-A intenção era encontrar essa bola de cristal? - Helion perguntou, se aproximando.
-Não - Brisa suspirou - Na realidade, eu queria um pergaminho.
-E saiu com uma profecia - Helion comentou - E agora?
-Eu ainda quero o pergaminho - ela respondeu, se afastando da prateleira onde a sua profecia estava, enquanto ainda ouvia a mesma voz repetindo as palavras na sua cabeça.
-Me espere, Brisa - Helion pediu, acelerando os passos para conseguir se aproximar dela - Afinal de contas, o que tem nesse pergaminho?
-Algo que pode prejudicar Beron - Brisa respondeu e Helion a encarou com a sobrancelha arqueada, e fazendo bufar - Não vai matá-lo. Vai suspender os poderes dos Aetherianos que estão com ele. Por isso fiz aquela lista.
-Você quer amaldiçoar eles? - Helion questionou.
-Você faz parecer uma ideia ruim - Brisa resmungou - E eu não quero amaldiçoar eles... Só quero fazer um feitiço que vai suspender os poderes deles.
-Isso é amaldiçoar - Helion respondeu e Brisa rolou os olhos.
-Para de ser careta - ela disse, voltando a caminhar, e Helion suspirou alto, antes de segui-la.
Finalmente, chegaram a uma câmara vasta e imponente. O teto era alto e arqueado, com vigas de pedra que se estendiam em direção às sombras. O chão estava coberto por um tapete de poeira e folhas secas, mas a atenção de Brisa e Helion foi imediatamente atraída por um feixe de luz que irradiava do centro do salão. A luz era esbranquiçada e suave, criando um contraste marcante com a escuridão ao redor.
No centro da câmara, sob o feixe de luz, flutuava um rolo de pergaminho. O rolo estava suspenso no ar, girando lentamente em torno de um eixo invisível. O brilho da luz esbranquiçada fazia com que o pergaminho parecesse quase etéreo, como se estivesse flutuando em uma bolha de energia pura.
Brisa, seus olhos fixos no pergaminho, avançou com passos firmes e cautelosos. Cada passo parecia ecoar no espaço vazio da câmara, mas sua determinação era clara. Helion a seguiu de perto, seus olhos alertas, observando cada detalhe ao redor.
Quando Brisa se aproximou do pergaminho, a luz ao seu redor intensificou, criando um halo brilhante ao redor do rolo. Ela estendeu a mão com um movimento deliberado e, ao tocar o pergaminho, um choque de energia a percorreu. O rolo de pergaminho parecia reagir instantaneamente, e o espaço ao seu redor começou a tremer, como se o próprio fundamento da câmara estivesse sendo abalado.
O tremor inicial foi suave, mas rapidamente se intensificou, fazendo com que as pedras do teto e das paredes começassem a ranger e se mover. Pedras pequenas e poeira começaram a cair do teto, e o chão sob seus pés vibrou com uma força crescente. A luz esbranquiçada ao redor do pergaminho tornou-se cada vez mais intensa, quase ofuscante, e um som profundo e ressonante começou a preencher a câmara, como um rugido antigo despertando do sono.
Brisa segurou firmemente o pergaminho, sentindo a energia pulsante que emanava dele. Seus dedos quase tremiam com a força da conexão que estava sendo estabelecida. O rolo parecia vibrar em suas mãos, e a luz ao seu redor girava em espirais de brilho puro, refletindo na superfície das pedras e criando padrões complexos nas paredes e no teto.
Helion tentou se manter firme, seus olhos fixos em Brisa enquanto o tremor se intensificava. Ele observou as pedras e as estantes ao redor se movendo como se estivessem vivas, uma demonstração impressionante do poder que estava sendo desencadeado pela interação entre Brisa e o pergaminho.
À medida que Brisa desenrolava o pergaminho, o tremor começou a diminuir gradualmente, mas a energia ainda permanecia alta e palpável. A luz esbranquiçada ao redor parecia focar-se no pergaminho, fazendo com que as inscrições antigas nele brilhassem com uma intensidade renovada. O rolo continha símbolos e figuras intricadas, suas linhas e formas piscando como se estivessem vivas.
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Sob os Céus do Solstício - Helion
FantasyNo vasto e majestoso território da Corte Diurna, onde a luz do sol reina suprema, Helion enfrenta uma ameaça que nenhum de seus vastos conhecimentos ou poderio pode conter sozinho. Tempestades súbitas e incontroláveis começam a assolar suas terras e...