Está escurecendo quando saio da casa do Henrique, meu namorado. Temos um relacionamento sério — e morno — há três anos, mas não sério o bastante para ele me pedir em casamento e dividir comigo os problemas de saúde da minha mãe. Entre consultas médicas e remédios caríssimos, uma batalha é travada todos os dias na busca do seu conforto e bem-estar.
Estou indo para casa, pois não poderei passar a noite com ele hoje, como deveria ser. Noites ardentes de sexo é algo inimaginável para nós, não só pela falta de tempo, mas de libido também. Definitivamente não consigo relaxar e curtir a relação, imaginando se minha mãe está bem ou se está com dor. Minha amiga e vizinha que ficou com ela essa noite para que eu pudesse sair e me divertir um pouco não ligou precisando de ajuda, mas mesmo assim, não consigo parar de me preocupar. Então, estou voltando para casa para que ela possa retornar para o seu marido e filhos, e para que eu assuma a minha responsabilidade.
Enquanto estou sentada no ônibus, lembro quando o Henrique passou as mãos por dentro das minhas coxas e levantou a barra da minha saia, dizendo: "Relaxa, Julia!" Investindo seus dedos para dentro da minha calcinha; contudo, o que encontrou ali foi algo tão seco e sem graça que ele mesmo perdeu o tesão. A partir daí, o clima acabou, achei melhor pegar a minha bolsa e ir embora. Foi o que fiz.
Cheguei em casa e a primeira coisa que vi foi a Roberta, minha amiga, falando no telefone e aceitando uma proposta de emprego. Ela estava radiante ao desligar e contou que adorava quando essas oportunidades apareciam, pois faturava uma grana extra.
— Vira e mexe, minhas colegas me arrumam um bico na casa desses magnatas, para trabalhar à noite, servindo como garçonete durante uma festa. — Ela sorri radiante e bate palmas animada. — Nem acredito que vou pagar as contas e ainda sobrar um dinheiro esse mês. Acho que vou conseguir levar as crianças no Mc Donald's!
Fico me perguntando o quanto que ela recebe por noite para estar radiante dessa maneira. Seria o suficiente para comprar os medicamentos que minha mãe precisa para o próximo mês?
— Rô? — Chamo timidamente. — Como faço para conseguir um bico desse também? — O desemprego e a falta de oportunidade estão me deixando cada dia mais aflita e ansiosa.
— Vou te passar o contato da Olivia, a mulher que arruma os serviços. Manda um recado para ela, dizendo que foi minha indicação, e veja se ela consegue te encaixar nessa festa do final de semana.
Ela digita algo no celular e logo em seguida o meu aparelho apita. Abro, e na tela está o contato dessa tal Olivia. Minha cabeça já está trabalhando e buscando alguém que possa cuidar da minha mãe enquanto eu estiver fora, caso eu consiga o trabalho.
Me despeço da Roberta e vou até o quarto dela que dorme profundamente. Seu rosto abatido mostra o quanto a doença está avançando nessas últimas semanas. Sem plano de saúde e recursos financeiros, fico de mãos atadas e sem saber o que fazer por ela. Apesar de seguir todas as recomendações que os médicos do SUS passam, sinto que não é o suficiente, que eu poderia fazer mais, que os próprios médicos poderiam fazer mais caso tivéssemos condições para isso. E quando falo condições, me refiro ao dinheiro. É incrível o que ele é capaz de fazer.
***
Estou no meu quarto me preparando para dormir, quando recebo uma mensagem do Henrique. Há uma foto dele deitado na cama, apenas com uma cueca samba-canção. No seu rosto, há um sorriso travesso. Ele segura firmemente seu membro ereto por cima do tecido, e na legenda está escrito: "Boa noite, vou sonhar com você!"
É inegável que ele está tentando apimentar a nossa relação. Acredito que tem algo errado comigo, porque ao ver meu namorado seminu, não desperta em mim o desejo sexual que deveria. Contudo, reconhecendo o seu esforço em melhorar o nosso relacionamento, tento retribuir, mesmo que por obrigação. Visto a minha camisola favorita e deito na cama, abro ligeiramente minhas pernas e faço como ele. Coloco uma das minhas mãos sobre minha parte íntima e puxo ligeiramente minha calcinha para o lado, expondo um pedaço pequeno da minha área íntima. Bato uma foto e envio com a legenda "boa noite".
Deixo o meu antigo celular de lado e fecho meus olhos, imaginando-o aqui ao meu lado, que minha mão é a dele. Movimento delicadamente meu clitóris com movimentos circulares, da maneira como me lembro gostar. Chupo meus dedos e volto a me tocar, umedecendo a região e facilitando o contato.
É prazeroso.
Me distraio facilmente e forço minha mente a voltar a pensar no Henrique. Será que ele está se masturbando e pensando em mim? Enfio um, depois dois dedos no meu canal vaginal e percebo uma leve umidade. Meus pensamentos teimam em vagar para longe dele, mas volto a massagear meu clitóris, pensando em cenas sensuais de alguns filmes e livros que li, acelerando os movimentos até que finalmente sinto a vertigem acompanhada de um formigamento no ventre e gozo.
Sem me dar o trabalho de me limpar, viro para o lado, curtindo essa sensação bem-vinda e rara de relaxamento, e durmo.

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O Magnata
Short StoryRomance erótico não recomendado para menores de 18 anos.🔞 Julia é uma jovem desempregada que precisa cuidar de sua mãe adoentada. Desesperada e sem dinheiro, sua busca por emprego está de mal a pior, por isso aceita um bico de garçonete em uma mans...