capítulo nove

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Você me beijou porque não estava pensando com clareza?

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Você me beijou porque não estava pensando com clareza?

Evidentemente.

Arizona passa o leitor de código de barras na lata de ervilhas com tanta força que quase a amassa.

Eles o atribuíram ao inventário. Ela está grata por ainda não ter que lidar com o público, embora tenha sido ela quem insistiu em retornar apenas uma semana após o roubo. Ela não queria mais ficar em casa, revirando a mesma cena repetidamente em sua cabeça: Charlie a beijando. Para Charlie dizendo a ela que ele a beijou porque não estava pensando com clareza.

Bem, dane-se ele, ela pensa, batendo outra lata novamente enquanto passa a arma laser sobre ela.

— Você se sente pessoalmente atacada por aquela pobre lata?

A voz de Will a tira de seu estado de raiva e indignação. Ela olha para cima e vê o menino, que está fazendo um inventário com ela. Ele levanta uma sobrancelha e olha para ela entre diversão e preocupação.

— Não, só... — ela coloca a lata de volta no lugar na prateleira com um pequeno suspiro. — Estava pensando em outra coisa.

— Algo importante?

Arizona balança a cabeça e uma mecha de cabelo que escapou de seu rabo de cavalo tremula levemente.

— Não, nada.

— Bom, porque eu estava pensando... — Will brinca com sua própria arma laser enquanto procura as palavras. — Quer vir jantar neste sábado?

O convite inesperado faz as sobrancelhas da garota se erguerem de surpresa.

— Gosta de um encontro?

— Não. — o ruivo responde rapidamente mas ao perceber a brusquidão ele se apressa em se corrigir. — Bem, não se você não quiser. Quero dizer... Só por passarmos algum tempo juntos, devo um jantar a você depois...

Seus olhos vão para a bochecha de Arizona. O hematoma ficou amarelado, mas quase não é notado pela camada de maquiagem aplicada sobre ele. Ainda assim, o menino parece culpado.

— Nada disso foi culpa sua, Will. — ela o tranquiliza com uma voz suave.

— Eu deveria ter me movido mais rápido ou jogado algo na cabeça dele...

Isso faz com que uma leve risada escape dos lábios de Ari.

— Eu não sei o que há de errado com você nesta cidade em jogar coisas na cabeça dos ladrões... — ela balança a cabeça divertida mas dá um pequeno sorriso para o amigo, que ainda a olha com culpa nublando seu olhar. — Mas está tudo bem, um bom jantar me faria bem.

O sorriso que o menino lhe dá melhora um pouco seu humor. Além disso, talvez isso irrite Charlie.

E parte dela quer realmente irritar o chefe de polícia.

✓ | 𝐏𝐑𝐎𝐈𝐁𝐈𝐃𝐎, Charlie SwanOnde histórias criam vida. Descubra agora