Cap 27.

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Olho para a casa onde passei minha infância e congelo.

- Não dá.

- Idalia. ..

- Não, você não está entendendo! Eles me odeiam. Me disseram pra não voltar! Isso foi uma péssima idéia.

Eu volto pra pegar o capacete da moto, mas os braços de Owen se agarram na minha cintura. Ele me puxa contra seu peito e fico sem forças para resistir.

- O que está acontecendo? Você parecia bem quando saímos. O que aconteceu entre você e eles, Idalia?.         -ele coloca o queixo na minha cabeça e depois de um segundo eu me inclino na direção dele.          
- Eu nunca a vi tão nervosa assim. Se eu soubesse que isso a deixaria tão chateada, teria procurado um abrigo diferente pra nós.

- A gente. .. teve uma briga muito feia.

- Você sabe que pode conversar comigo sobre qualquer coisa, né?.

- O problema é que. .. eu não falo com os meus pais faz cinco anos, Owen. Cinco anos! Nada de ligações, nada de cartões de natal, simplesmente nada! Eles não querem nada comigo.

- Duvido que seja verdade. Qualquer pessoa que não te quisesse teria que estar louca.             -eu reviro meus olhos e rio.          
- Aí está aquele sorriso lindo.

- Para.

- Parar de fazer você sorrir? Nunca!.         -sorrimos um para o outro, mas então o meu desaparece.

- Só acho que não consigo. Eu cometi um erro horrível e não acho que eles possam me perdoar.

- Eu jamais te julgaria. Diga-me o que aconteceu, Idalia. Por favor.

- Eu sei. Eu acredito em você. Só acho difícil pensar nisso.

- Você sempre teve uma relação ruim com eles?.

- Sinceramente? Não. Na verdade, eu tive uma infância incrível. Eles me mimaram muito.           -sorrio de tristeza.         
- Nós éramos muito próximos. Eles me levavam em muitas viagens de negócios ao redor do mundo e me colocaram nas melhores escolas particulares da região. Eu não podia ter pedido pais melhores.          -consigo ver o brilho nos olhos do Owen.
- E o que aconteceu? É bem simples, pra falar a verdade. O "Epifânio" aconteceu.

- E eles não gostaram dele?.         -eu concordo com a cabeça.

- O fato é que eu conheci ele quando estava na minha melhor fase. Formada em Harvard com um futuro promissor. Eu tinha até um plano, entrar numa empresa, virar uma associada junior, e aí uma associada sênior depois. Mas ele apareceu e destruiu completamente esse plano.

- Ele não apoiou a sua carreira?.

- Exatamente. Só que ele foi muito sútil sobre isso, muito calculista.         -faço uma careta ao lembrar.       
- Ele começou a falar que o meu local de trabalho não me valorizava. .. que eu ficava preenchendo papelada em vez de lidar com os processos. Óbvio que não dá pra simplesmente entrar e virar advogada, você tem que ralar um pouco primeiro, mas ele me deixou gananciosa. Eu fiquei arrogante e convencida, achando que não estavam me dando o que eu merecia.

- Realmente isso não parece você.

- E não era. Eu queria conquistar o meu lugar, mas o Epifânio de alguma forma me convenceu de que eu deveria receber numa bandeja de prata. Ele finalmente conseguiu me convencer a desistir, pedindo que eu virasse sua gerente de campanha quando ele se candidatou a prefeito.

- E porque você iria desistir do emprego dos seus sonhos pra cuidar da campanha dele?.

- Ele fez parecer que eu era o centro do mundo dele. Ele alegou que eu podia voltar a trabalhar facilmente depois que a campanha terminasse. Porque eu acreditei nisso, não faço ideia. Ninguém quer uma graduada que não se dedique a virar advogada.

Owen BodyguardOnde histórias criam vida. Descubra agora