Se passaram mais de três semanas, agora Mirabel já estava completamente familiarizada com a vida na alta sociedade. Uma semana atrás a imprensa havia revelado de que a polícia local estava afirmando de que era quase confirmado a inocência do senhor Louis, mas que ainda não tinha terminado a investigação. Foi neste dia, depois de muito tempo, em que Mirabel sentiu um pouco de alívio de sua constante preocupação.
Porém, a sociedade não havia aceitado. Na semana seguinte, quando estava previsto para sair o resultado da autópsia (demorou mais do que o previsto), os nobres de Londres não paravam de fofocar a respeito e comprar os jornais que falavam sobre o caso.
Louis, no entanto, não sabia se queria ser solto. Se fosse liberto, assumiria toda a propriedade e as responsabilidades dos negócios de seu pai e ele nunca se sentiu tão sozinho. Havia perdido o único restante que era seu familiar próximo, não podia cortejar a moça pelo qual ele reconheceu tempos depois de ficar preso de que estava apaixonado, brigou com seu melhor amigo e ainda por cima não tinha ninguém para o ajudar a sair da prisão. Havia contratado um advogado, era o único que tinha ao seu lado no momento.
Mirabel passou o parte do dia tomando sol e passeando no jardim a jovem e sua tia foi a lojista gastar um pouco de dinheiro. Disse que precisava comprar vestidos novos, mas a sobrinha sabia que ela só queria sair de casa e gastar dinheiro um pouco.
Às 15 horas da tarde, como todos os dias desde a semana que Louis foi preso, James Belford vem visita - lá. Mirabel recentemente começou a se questionar se ele realmente vinha para cortejar ou para comer da comida deles. Antes fosse pela comida, pensava ela.
Como sempre, após eles tomarem café juntos e ele falar várias coisas que Mirabel não entendia (sobre os artistas da música clássica e como era a dinâmica dos compassos difíceis nas partituras que seu professor de piano estava cobrando que ele soubesse) e ele também não fazia questão de explicar, ele parecia achar que já tinha feito o bastante e ia embora. Provavelmente nunca lhe ensinaram a cortejar uma mulher, pois se ele havia a elogiado 3 vezes nesses tempos de visita, foi muito. Mirabel ficava chocada de como ele gostava tanto de falar de si mesmo, as vezes até admirava a autoestima do rapaz, era tão convencido que mal percebia quando a sua presença não era bem vinda porque pensava que todos queriam estar perto dele. Tinha pena de Aurora, imagine conviver com um irmão desses todos os dias até se casar!
Pensando nessa linha de raciocínio, foi então que Mirabel teve uma ideia. Após o jantar, decidiu que iria executa- la. Albert estava sentado no sofá ensinando Mirabel uma manobra de xadrez chamada "Gambito da Rainha".
- Dessa forma, você pode elevar seu nível de jogada... - Ele explicava, mas Mirabel já estava com a cabeça em outro lugar desse o momento em que começaram a suposta aula de xadrez.
Albert pegou uma xícara de chá, estava tomando um gole quando Mirabel dedicou soltar a pergunta que iniciaria o assunto.
- Tem andado à procura de alguma mocinha para cortejar, Bert? - Ele se chamavam assim agora, Bert e Mi. Nunca mais comentaram de Louis entre eles, mantendo uma linha limite invisível quanto a esse assunto entre eles. Por isso Mirabel precisava saber sobre as coisas por seu tio, mesmo Albert tenho o mesmo acesso a informações que precisa.
Jornal e informações importantes nunca eram entregues as mulheres, os homens quem normalmente ficavam cientes de tudo. Sempre que Albert e Antony queriam conversar sobre assuntos que " não eram para ouvido de damas", eles se fechavam no escritório. Sua tia as vezes ficava incomodada, uma vez falou a Mirabel.
" As vezes, fico com medo de ser traída e nem mesmo saber disso. Os dois conversam sempre sozinhos, mas acho que meu filho me contaria caso o pai dele um dia me traísse, não acha?" Mirabel ficou completamente constrangida por ouvir essa questão que martelava na cabeça da tia, mas foi sábia ao responder: " Por que ele trairia a senhora, minha tia? Não é todo dia que se encontra uma mulher incrível andando pelas ruas de Londres."
Assim, Mirabel conseguiu sair dessa conversa e ainda fez Beatriz concordar e fazer um levantar de cabeça com orgulho. " Tem razão", ela respondeu a Mirabel.
- Por que a pergunta repentina? - Respondeu ele, na defensiva. Albert não era uma pessoa muito a aberta a falar sobre sua vida e suas vontades, então Mirabel imaginava que ele agiria assim. - O que está planejando nessa sua cabecinha, prima? - A jovem pensou que ele não a conhecesse tanto, mas parece que se enganou.
- Ah, bem... Eu só estava pensando que Aurora é uma menina legal, bonita e...
- Nem pense em continuar essa frase, não mesmo. - Ele cortou ela enquanto falava. Mirabel ficou chocada por a reação dele ser tão fria assim, Aurora não era uma dama que se jogasse fora.
- Mas porque não a cortejaria, meu primo? - Ela perguntou, estranhando a reação tão direta e seca dele.
Albert se remexeu no sofá, completamente desconfortável, já tinha até mesmo se perdido na sua explicação sobre a estratégia que ensinava a ela.
- Eu não estou a procura de ninguém e gostaria que não colocasse ideias como essas na sua mente. Já temos que tolerar James Belford todo dia vindo aqui, já é dose suficiente dessa família na minha vida. - Ele realmente parecia não gostar deles.
- Você e Aurora tiveram algo no passado, Bert? - O rosto dele se fechou e ele se levantou para sair dali. Mirabel permaneceu onde estava, um pouco chocada por ver o primo dessa forma, ele parecia com raiva de alguma coisa. Talvez com raiva dela.
- Queira me desculpar, prima, mas não gostaria me perguntasse sobre essa menina novamente. - Ele deu as costas para sair da sala, mas se virou novamente. - E se quer um conselho... Eu cortaria qualquer esperança que pudesse ter dado a James, essa família não merece pessoas como nós.
E assim, ele foi embora, deixando Mirabel completamente estarrecida. O que essa família havia feito a Albert para ele agir assim?, pensava ela.
Permaneceu ali pensativa, até que viu seu tio adentrar o cômodo onde estava. Antony ainda estava vestido com a farda do exército, o que lhe dava um ar imponente e ainda ressaltava sua beleza. Beatriz, sua esposa, dizia que achava ele mais bonito de farda do que quando estava vestido em roupas sociais para os bailes, então ele ficava cheio de si, orgulho do uniforme que vestia.
- Mirabel, estava esperando ansioso para te ver. Tenho notícias recentes do caso que me perguntou - Comentou seu tio, assim que a viu na sala de estar lendo um livro. Ela se levantou para lhe dar um abraço e cumprimentá - lo.
- Diga, meu tio. - A ansiedade começou a fazer o coração dela bater mais rápido.
- Louis foi solto hoje, foi comprovado que o pai dele se suicidou, ele foi inocentado!
- É sério? - Ela controlou um pouco a felicidade que pulsava em seu coração, usando um tom de surpresa e não de plena melancolia.
- Sim, ele provavelmente já deve estar em casa a está hora, resolvendo todos os problemas que serão jogados no colo dele. Agora ele é o Marquês de Hyde.
Mirabel não conseguiu dormir, a cabeça dela girava em diversas coisas que poderia fazer para tentar conversar com Louis, mas não encontrava maneiras plausíveis para chegar até ele.
A única solução seria sair às escondidas, mas a cabeça da jovem sempre voltava para a mesma questão: Mas será que isso daria certo?
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Floresça
RomanceApós a morte de seus pais, Mirabel tendo somente como figura paterna o seu irmão mais velho, foi sucumbida a todas as tarefas da casa e a uma vida infeliz desde seus 10 anos de idade. Mas de repente, Mirabel se vê cercada de jóias, chás e bailes da...