- Eu adoraria ir com você. -ele sorri, e não posso evitar de sorrir de volta.
- Sabe de uma coisa? Você devia sorrir com mais frequência. Você tem um sorriso tão bonito, mas esconde ele atrás dessa cara de mau que está sempre usando.- Eu não faço cara de mau.
- Sim, faz sim.
- Minha expressão facial é sempre profissional.
- Um profissional mau, então. -eu o ouço resmungar enquanto vou até o quarto trocar de roupa.
Olho para ele antes, e o vejo esconder uma risada. Porque ele tem que ser tão fofo?!.
Uma hora depois, estamos em uma lanchonete aconchegante, mergulhados na comida e na nossa conversa.
- Ainda acho que você está usando o seu trabalho como desculpa.
- Não, mesmo.
- Ah, fala sério. Quando foi a última vez que você tirou férias?.
- Eu não tiro férias. Sou o chefe de segurança por um motivo.
- Não sei como você consegue.
- O que? Salvar a vida das pessoas?.
- E a sua própria vida? Você não quer aquela casa com cerca branca que todos os casais sonham em ter?.
- Não é isso que todo mundo sonha.
- Tá, tenho que concordar. Mas não entendo como você ainda não se cansou.
- É simples. Eu sou bom no que faço.
- Eu ficaria exausta no seu lugar. Além de ser casado com seu trabalho, você se interessa por outras coisas?.
- Eu não sou casado com o meu trabalho.
- Não fuja da pergunta.
- Tá bom, eu gosto de ler.
- Olha só, agora fiquei intrigada. Que tipo de coisas você lê?. -por um segundo, quase parece que ele fica envergonhado.
- Livros.
- Livros?. -ele acena com a cabeça e da uma mordida na sua comida.
- Certo. .. Que tipo de livros?.- Normalmente os longos.
- Você se acha o engraçadão, né?.
- Eu nunca brinco. -eu resmungo e estendo a mão para tomar um gole da minha bebida.
- Tá bem, tá bem. Eu gosto de ler histórias de romance.Eu quase me engasgo com a água.
- Viu? É por isso que eu não queria te contar.
- Eu não estava rindo!. -ele me dá uma olhada sem expressão.
- Claro que estava.
- Eu nunca que ia rir. Tá, eu ia. Mas prometo que eu não estava rindo. Só me surpreendeu, eu acho.
- O que tem de tão surpreendente num homem que lê romances?.
- Você é sempre tão sério e desapegado. Eu não esperava que você fosse do tipo romântico.
- Só porque estou solteiro não significa que nunca me apaixonei.
Isso me deixou curiosa. ..
- Então você estava apaixonado, ou ainda tá?.
- Passado. Foi há muito tempo. A gente ficou juntos por quase quatro anos.
- É bastante tempo.
- É. Agora, o único romance que encontro é de marias-uniforme. Eu não tive nenhuma boa experiência com elas. Elas conseguem ser. .. implacáveis. -owen estremece de nojo, e eu não posso deixar de rir.
- Ah, para com isso, elas não podem ser tão ruins assim. -ele estreita os olhos para mim, mas um sorriso brincalhão ilumina seu rosto.
- Você não faz ideia.
- Quer dizer que eu devia sentir pena do pobre Owen Garcia por ter mulheres praticamente se jogando nele? O Epifânio gosta das atenções femininas que ele ganha por ser Senador. Então não vejo porque você também não ia gostar. -um olhar sombrio cruza o rosto de Owen.
- Eu não sou como o seu marido, Idalia. Quando me envolvo com alguém, é sério. Não tem mais ninguém.
- São palavras bonitas, mas o Epifânio me disse a mesma coisa antes de a gente se casar. -eu mexo o canudo em volta da minha bebida.
- Com o tempo, as coisas mudam. Com o tempo, ele fica mais tarde no trabalho ou não volta para casa todas as noites. Com o tempo, você simplesmente para de se importar.- É assim que você se sente?. -assustada, olho para ele.
- O que? Aí meu Deus, eu não quis dizer isso. -eu tento rir para disfarçar, mas a risada sai vazia.
Quando olho para cima, vejo Owen me olhando com gentileza.
- É tão ruim assim?. -eu encolho os ombros.
- No início não era assim, eu acho. Mas se eu olhar para trás, não acho que existia paixão entre mim e Epifânio. Talvez nós dois tivéssemos metas parecidas na vida, mas numa certa altura as metas dele se tornaram minhas enquanto eu esquecia quem eu era.
- Eu estudei em Harvard, sabia? Eu estava estudando pra ser advogada. Até me formei com grandes honras.- O que aconteceu?. -dou a ele um sorriso irônico.
- Você já tentou discutir com o meu marido? Ele é bastante político. O Epifânio tem um jeito de convencer as pessoas a fazer o que ele quer e depois faz elas acreditarem que foi tudo ideia delas. Ele manda muito bem nisso, sério.
- Não entendo porque você ainda não terminou com ele. Você merece muito mais, Idalia.
Owen parece surpreso com suas próprias palavras, e rapidamente tenta mudar de assunto.
- Terminou de comer?.
- Eu. ..
- Vou pagar a conta e depois vamos indo. -ele se levanta e se afasta da mesa, me deixando completamente atordoada.
O que acabou de acontecer?.
Quando voltamos para a cabana, o sol já está quase se pondo. Eu não tinha percebido há quanto tempo ficamos fora, mas gostei do passeio.
A caminhada para casa foi silenciosa. .. Tentei fazer mais perguntas ao Owen sobre a sua vida, mas ele só me dava respostas de uma palavra ou desviava das perguntas.
Quando chegamos na varanda, noto uma moto estacionada do lado da cabana.
- De quem é aquela moto?.
- Que moto?.
- Como assim, "que moto"? Aquela ali do lado da cabana!.
- Ah, aquela moto. -owen vai até a cabana e eu sigo atrás dele.
- É. .. minha.- Mas quando você teve tempo de colocar ela aqui? Espera, como foi que você trouxe ela aqui pra começo de conversa?.
Owen hesita antes de responder com relutância.
- Essa cabana na verdade é minha.
- Ah. Porque você me trouxe pra sua cabana?.
- Você com certeza faz muitas perguntas.
- E você com certeza evita me dar uma resposta direta.
- Eu achei que esse fosse o lugar mais seguro pra cuidar de você.
- Então acho que você tinha razão.
Owen_ Sobre o que?.
- Eu me sinto segura aqui. -com você.
Owen se prepara para responder, mas de repente escutamos um barulho na rua.
- Tem alguém lá fora!!.
Ele me agarra e me empurra para atrás dele.
Ah, não. .. E se for a mesma pessoa que não conseguiu me matar naquele dia?! E se eles voltaram pra terminar o serviço?!!.
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Owen Bodyguard
ChickLitO que acontece quando o homem escolhido para proteger a vida de Idalia de repente se torna a única coisa que ela mais deseja?!.