Capítulo 3

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Às 6 da manhã, Jane abriu as cortinas do quarto de Mirabel.

- Desculpe acorda - lá tão cedo, senhorita. Mas a duquesa pediu para que assim que o café fosse servido a senhorita já pudesse estar lá para comer. Logo em seguida, terá a apresentação a governanta, que irá lhe ensinar o básico da etiqueta para o baile de sábado.

Aquela conversa toda às 6 da manhã deixou a jovem irritada. Se sentia cansada e não estava muito animada para essas tais aulas de etiqueta, mal sabia segurar os talheres corretamente. Mas, como não podia nem chegar a reclamar de toda a hospitalidade que tinha recebido, se levantou e escolheu uma das roupas postas para ela em cima da cômoda.

Se vestiu com um vestido casual longo, com bordados brancos e tecido rosa claro. É de longe a coisa mais bonita que já vestiu na vida, demorou alguns segundos se admirando no espelho... Logo em seguida Jane veio arrumar seus cabelos em um coque bonito e bem feito. Calçou um sapato fechado branco sem salto e foi com sua dama de companhia, Mary, para a refeição matinal.

Chegando lá, seu primo, com seus cabelos loiros e olhos castanhos como folha seca, sorriu para ela e a cumprimentou com a cabeça. A duquesa ao ver que sua sobrinha tinha chegado, se levantou para abraça - lá e a direcionar para uma cadeira ao lado dela. Antony já havia saído para resolver problemas com o rei, mais precisamente estratégias de tomada de território no oriente médio, com sua saída para o interior o rei já havia esperado demais os seus conselhos e logo que o galo cantou, Antony já estava se deslocando para o castelo.

Após se sentarem, Jane apareceu parar servi - lá. A mesa estava farta, com bolinhos, chá, cadê, biscoitos e outras coisas mais. Ela pediu que lhe servissem uma xícara de café com leite e pegou um bolinho com cobertura de chocolate.

- Dormiu bem, querida? - Sua tia lhe perguntou, observando atentamente como ele comia para poder falar ao professor em particular o que ele precisaria corrigir.

- Se tiver sido acordada como eu, provavelmente não. - Albert respondeu primeiro, fazendo uma espécie de olhar bravo para a mãe.

Mirabel olhou para ele querendo rir, mas resistiu.

- Dormi sim senhora, obrigada por tudo que tem me feito! - Ela realmente estava grata, nunca pensou que sequer sairia daquela casa horrível e agora estava ali em frente a uma mesa cheia de comida boa e cercada por pessoas que se preocupavam com ela.

- Que isso, não precisa agradecer. Somos sua família, você está onde sempre deveria ter estado. - Ela olhou feio para o filho e depois bebeu um gole de seu chá. - Perdoe o seu primo, ele fica de mal humor ao ser acordado.

Ela definitivamente se identificava com Albert, mas apenas abanou a mão e sorriu educadamente. Albert deu de ombros em resposta, comendo um biscoito de gengibre.

- O seu tio saiu para resolver negócios com o rei e pediu para que pedisse perdão por não estar no café da manhã. - Finalizou Beatriz.

Após terminarem de comer, Beatriz se certificou de que a governanta fosse apresentada a Mirabel e então começaram a aula de etiqueta. Estavam na sala de estar, que possuía uma lareira que pegava até o teto, sofás de couro cor creme e um tapete enorme da cor de um amarelo claro. O charme principal era os diversos arranjos de flores coloridos espalhados pela sala, com rosas de todas as cores. Mirabel temeu derrubar algum sem perceber e se manteve mais no centro do cômodo, onde havia menos risco.

A governanta pediu para que Mirabel ficasse em pé e analisou sua postura, então entortou o nariz. Pediu para que Jane pegasse livros na biblioteca da casa e aguardou até que lhe entragasse. Havia 4 livros em sua mão.

- Vou demonstrar como a senhorita deve agir, com esse livros conseguirá encontrar o equilíbrio adequado. - Primeiramente colocou os livros em sua própria cabeça e andou alguns passos até o fim da sala de estar e voltou, então lhe deu nas mãos para que ela a imitasse.

Desconcertada, colocou os livros na cabeça. Mal havia saído do lugar quando o livro caiu fazendo um alto barulho no chão de madeira. A duquesa reprimiu um risinho sentada na poltrona, de onde observava tudo.

A governanta colocou a pilha de livros na cabeça dela novamente e ajeitou sua postura. Segurou os ombros dela e colocou a mão na sua coluna fazendo com que ficasse de forma correta.

Apenas conseguiram dar um passo e o livro caiu, ela havia abaixado a cabeça um pouco, o que foi suficiente para que desse errado e a postura falhasse.

- Não abaixe a cabeça, doce menina. Segure o pescoço, não mexa demais. - Foi corrigida pela governanta.

- Me perdoe, nunca precisei aprender esse tipo de coisa. - Ela respondeu tentando realmente dar o seu melhor. Os livros foram colocados várias vezes até que ela conseguisse caminhar até a sala sem derrubar todos os livros. A última tentativa foi a melhor, em que ela não derrubou nenhum. Passaram a manhã toda nessa sessão de tortura nobre e então foram almoçar.

Mirabel não teve vergonha de comer muito, estava faminta. Esforçou demais para conseguir segurar aqueles livros e não decepcionar a tia. Albert apareceu, não controlando a risada que viu a prima esbanjando cansaço diante da mesa de refeição. Ele se sentou ao lado dela e lhe entregou um copo com água gelada.

- Pelo visto minha mãe já começou os trabalhos com as regras de etiqueta. - Ele sorriu solidariamente para ela. - Lamento por você, mas não há nada que possa fazer para te salvar disso.

Ela olhou para ele e sorriu agradecida pela presença dele ali. A duquesa havia se sentido um pouco mal e pediu desculpas, mas comeria em seu quarto. A seção de etiqueta a mesa passou para o dia seguinte, quando Beatriz pudesse acompanhar estando disposta. Seu tio só chegaria para o jantar.

- Sr. Albert. - O mordomo ( um idoso vestido de um terno azul impecável com detalhes em dourado ) chamou seu primo pela porta da cozinha. - Sinto em avisar dessa forma, mas uma visita chegou de surpresa para o senhor. - Olhando então para Mirabel, sorriu docemente. - Boa tarde, senhorita, espero que o almoço e a estadia estejam a agradando.

Ela sorriu para ele tímida e Albert se voltou para a porta para olhar para a sua direção.

- Mande entrar Albert, estou me sentindo um pouco indisposto ainda por conta da viagem massante de ontem. - Ela também se sentia assim, mas evitava comentar para não magoar a tia.

Então o mordomo saiu e segundos depois voltou acompanhado de um homem de 1.80, cabelo moreno, pele bronzeada. Mirabel se engasgou com seu suco de laranja e tentou disfarçar olhando para outra direção.

Albert se levantou de imediato, abrindo um sorriso enorme.

- Louis! Quanto tempo meu amigo, não sabia que estaria por aqui. Pensei que só voltaria na semana que vem. - Deu logo um abraço apertado no homem que Mirabel mal conseguia olhar sem corar.
- Devo lhe apresentar uma pessoa. - Ela paralisou quando os dois olharam fixamente para ela. Percebeu que os olhos do estranho era de um verde como pastos verdes e se sentiu completamente admirada. Só depois de alguns segundos percebeu que tinha que se levantar pois estava sendo mal educada, então fez isso desajeitadamente.

- Mirabel, conheça Sr. Louis Hyde, um grande amigo de nossa família e meu particular melhor amigo. - Louis olhou Mirabel com profunda atenção, não disfarçando nem um pouco e deixando Albert levemente enciumado. - Louis, lhe apresento a mais nova marquesa de Montbane.

Louis caminhou até ela e com um gesto delicado, beijou a mão da jovem.

- É um prazer conhece - lá senhorita.

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