Capítulo 25

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Era sábado à tarde e Louis tinha acabado de chegar de uma cavalgada com o lorde da família Shelley. Depois da visita de Mirabel, ele tomou banho, se deitou e acordou em uma baita ressaca. Sentia raiva de si mesmo, de seu genitor e uma sensação humilhante. Mirabel o havia consolado enquanto ele estava bêbado, o gosto do álcool estava amargo em sua boca e toda hora vinham flashs dele chorando enquanto ela lhe afagava os cabelos. Prometeu a si mesmo que nunca mais beberia.

Passou a semana participando de eventos sociais, sempre recebia olhares e fingia não perceber já que estava determinado a voltar para a vida em sociedade. Foi ao teatro, participou de competições de tiro no parque, visitou museu, enfim, tudo que estava ao seu alcance, ele tentou. Iria no baile que teria esta noite, lá dançaria com algumas moças e estava determinado a deixar Mirabel em paz. Ele só se envolveria com ela depois que realmente tivesse a confiança dos mais influentes da sociedade.

Mirabel passou a semana em um estado de puro nervos. Leu no jornal, que Albert lhe entregou enquanto ela tomava o café da manhã e saiu logo depois sem falar nada, que o pai de Louis havia se suicidado.

A manchete do jornal dizia: "O marquês de Hyde realmente foi assassinado? "

Obviamente era um título para chamar a atenção, pois no mesmo artigo se dizia que a autópsia havia sido disponibilizada para eles com a autorização do próprio Louis Hyde. Na autópsia constava: "Lesão cerebral traumática causada por um projétil de arma de fogo." Além do fato de que o Marquês tinha escrito a carta para o filho e possuía pólvora nas mãos.

No final do jornal dizia que Louis já havia assumido todas as propriedades e resolveria as questões pendentes de herança e controle de dívidas nas próximas semanas.

Ela ficou feliz que a verdade foi revelada e que Louis finalmente pararia de ser chamado de assassino, mas ficou triste por tudo que ele lhe contou e frustrada por não poder transformar a família de Louis em um povo acolhedor e que o amassem.

Neste momento, Mary estava terminando de ajustar o vestido em Mirabel enquanto Jane escolhia que jóias seriam melhores para ela. Jane costumava ficar mais na parte de cuidar no preparo do banho, arrumar quarto, tudo em relação a existência de Mirabel dentro da casa Belmonte, por isso quase não se viam.

Ela tinha escolhido como seria seu novo vestido junto a duquesa, que tinha a levado para estilista e no dia anterior fez a última prova e trouxe para casa. Ele era vermelho, com mangas e longo, com o tecido em veludo, pois a noite o outono já havia começado a marcar presença com temperaturas mais baixas.

Inspiração do vestido:

- Eu acho que esse vai ficar perfeito na senhorita

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- Eu acho que esse vai ficar perfeito na senhorita. - Ela pendurou o cordão enorme de ouro e safira nas mãos. Mirabel usaria esse cordão e um pequeno conjunto de brincos em ouro, ambos em ouro branco.

Estava pronta às 19 horas, o baile começaria às 8:30 e ela tinha marcado para se encontrar com Albert às 19:20 para praticarem um pouco de valsa no salão de festas da residência Belmonte. O último baile não a deixou muito encorajada a arriscar novamente na dança, mas quando ela disse a seu primo que não dançaria com ninguém, ele disse que isso não era uma opção e assim passaram a maior parte das tardes antes do dia do baile praticando por meia hora como se dançar uma valsa. Mirabel teve um erro ou outro, mas realmente Belford quem tinha lhe causado aquela torção com um passo errado, Albert não a fez machucar em momento nenhum. Em uma valsa quem guia a dança é homem com quem a dama está, logo, se ela se machucou, foi porque foi guiada de maneira errada, foi o que seu primo lhe explicou.

Demorou um pouco para chegar ao salão de baile, mas Mary a guiou corretamente  para que ela não se atrasasse tanto. A casa dos seus tios era enorme, se não fosse por sua ama ela nunca teria encontrado o caminho.

- Está atrasada, mas parabéns, arrasou na escolha da roupa de hoje. - Ele bateu palmas duas vezes bricando com ela. Ela respondeu de volta com uma mini reverência e riu.

Treinaram a dança até cerca de quase 8 horas, mas foram chamados pelo seu tio Antony para irem em direção a carruagem. Ficaram esperando a duquesa chegar, pois ela estava em dúvida de qual sapato usaria então chegou somente depois das 8:15. Saíram apressados para não chegar tão atrasados no baile.

Assim que adentraram a residência Darcy, Mirabel percebeu que a família não havia economizado nesta festa. Havia arranjos no salão em cada canto em que puderam colocar, as flores eram rosas brancas e de um vermelho vivo,  coincidentemente combinando com o vestido da jovem.

Mirabel procurou discretamente por Loius, mas aparentemente ele ainda não havia chegado. Suas mãos suavam um pouco e a emoção talvez ver ele inundava sua cabeça a todo instante. Ela definitivamente estava apaixonada, não havia dúvidas quanto a isso, nem mesmo ela duvidava.

Avistou Aurora e James Belford a poucos metros de distância, então esquivou para esquerda e trombou com Adeline Shelley. Ficou feliz de que fosse ela, logo a puxou para um abraço e ficou ao seu lado recebendo a sua companhia. No dia seguinte à sua visita às escondidas a residência Hyde, Mirabel começou a recusar as visitas de Belford, ja tinha cansado de ser simpática e sempre ser ofendida ou menosprezada em troca. James provavelmente nem iria falar com ela esta noite, se ela desse sorte. Sua tia havia lhe repreendido por ter descartado um partidão como aquele, mas logo relevou e deixou a sobrinha em paz.

Mirabel estava começando a escolher sua própria vida, sem sua tia ou sua consciência pesada determinando qual passo deveria seguir e com quem deveria se relacionar. A duquesa estava contente com a aproximação dela com Adeline, pelo menos nisso ela considerava que sua sobrinha tinha acertado.

Estava conversando com Adeline, quando a jovem menina loira apontou o dedo para a pista de dança em choque, também chamando a atenção de Mirabel no processo. Ela olhou para a pista de dança, onde havia vários pares já começando a dançar, quando finalmente reconheceu o que causou o espanto de Adeline.

Era Louis, dançando com uma nobre, no meio da pista de dança.

Ele havia lhe alertado que para se reerguer na sociedade ele faria isso, como ele havia dito mesmo? Se perguntou ela. Ah certo, "Irei aos bailes, dançarei com as nobres, manterei um círculo social e limparei meu nome. Isso é uma promessa."

Ela sabia que aquilo era em prol de um objetivo maior, não teria como ele se manter como um cavalheiro se não fizesse o básico de um solteiro em um baile que era dançar com as jovens nobres que estivessem por lá. Era tudo aparência, mas Mirabel ainda sentiu uma pontada de ciúmes.

Quando Louis girou a jovem com quem dançava e ficou de frente com a direção do lugar onde Mirabel e Adeline estavam, os dois trocaram olhares e o ciúmes que Mirabel sentia se transformou em diversas borboletas mexendo em seu estômago e uma face rosada.

- Ele é bem sexy, não acha? - Adeline sussurrou para ela.

- Quem? - Perguntou de volta Mirabel, também sussurrando.

- O Marquês de Hyde, ele tem um toque misterioso que faz a gente querer chegar perto dele e pedir para que revele seus segredos. - Ela olhava para Louis com os olhos curiosos.

Mirabel quase se engasgou com o ponche que tomava.

- Eu vou ao toalete.

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