Capítulo 25

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Estou entrando em casa após levar minha mãe ao médico que o Igor agendou, quando recebo uma mensagem dele no celular perguntando como foi a consulta. Sorrio satisfeita em saber que ele enviou sua primeira mensagem para mim. Eu jamais teria tomado a iniciativa e imagino que esse gesto seja um passo a mais em direção ao que quer que esteja se formando entre nós.

O que dizer da consulta? Foi maravilhosa! O médico se mostrou interessado em tudo o que falamos a respeito dos sintomas, dos nossos medos e possíveis diagnósticos. Para ser sincera, estou chocada com o atendimento. Nunca na minha vida imaginei que uma consulta médica poderia durar mais de uma hora. Ele levou em consideração todo o histórico de saúde da minha mãe, atento a todos os detalhes, inclusive aos que aparentemente não tinha relação com os sintomas atuais. O médico explicou sobre a medicina integrativa, uma medicina que leva tudo o que acontece ou aconteceu durante a vida em consideração, para um diagnóstico correto além do melhor tratamento e qualidade de vida. Nada comparado ao que temos no atendimento público, onde uma consulta leva no máximo quinze minutos e os médicos nem olham para a nossa cara. Claro que há exceções, mas nunca tive o privilégio de ser entendida por esses raros médicos.

Digito uma resposta resumida, que foi ótimo e que ele pediu diversos exames. Ainda não pensei como faremos todos esses exames que ele solicitou, vou ver o que eu consigo agendar pelo sus e os que eu não conseguir, tento agendar em alguma clínica particular. Ainda com o celular em mãos, decido perguntar como foi a reunião. A resposta veio logo em seguida, dizendo que foi como esperado, seja lá o que isso quer dizer.

Nos despedimos com a promessa que ele ligaria a noite.

Mal posso esperar.

Ao levantar os olhos do celular, encontro minha mãe sentada no sofá me observando atentamente e me deixando envergonhada ao ser flagrada com sorriso no rosto, praticamente em êxtase por receber uma mensagem de Igor.

- Filha, podemos conversar? - Ela pergunta, mas não espera uma resposta enquanto dá algumas batidinhas no assento do sofá ao seu lado.

- Sim, mãe - digo ao me sentar.

- Ainda não falamos sobre a presença do Igor aqui em casa hoje cedo - ela começa, mas logo interrompo achando que vou levar uma bronca.

- Me desculpa... - mas não consigo terminar, pois ela coloca sua mão sobre a minha, me silenciando.

- Escuta - ela pede -, quero apenas dizer que você já é adulta e sabe o que faz - ela sorri com doçura, me deixando surpresa. Acho que ainda tenho internalizada a minha versão adolescente onde era proibida de fechar a porta do quarto quando o Henrique vinha nos visitar -, mas peço para que tenha cuidado e se cuide. O Igor é bem-vindo aqui em casa, inclusive para passar a noite, mas não pretendo ser avó tão cedo.

- Eu gosto dele, mãe - digo rendida, cansada de tentar controlar esse sentimento que teima em crescer dentro do meu peito.

- Eu sei - ela sorri ainda mais.

- Isso me assusta pra caramba - confesso.

- Antes se arrepender e quebrar a cara, do que passar a vida se lamentando por não tentar buscar a felicidade. - Ela coloca a mão no meu ombro - Eu só quero que seja feliz.

- Obrigada, mãe! - Ela abre os braços e me recebe em um abraço onde me sinto amada e protegida. - Eu te amo.

- Eu também te amo.

Ainda em seus braços, faço uma prece silenciosa para que ela fique bem, que todos os seus problemas de saúde sejam curados e para que eu possa tê-la comigo por muitos anos.

O dia passa tranquilo e eu aproveitei para colocar a casa em ordem para que ela possa descansar e se recuperar logo. Apesar do médico não ter pedido repouso, quero que ela descanse. A sua perda de sangue recente ainda me deixa assustada.

O MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora