capítulo treze

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UMA TEMPESTADE ESTÁ CHEGANDO, É O QUE Arizona pensa assim que sai do trabalho e olha para o céu cinza-chumbo

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UMA TEMPESTADE ESTÁ CHEGANDO, É O QUE Arizona pensa assim que sai do trabalho e olha para o céu cinza-chumbo. O vento sopra em seus cabelos enquanto ela atravessa o estacionamento do supermercado em direção ao carro.

Assim que ela termina de apertar o cinto de segurança, o telefone toca. O nome de Charlie pisca na tela.

— Ei, Chefe Swan. — cumprimenta-o alegremente. Ele foi muito cedo para caçar aqueles animais selvagens e sente falta disso. Ela mal pode esperar para chegar em casa para ver. Poucas vezes eles podem ficar juntos, mas cada um deles, Arizona sente que vale a pena, mesmo quando ainda são um segredo do mundo.

— Ari.

A maneira como ele pronuncia o nome dela de repente a deixa nervosa. O sorriso desaparece de seus lábios.

— O que aconteceu? Você está bem? — conforme ele pergunta, sua mente se enche de possibilidades, cenários grotescos em que ele se machuca de alguma forma.

— É Harry. Ele teve um ataque cardíaco enquanto estávamos caçando. Ele não... — sua voz falha um pouco antes de respirar fundo. — ...não sobreviveu.

O coração de Arizona afunda quando ela ouve a notícia. Ela gostou de Harry ao conhecê-lo, do jeito que de alguma forma ele sabia sobre Charlie e como ele os apoiava com sua própria história.

— Onde você está?

— Na Reserva temos que preparar tudo antes de transferirem o corpo do hospital.

— Estou indo para lá.

— Tem certeza? Anuncia tempestade e-

— Estou indo para lá, Charlie.  — sua voz soa firme enquanto ela liga o carro.

— Te espero aqui. — o delegado se despede antes de desligar e Ari pode perceber o alívio em sua voz sabendo que ele irá embora mesmo tendo se oposto no início. O alívio de saber que não estará sozinho.

Enquanto ela desce a estrada, as primeiras gotas caem no para-brisa e trovões soam ao longe. Sim. Definitivamente será uma tarde tempestuosa.

Quando chega à reserva a chuva cai como uma cortina grossa. Ela mal consegue ver os sinais que a levaram até lá e o mar balança furiosamente atrás dela.

Ela estaciona bem em frente a uma casa perto da praia, aquela sobre a qual Charlie lhe contou em uma mensagem de texto alguns minutos atrás. Antes que ela possa sair do carro, uma figura sai de casa e se aproxima dela coberta por um enorme guarda-chuva.

— Você não deveria dirigir com esse tempo. — Charlie a repreende, mas seu braço livre a envolve com força quando ela o abraça.

— Estou onde preciso estar. — ela murmura no ouvido dele antes de se afastar um pouco só para pousar a mão em sua bochecha. A tristeza roubou o brilho dos olhos escuros e faz doer o coração de Ari. — Sinto muito, Charlie.

— Eu não deveria ter deixado ele ir, eu não sabia que o coração dele estava ruim, eu não... — o delegado fecha os olhos com força, como se assim pudesse se recompor da dor de perder um bom amigo.

— Ei... — Arizona segura ambas as bochechas com as mãos, forçando-o a abrir os olhos e olhar para ela. Eles estão cobertos pelo guarda-chuva, livres de olhares indiscretos. Embora isso não importe nada para a garota agora. — Isso não é culpa sua. Infortúnios acontecem, entendeu?

Charlie acena com a cabeça, embora a sombra em seus olhos não desapareça. Arizona se inclina ligeiramente para dar um beijo suave em seus lábios. Talvez seja a presença da garota ou o contato com seus lábios, mas o delegado acaba suspirando e seus ombros perdem um pouco da tensão que carregavam o dia todo ao responder ao leve beijo.

— Vamos entrar, tenho que apresentar vocês ao resto e fazer algumas ligações.

Quando eles finalmente saem da casa de Clearwater, ambos estão exaustos tanto física quanto emocionalmente. Como Sue não tinha condições de fazer nada e Seth e Leah, os dois filhos do casal, não estavam presentes, foram eles os encarregados de ligar para os parentes para avisar da novidade — Charlie — e organizar tudo o que fosse necessário para um funeral — isso era coisa do Ari.

Então, quando eles estão sentados no carro de Arizona, de manhã cedo, nenhum deles fala durante todo o caminho para casa. Basta que tenham a companhia um do outro, não é um silêncio incômodo, é apenas um silêncio cheio de cansaço.

E na manhã seguinte teriam de comparecer ao funeral. Apenas algumas horas para lanchar e dormir um pouco.

— Esse é o Jake?

A pergunta confusa de Charlie enquanto ela entra na garagem faz Ari abrir os olhos que ela não tinha percebido que tinha fechado. Ela franze a testa enquanto observa o menino se levantar dos degraus da varanda enquanto eles saem do carro.

Faz apenas algumas semanas desde a última vez que o viu, mas ele parece uma pessoa totalmente diferente. Ele cresceu e de alguma forma que ela não entende está muito mais musculoso. Assim como Sam Uley, o garoto que lhes garantiu que Seth e Leah estão bem, apenas sofrendo sozinho pela perda de seu pai.

E seus amigos são iguais, até com uma tatuagem idêntica que também adorna o bíceps de Jacob. Ela tem que perguntar a Charlie se eles são algum tipo de banda ou algo assim. Uma banda com muitos esteróides.

Mas esse pensamento é apagado quando ela percebe o cansaço e a tristeza no rosto de Jake.

— Ela se foi. — anuncia.

— Quem? — Charlie pergunta, com a mesma confusão que Arizona sente.

— Bella. Ela foi com Alice Cullen.

Cullen? Os Cullen estão de volta? E por quê? Perguntas invadem a mente de Arizona, mas ela consegue sentir a tensão invadindo o corpo cansado de seu parceiro.

— Como é que ela se foi?

— Para onde?

As perguntas de Charlie e Ari se sobrepõem, então os olhos cansados ​​de Jacob, nublados pela derrota, viajam entre eles antes de responder.

— Itália. Ela foi para a Itália.

E assim, o desejo de Arizona de descansar um pouco evapora de uma só vez.

✓ | 𝐏𝐑𝐎𝐈𝐁𝐈𝐃𝐎, Charlie SwanOnde histórias criam vida. Descubra agora