𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝑜𝓁𝑜 𝒱𝑒𝓃𝓉𝒾𝓈𝑒𝓉𝓉𝑒

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Brisa, ainda ponderando sobre os acontecimentos recentes, caminhava em silêncio ao lado de Helion. Ela observava a floresta ao seu redor, capturando cada detalhe – as sombras que dançavam no chão, o sussurro do vento entre as árvores, e o canto distante de pássaros noturnos que começavam a despertar.

Ao atravessar a última linha de árvores, o trio chegou a uma ampla clareira onde um acampamento vibrante se estendia diante deles. O ar estava carregado com uma mistura de aromas tentadores – o cheiro de comida sendo preparada, ervas queimando em fogueiras, e a fragrância sutil de flores noturnas que cresciam ao redor do acampamento.

Várias tendas de diferentes tamanhos estavam dispostas de maneira organizada, formando um padrão circular em torno de uma fogueira central, onde algumas chamas dançavam suavemente sob o céu escurecido. Pessoas de todas as idades se movimentavam pelo acampamento, ocupadas com suas tarefas – algumas preparando comida, outras afiando armas, enquanto algumas crianças brincavam ao redor das tendas menores.

Florian levou-os mais adiante, movendo-se com facilidade através da multidão. Ele cumprimentava vários Aetherianos conforme passava, sua presença claramente respeitada e bem-vinda entre eles. Muitos retribuíam seus cumprimentos com acenos respeitosos e sorrisos calorosos, mas Brisa conseguia sentir os olhares curiosos em cima dela.

Ao se aproximarem da parte mais central do acampamento, as tendas começaram a aumentar de tamanho e ornamento. Eram construções majestosas, adornadas com bandeiras que flutuavam graciosamente ao vento, cada uma representando uma casta dentro do povo Aetheriano. O tecido das tendas maiores era intrincadamente bordado com fios de ouro e prata, formando padrões que pareciam se mover com a luz das fogueiras.

O caminho para a tenda central estava bem iluminado, com lanternas mágicas flutuando no ar, emitindo uma luz suave que parecia pulsar com vida própria. O chão estava coberto por tapetes luxuosos que amorteciam os passos e acrescentavam um toque de elegância ao local.

Florian parou diante da tenda central, onde dois guardas Aetherianos mantinham vigília, suas expressões firmes, mas respeitosas. Eles vestiam armaduras leves e ornadas com símbolos de proteção, e suas mãos descansavam em espadas embainhadas, prontas para defender o conselho se necessário.

Os guardas abriram a entrada da tenda com uma leve inclinação de cabeça, reconhecendo os visitantes. Florian, Brisa e Helion passaram pela entrada, adentrando o coração do acampamento.

A atmosfera dentro da tenda era imponente, mas acolhedora. Várias almofadas estavam dispostas em torno de uma mesa circular feita de madeira antiga e polida. No centro da mesa, havia um mapa detalhado da região, marcado com símbolos e runas que indicavam locais de interesse e estratégias em andamento.

-Fiquem à vontade - Florian disse, apontando para as almofadas, e Helion assistiu Brisa se sentar, antes de acompanhá-la.

-Quais Castas ficaram? - Brisa perguntou.

-A grande maioria foram os Druzian e os Vetheran - Florian respondeu - As Castas consideradas mais fracas foram as que mais desertaram.

-São os guerreiros e os magos - Brisa explicou para Helion, antes de voltar a sua atenção ao pai - Como isso aconteceu?

-Principalmente os Luminis e os Terran. Eles foram convencidos a partir para a Corte Outonal, onde acreditam que uma vida melhor os espera - Florian começou a explicar - Sua mãe chegou à vila recentemente com suas irmãs e começou a espalhar rumores sobre as maravilhas da Corte Outonal. Ela falou sobre como a vida lá é luxuosa, cheia de oportunidades, e que seu povo seria melhor tratado - Florian pausou - Ela pintou um quadro perfeito da Corte Outonal, dizendo que sua filha mais velha está até noiva de um dos filhos do Grão-Senhor. Isso parece ter convencido muitos de que uma vida melhor é possível lá. Mas, em contrapartida, sua mãe não conseguiu convencer os Druzian e os Vetheran, mas, embora não tenham acreditado na história de Viola, eles estão preocupados. A presença de Aetherianos na Corte Outonal pode ser um problema sério para nós. O Grão-Senhor de lá poderia usar essa situação a seu favor.

-Com Aetherianos vivendo na Corte Outonal, Beron pode ganhar acesso ao nosso conhecimento e poder - Helion comentou, e Florian assentiu.

-Os Druzian estão particularmente preocupados. Eles sabem que sua força militar é um trunfo que o Grão-Senhor pode querer explorar. E os Vetheran temem que seus segredos arcanos caiam em mãos erradas - Florian explicou - Só, que depois que eles passaram as fronteiras, perdemos todo e qualquer contato.

-Tem alguma sugestão do que pode ser feito? - Brisa perguntou, encarando Helion, que suspirou.

-Depois que eles passam as fronteiras, ficam sob a jurisdição de Beron - Helion respondeu - Teoricamente, nenhuma corte pode interferir, a não ser que demonstrem comportamentos hostis, as outras cortes podem interferir.

-Não sabemos exatamente o que Beron quer com tudo isso - Florian comentou - A única coisa que Viola me disse era que ele estava atrás de você - disse para Brisa.

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Helion verificou os arreios de Meallan, garantindo que tudo estivesse em ordem para o voo. O pégaso resfolegou suavemente, impaciente para alçar voo e sentir a liberdade dos céus.

Brisa estava ao lado de Helion, em silêncio, com os pensamentos ainda vagando pela conversa que tiveram com Florian. As revelações sobre sua mãe e irmãs, e a deserção das castas, ainda ressoavam em sua mente, como ecos persistentes de um passado que ela preferia esquecer.

-Tudo pronto, Brisa? - Helion perguntou, a voz suave mas cheia de uma firmeza tranquilizadora.

Ela assentiu, embora seu silêncio e olhar distante dissessem mais do que suas palavras poderiam expressar. Helion, observando-a com preocupação, montou em Meallan e estendeu a mão para ajudar Brisa a subir.

Com um movimento ágil, Brisa aceitou a ajuda e se acomodou atrás de Helion, segurando-se firmemente enquanto ele conduzia Meallan para o espaço aberto. O pégaso resfolegou novamente, batendo as asas com uma força que levantou poeira do chão antes de se lançar aos céus.

Por um tempo, o silêncio reinou entre eles, preenchido apenas pelo som do vento e do bater das asas de Meallan. Helion, consciente do silêncio prolongado de Brisa, decidiu romper a barreira invisível que parecia tê-los envolvido.

-Brisa - ele chamou, virando ligeiramente a cabeça para olhar para ela - Está tudo bem com você? Desde que deixamos o acampamento, você não disse uma palavra.

Brisa piscou, como se saísse de um transe, e soltou um suspiro que ela não percebera que estava segurando.

-Desculpe - ela murmurou, apertando um pouco mais os braços ao redor da cintura de Helion para se segurar -Estou apenas... processando tudo. Ainda é difícil acreditar que minha mãe e minhas irmãs estão envolvidas em algo assim... Quero dizer, acho que não quero acreditar nisso.

-Vamos conseguir resolver isso - ele disse, apertando a mão dela que estava em sua cintura - Eu prometo.

-Não sei se é recomendável você me prometer isso - Brisa respondeu - Posso levar a sério.

-É para levar - Helion respondeu - Eu sempre cumpro minhas promessas.

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Capítulo saindo!!!!

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Volto em breve!

Sob os Céus do Solstício - HelionOnde histórias criam vida. Descubra agora