Cap 2.

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- O que é isso?! Isso é algum tipo de pegadinha doentia?.

- Não é nada pra se preocupar muito.

- Nada pra me preocupar? Epifânio, tem uma foto minha dormindo no sofá! Eles entraram na casa enquanto eu tirava uma soneca! Como não vou me preocupar com isso?!.  -os olhos do guarda-costas piscam pra mim, mas ele permanece quieto.

- Sério, essas coisas acontecem o tempo todo. A maioria dos Senadores e membros do alto escalão do congresso já está acostumada a receber ameaças de morte. Recebem elas diariamente.

- Então, porque o guarda-costas?.  -epifânio encolhe os ombros.

- Eu pareceria um idiota se não levasse elas um pouco a sério. Especialmente porque a carta vazou ao público.  -dou uma suspirada.

- O que??!! Como?!.  -ele olha para o relógio com uma expressão entediada no rosto.

- Eu tive que contar pra National News porque a gente cancelou a entrevista em cima da hora.  -olho para ele em choque.

- Porque você faria algo tão estúpido?! Você está louco! Eu te mandei uma mensagem e falei que já tinha entrado em contato com eles sobre a entrevista! Já estava tudo certo!.

- Calma, Idalia. Essas pessoas são como abutres. Eu precisava dar algo a eles, se não nunca teriam concordado em remarcar.  -ele parece não perceber o que fez.

- Epifânio, eu já tinha remarcado! Eu tinha resolvido tudo! E se você só me colocou em mais perigo ainda? Minha vida significa tão pouco pra você?.

- Nossa.  -ele ri, e me olha com desdém.
- Não tem porque ser tão dramática o tempo todo, querida.

- E se eu não quiser um guarda-costas?.

- Eu não me importo com o que você quer. Eu sou o seu marido. O que eu digo é que importa.

- Você é ridículo falando assim! Isso é um casamento, não uma ditadura.

- Independentemente disso, é assim que vai ser até que o assunto seja resolvido. A partir de amanhã, o Owen vai observar todos os seus movimentos. Ele vai me informar qualquer coisa suspeita.

- Como uma babá de fachada, então?.  -epifânio ri.

- Se você quiser ver dessa forma, então sim. Enquanto ele estiver com você, não tem com o que se preocupar. Eu tenho que voltar ao trabalho agora.

- Epifânio, quero o divórcio.

- Agora não, Idalia.  -e com essas palavras, ele passa pela porta voando.

Maravilha!
Além de eu estar presa nesse casamento sem amor. .. a pouca liberdade que eu tinha acaba de ser tirada de mim. Assim que acabarem com essas ameaças e não tiver mais problemas, pra mim já chega. Não vou me humilhar mais ficando casada com esse imbecil pretensioso.

Olho para o estranho que fica parado em silêncio. Tento ignorar o tamanho absurdo de seus músculos e olho para outro lugar, menos para. .. ele.

- É Owen, né?.

- Sim, Senhora.

- Bom, Owen. .. Acho que você e eu vamos nos divertir muito.  -a única resposta que recebo é um aceno de cabeça.

Na manhã seguinte, minha nova sombra me segue por toda a parte.

- Se você vai andar tão perto de mim, o mínimo que pode fazer é conversar comigo. Se não, você pode parecer um psicopata perseguidor me seguindo.

- Sim, Senhora. 

Como alguém pode parecer tão quieto? Será que ele nunca se entedia? Durante toda a manhã, tentei bater um papo com ele, mas as únicas respostas que eu consegui foram frases curtas ou respostas de uma palavra.

- Você é sempre tão quieto? Ou sou eu que faço esse seu lado emocionante vir a tona?.  -o lábio de Owen se contrai antes que ele se recomponha.

- Só estou fazendo o meu trabalho, Senhora.

Vejo minha cafeteria favorita do outro lado da rua e vou em direção a ela.
Talvez um café da manhã o relaxe.
Sorrio, mostrando o caminho a ele.

Dez minutos depois, nos sentamos numa mesa vazia com o nosso pedido.

- Não curte café da manhã, pelo que percebi?.

- Só um café pra mim já basta.

- E você bebe ele puro. Que previsível. -ele levanta uma sobrancelha para mim.
- O que? Não me olhe assim.

- Algo de errado em ser previsível?.   -faço uma pausa por um momento. Essa é a frase mais longa que ele me disse a manhã toda.

- Acho que não. Pelo menos previsível significa que você é pontual e confiável, o que são ótimas qualidades numa pessoa. Não tem problema, desde que você ainda se divirta de vez em quando, entende?.   -owen toma um gole do café.

- As vezes eu adiciono creme só pra animar um pouco as coisas.  -eu dou risada.

- Sim, isso é bem ousado.  -acho que ele tem senso de humor.

Ele hesita por um momento, como se não tivesse certeza se seria grosso ou não, mas depois decide falar.

- E você pediu apenas um café com leite. Essa é a sua rotina diária?.

- Você é de perceber as coisas, né? Mas você está certo, normalmente, também peço algo pra comer. É que. .. todo esse lance de ameaças anônimas me deixou um pouco abalada. É difícil de acreditar que alguém possa ameaçar o Epifânio usando a minha vida. .. Se fosse alguém próximo dele, saberia que isso não faz sentido. Ele não se importa nem um pouco com o que acontece comigo.   -eu dou um sorriso forçado.  
- Desculpa por isso. Espero não ter te deixado desconfortável.

- Nem um pouco, Senhora. Relacionamentos. .. tem seus desafios.

- Parece que você passou por alguns. Sua namorada está chateada por você ter que ficar fora tanto tempo? Desculpa se eu for intrometida.

- Eu não tenho tempo pra relacionamentos no momento. Minhas prioridades são outras.

- Isso é inteligente.  -brinco com a xícara de café na minha mão.  
- Podemos levar isso para viagem? Eu quero ir pra casa.

- Claro.

Não demora muito para já chegarmos em casa. Tento pensar em alguma coisa para perguntar a ele.

- Você já experimentou. ..

- Espera. .. Tem alguma coisa errada.

De repente, um tiro corta o ar!!. ..

Owen BodyguardOnde histórias criam vida. Descubra agora