Tudo correu bem durante a semana, exceto pelo fato de o Igor permanecer o tempo todo em seu escritório, trabalhando em algo que ele ainda não se sentiu à vontade em me dizer. Durante toda a semana não dormimos juntos e apesar dele me garantir que era por excesso de trabalho, senti sua falta. Muito.
A mansão, como das vezes anteriores nas vésperas de evento, estava uma loucura. Dona Maria aparentava um cansaço maior que das últimas vezes, e fico me perguntando se a sua idade era a responsável pelo seu abatimento. Afinal, o ritmo intenso de um evento poderia estar sendo demais para a senhora suportar.
— Dona Maria, me diga o que fazer para ajudá-la — insisti, pois queria que ela descansasse um pouco.
— Você já tem suas tarefas, menina — seus olhos encontram os meus e posso ver perfeitamente o cansaço estampado nos seus olhos —, não vou sobrecarregá-la.
— A Sheila pode assumir minhas tarefas por hora — dou de ombros —, não é como se eu fosse levar uma bronca do patrão — pisco para ela na tentativa de convencê-la a me deixar ajudar.
Dona Maria e Seu Arnaldo presenciaram minha interação com o Igor durante essa semana. Apenas na frente deles me senti a vontade de agir naturalmente, sem esconder nosso relacionamento. Eles presenciaram nossas despedidas diárias quando a maioria dos funcionários tinham ido embora. À noite, na mansão, os únicos que permaneciam era o casal e poucos seguranças na parte externa. Seu Arnaldo me levou em casa todos os dias, enquanto o Igor permanecia trabalhando.
— Tudo bem — ela enfim cedeu me permitindo ajudá-la.
Pedi para que ela descansasse enquanto eu assumia a sua função na cozinha. Enquanto eu estava adiantando a janta, Catarina chegou e apesar de ela estranhar eu estar no fogão e dona Maria sentada, não comentou sobre o assunto.
— Julia — ela diz após um momento de silêncio para entende a situação —, Igor está pedindo para você levar um café para ele no escritório.
Ouço um resmungo da Sheila, sem entender o que ela realmente disse. Nos olhamos brevemente antes de eu desviar os olhos, mas foi o suficiente para perceber todo seu ódio por mim.
Sinto muito, Sheila.
Preparo o café e coloco em uma xícara. Quando estou saindo da cozinha, ouço ela dizer:
— E a bandeja? — Ela pergunta alarmada, como seu estivesse cometendo um crime em servir o café com tamanha informalidade.
Meu sangue ferve e sinto uma necessidade avassaladora de colocá-la no lugar dela.
— Não há necessidade — digo simplesmente, mesmo que a minha vontade fosse mandar ela calar a boca, pois já havia servido o café do patrão nua e descabelada após ser deliciosamente fodida por ele. A bandeja realmente não faria diferença.
Deixo Sheila se remoendo sozinha e subo as escadas em direção ao escritório.
Bato na porta antes de abri-la com uma das mãos enquanto seguro a xícara com a outra. Coloco o rosto dentro da sala e digo:
— Trouxe o seu café.
— Venha aqui — ele pede. Entro, coloco a xícara em sua mesa e me aproximo. Ele fecha a tampa do notebook antes que eu possa espiar qualquer coisa. — Estou com saudade. — Ele me puxa para o seu colo e beija meus lábios.
— É aqui que está se escondendo de mim? — Olho em volta me dando conta que essa é a primeira vez que entro aqui. Tanto a mesa quanto a poltrona em que estamos sentados é de madeira escura, bem masculina. Há quadros decorando a parede, uma imensa janela com vista para o jardim, além de ser muito limpo e organizado. Me pergunto se é Sheila quem faz a limpeza.
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O Magnata
Short StoryRomance erótico não recomendado para menores de 18 anos.🔞 Julia é uma jovem desempregada que precisa cuidar de sua mãe adoentada. Desesperada e sem dinheiro, sua busca por emprego está de mal a pior, por isso aceita um bico de garçonete em uma mans...