𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝑜𝓁𝑜 𝒯𝓇𝑒

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Brisa havia conhecido o Círculo Íntimo da Corte Diurna e não era nada do que ela esperava.

Hemera era a segunda no comando, a primeira a assumir a Corte quando Helion faltasse... E ela adorava falar.

Apollo era o General dos Exércitos, e tinha um pequeno problema em montar frases coerentes, sempre sendo redundante ao conversar.

Sigel era o Mestre-Espião, e era mais reservado, mas sempre disposto a provocar os outros membros do Círculo Íntimo.

Aurora era a Curandeira Oficial da Corte, tendo engatado uma conversa de quase meia hora sobre plantas medicinais com Brisa, antes de Helion enxotá-los.

-Acho que gostaram de você - Helion comentou.

-São um dos poucos - Brisa encolheu os ombros, olhando em volta da sala, seus olhos parecendo analisar cada canto.

-Sempre é tão observadora assim? - ele questionou e Brisa o encarou - Está encarando cada canto da sala - explicou e ela suspirou, os ombros caindo.

-Desculpa - Brisa pediu - Eu só não estou acostumada a...Isso - fez um gesto com as mãos.

-Isto o que? - Helion insistiu.

-Ser bem tratada - Brisa respondeu.

-Bom, minha corte é conhecida por ser bem receptiva - Helion comentou e Brisa o encarou, e de repente, o céu se abriu, o sol aparecendo - Aha! Arranquei algum sentimento diferente que fez o sol surgir - ele apontou e Brisa mordeu, o lábio suspirando.

-Não tem ninguém pra levar pra cama, Helion? - Brisa alfinetou.

-Você realmente não tem medo de enfrentar um Grão-Senhor - ele comentou e Brisa suspirou.

-Vocês acreditam no Caldeirão - Brisa comentou - Perderam a moral comigo aí.

-Não acredita no Caldeirão? - perguntou e Brisa negou com a cabeça - Na Mãe? - ela negou novamente - Em que acredita?

-Os Aetherianos têm uma visão diferente da criação do mundo, que diverge bastante das histórias sobre o Caldeirão que são contadas entre as outras Cortes - Brisa começou a explicar - Nós acreditamos que o mundo não foi forjado a partir de um objeto mágico, mas sim nascido de uma dança primordial entre as forças elementais.

-Dança Primordial? - Helion franziu o cenho e Brisa assentiu, o olhar distante.

-No início, não havia nada além de caos, uma mistura incontrolável de energias. Desse caos, quatro entidades emergiram: Aerion, o Espírito do Vento; Hydrion, a Essência da Água; Ignion, a Chama Eterna; e Terrion, a Alma da Terra. Eles não eram deuses, mas sim personificações puras dos elementos, sem forma definida, apenas forças primordiais - ela pausou - Essas entidades começaram uma dança cósmica, uma interação harmoniosa e rítmica. Aerion soprou vida, criando os ventos e as brisas que moldaram os céus. Hydrion fluiu, formando oceanos, rios e chuvas. Ignion trouxe calor e luz, enquanto Terrion forneceu a base sólida sobre a qual tudo poderia existir. Juntos, eles dançaram, cada movimento gerando partes do mundo como montanhas, florestas, desertos, mares.

-E os seres vivos?

-Aethera surgiu após esses quatro primordiais partirem, e ela é considerada a Deusa Mãe. Seu espírito se dividiu em pequenos fragmentos, dando origem aos seres que vivem atualmente.

-Nada de Prythian é aceito na cultura de vocês? - Helion questionou, realmente interessado.

-O Caldeirão para nós não é uma dádiva, e sim uma maldição - Brisa comentou - Acreditamos que ele foi feito para prender e controlar poderes que eram considerados perigosos ou indesejados. É como uma Caixa de Pandora, uma prisão para forças que poderiam perturbar o equilíbrio natural se deixadas livres. Quando falamos do Caldeirão, não pensamos em criação ou em vida, mas em contenção e perigo.

-É... - Helion hesitou - Fascinante.

-É o primeiro féerico que diz isso - Brisa comentou - Todos acham ultrajante não chamarmos pela Mãe ou pelo Caldeirão, clamando ajuda ou algo desse gênero.

-Tenho quase 800 anos, Brisa - Helion argumentou - Seria muito imaturo da minha parte não saber respeitar as crenças de seres que pensam diferente de mim.

-Está mais conservado do que Beron - Brisa comentou e Helion colocou a mão no peito dramaticamente, parecendo chocado.

-Está me comparando com aquele animal? - ele perguntou retoricamente - Ele tem 700 anos a mais que eu.

-Por que se ofendeu tanto?

-Primeiro, que você me chamou de velho, e segundo que ninguém merece ser comparado com Beron.

-Eu tenho 12 anos, até mesmo se você estivesse na puberdade seria mais velho do que eu - Brisa se defendeu.

-Nesse ponto você tem razão - Helion ponderou - Seu quarto está pronto - ele comentou de repente - Vou acompanhá-la até lá e amanhã começamos a visitar as bibliotecas - avisou, estendendo o braço na direção dela.

-Eu não vou me deitar com você - Brisa avisou.

-Eu não iria fazer esse convite - Helion respondeu e Brisa o encarou desconfiada, mas enganchou seu braço ao dele - Ainda - acrescentou e a ruiva fechou a cara, o olhando - Olha a nuvem - apontou, vendo-a começando a se formar.

-Prevejo que ela vai ser bem recorrente a partir de agora - Brisa resmungou.

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Brisa conheceu o Círculo Íntimo de Helion *-*

E vimos que a relação dos dois vai ser bem gato preto e golden retriver 🤭

Decidi criar a parte de Brisa não acreditar na Mãe, e entender o Caldeirão como uma coisa diferente do povo de Prythian para dar mais destaque para o fato de ela pertencer a outra espécie, de um lugar foram de Prythian, e por esse motivo, acreditar em outras coisas

Espero que tenham gostado <3

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Volto em breve!

Sob os Céus do Solstício - HelionOnde histórias criam vida. Descubra agora