Capítulo 21

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O fim de semana passou voando, e posso dizer com toda a certeza, que foi o melhor de toda a minha vida.

Passamos o tempo todo um nos braços do outro, curtindo cada momento. Revezamos entre a cama, a cozinha e o sofá. No sábado à noite tentamos assistir um filme, mas nem preciso dizer que não o vimos até o fim. Em certo momento, estávamos nos pegando no sofá e acabamos na cama novamente.

É domingo.

Igor está me levando para casa no seu carro particular.

O silêncio predomina e me perco nos meus pensamentos.

— Está tão quieta — ele diz enquanto mantém seus olhos na pista. — No que está pensando?

— Estou pensando em amanhã — digo sincera, virando levemente meu corpo na sua direção.

— E o que está te deixando tão preocupada? — Ele me olha brevemente antes de voltar os olhos para frente.

— Nada demais... — não sei como dizer que estou morrendo de medo de chegar amanhã para o trabalho na mansão e as coisas voltarem a ser como antes. Ele, o magnata inalcançável; e eu, a simples empregada. — Só estou pensando em amanhã.

Ele respira fundo, compreendendo o que quero dizer. Põe a mão na minha perna em uma tentativa de consolo. Sei que as coisas são como são, e tinha total consciência quando aceitei embarcar nessa aventura.

É claro que chegaria ao fim.

Ele foi muito transparente ao pedir que eu passasse o fim de semana com ele. Sempre houve um prazo de validade, mas mesmo sabendo, meu coração parece ter sido esmagado dentro do peito.

Talvez, no fundo, eu tivesse a esperança do ser diferente no final, mas contos de fadas não existem. E essa é a vida real. Não posso esquecer.

O seu silêncio não me deixa esquecer.

Paramos em frente a minha casa. Após estacionar, ele desliga o carro e olha para mim.

Chegou o momento em que eu mais temia: a despedida. É o fim do sonho que nós vivemos no fim de semana. Amanhã seremos novamente o Magnata e a Sta. Julia, e sinceramente não sei se vou conseguir esquecer o que vivemos e voltar aos nossos papéis de antes. Porém não tenho alternativa. Ou é isso, ou pedir demissão; e me afastar dele não é uma opção para mim. Não depois de saber como é estar em seus braços.

— Obrigada por aceitar passar esses dias comigo. — Ele leva uma das minhas mãos aos seus lábios e beija suavemente.

— Foi um prazer! — Digo sincera. — Também quero agradecer por esses dias, foi incrível!

E foi mesmo. Se ele soubesse o quanto foi importante para mim estar na sua companhia, de senti-lo dentro de mim, de saber que sou capaz de sentir um prazer imensurável, nunca imaginado, saberia o quanto sou grata.

Permaneço no carro por mais alguns momentos, sem conseguir descer. Ele percebe e diz:

— Vem aqui — ele me abraça e sela nossos lábios docemente. Dessa vez não é um beijo apaixonado. É um beijo triste, com sabor de despedida.

Sem conseguir estender o sofrimento, desço repentinamente do carro e não olho para trás.

Entro em casa e choro.

Compulsivamente.

Acabou.

— Julia? — Minha mãe se aproxima preocupada, pois nunca me viu nesse estado. — O que aconteceu?

— Ah, mãe — corro para seus braços que logo me envolvem —, eu fiz besteira!

Ela afaga meus cabelos e me permitem chorar antes de mais nada. Ela sabe que preciso desse momento para extravasar e me acalmar, antes de conseguir falar.

O MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora