Na manhã seguinte, entro na cozinha e encontro o Owen já tomando café.
- Bom dia.
- Bom dia. -ele está encostado no balcão e imediatamente me oferece uma xícara de café.
A lembrança dele ontem a noite, gemendo meu nome várias vezes, coloca um sorriso nos meus lábios.
- Você parece bem alegre hoje.
- É porque eu tive um sonho muito maravilhoso. Mas tenho certeza que você sabe como é, né?.
- Como assim?.
- Com certeza você se lembra.
- Lembro do que?.
- De ontem a noite? Você repetiu o meu nome várias vezes. -seus rosto fica bem vermelho.
- Deve ter sido um sonho bom demais. Fiquei até curiosa, o que exatamente eu estava fazendo com você?.- Desculpa, não era pra você ouvir isso. ..
- Não precisa pedir desculpas. Adoraria ouvir você gemer o meu nome de novo. -owen suspira.
- Idalia, tenho certeza que você sabe que a nossa relação está virando tudo, menos profissional. Talvez fosse melhor se a gente não passasse mais dos limites. Já fiz o café da manhã, então pode se servir quando quiser. Vou estar lá na rua se você precisar de mim.
- Espera!. -ele se vira para mim, com o rosto sem expressão.
- Eu adoraria sair hoje. Você acha que seria possível? Eu sei que tecnicamente eu sou uma pessoa desaparecida. .. Mas eu me sinto tão presa nessa cabana.- Você pode ser reconhecida.
- Não tem nada que a gente possa fazer pra mudar um pouco a minha aparência? Eu posso pensar em algo. -owen não leva muito tempo para amolecer com o meu rosto implorando.
- Na prateleira de cima do closet de roupas de cama, você vai encontrar alguns tipos de cabelos orgânicos, perucas, e alguns trecos, você pode inventar alguma coisa. Mas tem que ficar diferente, irreconhecível, aí a gente pode ir em algum lugar hoje.
- Sério?!.
- Eu imaginei que alguma hora você iria querer explorar a cidade.
- Owen!. -eu pulo para frente, e jogo meus braços em volta dele. Ele para e não demora muito para que gentilmente me afaste.
Disfarço meu desapontamento e sorrio para ele.
- Muito obrigada. Você não sabe o quanto isso significa pra mim.
- Estarei lá fora quando estiver pronta. Vamos levar minha moto pra cidade. Você já andou numa moto antes, né?. -antes que eu possa responder, o celular de Owen toca, ele olha para baixo e puxa do bolso.
- É o Epifânio. -ele vira a tela do celular na minha direção para que eu possa ler as mensagens também.Epifânio: Sr. Garcia, qual é o problema?.
Epifânio: A menos que seja por emergência, evite de me deixar mais mensagens na caixa postal daqui em diante.
Epifânio: Seu trabalho é manter minha esposa segura e não me incomodar com detalhes desnecessários.
Epifânio: Entendeu?.
Olho para Owen e vejo seus olhos se estreitarem em aborrecimento. Ele digita uma resposta de uma palavra e coloca o celular de volta no bolso.
- Bom, pelo menos agora tenho certeza que você não me sequestrou. -ele tenta esconder um sorriso antes de sair da sala.
Entro no quarto e olho as opções de cabelos orgânicos que Owen comprou pra mim.
Acho que já estava na hora de mudar um pouquinho.
Faço tranças box braids longas, e procuro roupas agora. ..
Depois de me trocar, ouço o som da moto acelerando do lado de fora do chalé e vou em direção a saída.
Hora de ver o que essa cidade tem a oferecer.
Quando saio pela porta, vejo Owen parado ao lado de sua moto.
Meus olhos vão dele, para o veículo. Caminho até ele com entusiasmo evidente no meu rosto.
- Eu posso dirigir? Sempre tive vontade.
- Não.
- Por favor?. -ele me dá um sorriso largo.
- Talvez na próxima. Você não pode usar o GPS sem um telefone, consegue?.
- E de quem é a culpa?. -ele pega um capacete e coloca cuidadosamente na minha cabeça, ele ajusta, depois levanta a viseira para que o ar bata em meu rosto.
- Segura firme, tá?. -eu aceno.
Owen sobe na moto e depois se vira para mim com a mão estendida.
- Pronta?.
- Certo.
Subo na moto, ele puxa as minha coxas mais para frente para que eu fique encaixada em suas costas. Ele coloca o capacete dele acelera o motor de novo, o som é quase ensurdecedor, mas me enche de adrenalina.
- Vai ser barulhento, então é só tocar nas minhas costas se precisar que eu pare ou diminua a velocidade, tá?. -ele vira a cabeça até ver meus olhos.
- Preciso que você confirme, Idalia.- Você confia em mim?. -eu o encaro com uma expressão séria.
- Com a minha vida. -a minha resposta parece pegá-lo de surpresa. Os lábios dele se entreabrem e ele busca respostas nos meus olhos.
- Você foi mais confiante do que eu esperava.
- É o que eu sinto. Você me protege, cuida de mim, sempre pensa na minha segurança em primeiro lugar. .. Como eu poderia não confiar em você?.
- É o meu trabalho, Idalia.
- Eu sei. Mas esse trabalho é realmente a única razão de você estar fazendo tudo isso? Aceite, Owen. Você se importa comigo.
- É claro que eu me importo com você. -fico surpresa com sua resposta. Ele se vira na moto para olhar para mim.
- É difícil não desenvolver algum tipo de relacionamento cordial com uma cliente nesse tipo de situação. Você é a única pessoa que eu vejo no momento.- Então. .. eu sou só outra cliente para você? Quando toda essa palhaçada acabar, as coisas vão simplesmente voltar a serem como eram antes? -minha voz fica mais baixa, com um toque de tristeza.
- Nós não vamos se quer manter contato?.- Eu nunca disse isso, Idalia. Mas, depois que tudo tiver acabado, você pode decidir que prefere esquecer de todo esse drama. Inclusive de mim. -os olhos dele não se desviam do meu, e eu sei que ele está falando a verdade.
- Eu jamais conseguiria esquecer de você, Owen. -ele sorri, mas não com os olhos.
- Agora, vamos. Segure firme.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Owen Bodyguard
ChickLitO que acontece quando o homem escolhido para proteger a vida de Idalia de repente se torna a única coisa que ela mais deseja?!.