malicioso que eu tanto adoro. Ele finalmente quebra a distância, chegando muito perto. Caminha ao meu redor, passando levemente os dedos pelo meu cabelo solto, e em determinado momento, ele pega uma mecha, levando ao seu nariz.

— Por quê? — sussurro simplesmente, pois não consigo raciocinar com o seu corpo tão próximo ao meu. Sinto o seu calor e o seu cheiro inebriante me envolvendo de uma maneira que me deixa tonta.

— O que você acha, Julia? — Ele para na minha frente, coloca um dedo no meu queixo, levantando meu rosto para que nossos olhares se encontrem.

— Não sei... — sussurro ainda mais baixo.

— Porque eu estou enlouquecendo! — De súbito ele se afasta. Passa as mãos pelos cabelos, nitidamente nervoso, tentando controlar algo que queima dentro dele. Raiva, talvez? — Desde quando te vi espiando pela porta do meu quarto — ele joga a cabeça para trás, com os olhos fechados e respira profundamente, provavelmente lembrando do momento —, e depois, como se não bastasse, você dançando de uma forma absolutamente sexy. — Seus olhos voltam aos meus com muita intensidade. — Eu não consigo parar de pensar em você, Julia... Estou enlouquecendo — ele repete.

Meu peito sobe e desce pela respiração descompassada. Estou em choque. Absolutamente em choque.

— Dança pra mim — ele diz, novamente com a voz serena, quase que implorando, enquanto se senta com os braços abertos e apoiados no encosto do sofá —, por favor.

Mesmo que eu quisesse, não conseguiria dizer absolutamente nada. É um daqueles momentos na vida que se agarra com todas as forças, pois você sabe que nunca mais se repetirá.

Sem quebrar o contato visual, aperto o play do meu celular, e largo no chão de qualquer jeito, hipnotizada pelo homem mais lindo que já vi, bem diante de mim. Imediatamente a música preenche o ambiente e eu danço. Me aproximo cada vez mais enquanto bato o quadril no ritmo da música árabe, me deixando envolver pelo momento. Ele me observa com tanto desejo, que fico extasiada.

Permanecemos em silêncio.

Eu danço e ele me admira.

Em determinado momento, quebramos o contato visual, pois os olhos dele descem pelo meu seio, meu quadril e pernas e voltam novamente para os meus seios. Vejo a expressão do seu rosto mudando conforme seus olhos caminham pelo meu corpo. Ele é dominado pela luxúria.

O MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora