Capítulo 26

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Uma nova semana começa e a mansão está uma loucura.

Catarina parece que vai enlouquecer a qualquer momento e somando ao fato que não sei o que esperar quando encontrar com o Igor, parece que vou enlouquecer também.

Mesmo depois de conversarmos na sexta-feira e ter decidido que o que quer que esteja nascendo entre nós, deixaríamos acontecer, não ficou claro para mim como seria aqui na mansão. Ele ainda continua sendo meu patrão e eu sua empregada, então espero que durante a hora de trabalho possamos respeitar essa hierarquia, pois não quero dar motivos para falatórios, principalmente por causa da Sheila, que deixou bem claro suas intenções em relação ao Igor.

Algo se remexe dentro de mim ao pensar na peste. Espero que ela fique no seu lugar e não cause problemas.

Pelo que entendi, haverá mais um evento no fim de semana e não sei o que pensar a respeito. Impossível não lembrar quando o vi pela primeira vez, no meio das pernas daquela mulher e uma onda de ciúmes me atinge com força.

A ansiedade me domina e deixo transparecer quando derrubo no chão da sala o vaso que estou tirando o pó. Ele se desfaz em mil pedaços.

— Que droga! — tampo meus olhos com ambas as mãos, sem querer olhar para o estrago que eu fiz, como se ele pudesse sumir magicamente. — Droga, droga, droga!

Abaixo e começo recolher os cacos quando escuto os passos descendo as escadas.

— É só um vaso — Igor se aproxima com um sorriso doce nos lábios.

— Espero que não seja importante — ele estende sua mão me convidando a levantar —, me desculpe.

— Não era — ele dá de ombros e se inclina para me beijar.

Me afasto e no mesmo momento vejo a desaprovação no seu rosto.

— Não podemos — explico rapidamente para que ele não pense que o estou rejeitando —, estou trabalhando.

— O caralho que não podemos — ele puxa meu corpo e não há como resistir. Ele cola nossos lábios e me rendo completamente. — Bom dia! — Ele sussurra em meus lábios.

— Bom dia — sorrio sem graça, porém feliz.

Olho em volta e agradeço mentalmente que ninguém presenciou nossa cena romântica.

— Desci só para te dar um beijo — ele coloca uma mecha de cabelo que soltou do meu rabo de cavalo atrás da minha orelha —, estarei no escritório o dia todo.

— Tudo bem — dou um passo para trás mesmo que a minha vontade seja de fazer exatamente o oposto.

Ele mantém seu olhar no meu por um momento e um vinco aparece entre suas sobrancelhas. Então ele me puxa novamente antes de dizer:

— Sabe que quem manda aqui sou eu, né? — Ele me beija novamente. — Estou na minha casa e posso beijar minha garota quando bem entender.

Minha garota.

— Igor! — Advirto. — Não estamos em uma situação convencional. É complicado!

— Não é, você que está complicando — ele levanta uma sobrancelha desafiando a contestá-lo.

— Tem os outros empregados — explico — não quero que pensem besteiras de mim.

Igor parece compreender o que digo e não insiste novamente.

— O que te deixou chateada? — Não compreendo o motivo da pergunta.

— Não estou chateada.

— Está sim — ele aponta os pedaços do vaso no chão, mostrando que contra fatos não há argumentos.

O MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora