capítulo sete

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— EU FICO SOB SEU COMANDO E você se dedica a andar de moto? Você deve estar brincando comigo, Bells

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EU FICO SOB SEU COMANDO E você se dedica a andar de moto? Você deve estar brincando comigo, Bells. — Arizona repreende enquanto cura o ferimento na testa de Bella.

A prima dela apareceu em casa, apenas um dia depois da partida de Charlie, com um ferimento sangrando na testa e uma história maluca sobre andar de moto.

— Não é para tanto. — a morena se defende, suportando estoicamente a ardência do remédio em sua pele. — Eu só queria fazer algo divertido com Jacob.

— Morrer não é divertido. — Ari responde antes de jogar a gaze ensanguentada na lata de lixo. Ela se inclina contra o balcão da cozinha com um suspiro, seus olhos azuis percorrendo o rosto da prima. — Nunca pensei que você fosse uma daquelas garotas que fazia loucuras.

Os olhos castanhos de Bella fixam-se na mesa de madeira branca e ela passa os dedos distraidamente, como se pudesse encontrar as palavras ali.

— Com Jake eu me sinto mais... — ela dá de ombros ligeiramente. — Não sei, mais ousada.

— Em que sentido? — o tom da mais velha é curioso mas também doce, ela sabe que Bella sempre teve dificuldade de se abrir, de dizer o que sente. Ela está começando a sentir que herdou isso de seu pai.

— Eu te disse que é lindo. — as palavras saem rápidas e muito próximas, mas Arizona consegue decifrá-las enquanto os olhos castanhos se levantam e encontram os dela. — Eu disse ao Jake que ele é lindo.

As sobrancelhas de Arizona desaparecem na franja quando ela as levanta.

— Tudo bem...e o que ele te contou?

— Que me dei uma boa pancada na cabeça.

Ari bufa.

— Que idiota.

Isso faz Bella rir levemente, mas sua expressão fica séria novamente quando sua prima se senta ao lado dela.

— Acho que ele gosta de mim, Ari. O Jake.

— E isso é ruim?

— Eu... não... — Bella suspira e seu olhar volta para a mesa, a superfície desgastada por anos de uso — Eu me sinto bem quando estou com ele, me sinto como antes do Ed... de tudo. Mas ele merece alguém melhor.

Arizona franze a testa.

— Alguém melhor?

— Alguém que tenha coração e não o buraco negro que eu tenho. Alguém que não está quebrado.

— Oh querida... — a mão de Ari descansa em sua perna e Bella olha para ela novamente, há verdadeira tristeza em seus olhos castanhos e o coração da adulta se encolhe ao ver isso. — Você não tem um buraco negro, nem está quebrada. Você está passando por um luto.

Bella pisca, confusa.

— Ninguém morreu.

— Você pode perder uma pessoa de várias maneiras e nem todas têm a ver com a morte. Você perdeu alguém que amava e está de luto. Quando você está dentro parece que não tem fim, mas tem, eu te garanto. Eu mesma já passei por vários. Ninguém passa a vida com o coração intacto, todos temos cicatrizes na alma. Está apenas em nosso poder nos tornar mais fortes ou nos afundar.

— Mas se eu superar, se não doer mais... como vou saber que foi real? — A voz de Bella é apenas um sussurro carregado de lágrimas contidas.

— Porque você vai se lembrar, só que não vai doer mais, será mais uma lembrança, uma experiência para aprender. — Ari se inclina em sua direção para enxugar uma lágrima que carinhosamente desce por sua bochecha. — Enquanto isso, tente viver o presente, com quem ainda está aqui.

— Com Jake. — ela murmura.

— Com Jake e o resto. — a garota concorda. — Que tal amanhã irmos a Seattle tomar uma bebida e conhecer algumas livrarias?

Isso faz com que os olhos da adolescente se iluminem, eliminando parcialmente a tristeza em seus olhos.

— De verdade?

— Claro, você sabe que eu também gosto de ler, embora não tanto quanto você, leitora ávida. — a  zombaria faz Bella bufar, revirando os olhos, mas há uma sugestão de sorriso em seus lábios. — E nada de motos, ok?

— Tudo bem, mas você não vai contar nada ao Charlie. Promete?

— Prometo, mas meu preço é um enorme shake de morango.

— Feito.

— Com sorvete.

— Ei, não abuse.

— E creme.

— Ari... — ao olhar da prima, Bella suspira. — Ok, prometo.

Tudo em ordem? — Charlie pergunta do outro lado da linha.

— Sim, fomos passar o dia em Seattle e encontrei tulipas. — os dedos de Arizona acariciam as pétalas amarelas das flores enquanto ela segura o telefone com a outra mão. Ela diz a próxima coisa sem pensar, como um desejo inesperado de compartilhar algo mais com o homem do outro lado da linha. — É minha flor favorita.

Por que? — a voz de Charlie soa mais suave, mas um tanto distante, provavelmente devido ao problema de cobertura.

— Não sei, talvez porque existam tantas cores... sempre existe um tipo para cada pessoa. Você pode expressar o que quiser com elas. — o sorriso de Ari se infiltra em sua voz. — Como foi a pesca?

Bom. — a resposta seca do homem a faz franzir a testa.

— Está tudo indo bem?

Sim, claro. — a resposta é rápida demais para tranquilizá-la. — Vamos lá, estarei aí em algumas horas.

Arizona pensa que pode ouvir uma voz ao fundo, provavelmente Billy apressando-o.

— Bem, vejo você mais tarde-

A ligação desliga antes que ela possa se despedir completamente.

✓ | 𝐏𝐑𝐎𝐈𝐁𝐈𝐃𝐎, Charlie SwanOnde histórias criam vida. Descubra agora