CAPÍTULO 03

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— Desculpe, como é? — o tatuador perguntou a mulher.

— Ela te chamou de cretino, não ouviu? — perguntei de volta, empurrando a mão dele para bem longe do meu queixo. O tatuador me fuminou com o olhar e eu sorri perversa. Isso iria ser muito divertido de se assistir.

— E você! Cala essa boca, sua vadia. —
A mulher apontou o dedo para mim.

Eu arregalei os olhos, gargalhando, e afastei as pastas das minhas pernas, cruzei elas e levantei mais o queixo a olhando com soberba.

— Vadia? Me poupe docinho — eu debochei, tentando parar de rir.

Eu não iria me afetar por causa de um xingamento. Eu sei quem eu sou, e sei que não sou uma vadia, pelo menos não esse tipo de vadia, e se eu não sou o que ela diz não tem razão alguma para que eu revidasse os seus xingamentos e acabasse no tapa por causa de uma história da qual eu nem faço parte. Por causa de um homem. Francamente. Homem nenhum no mundo merecia esse tanto de esforço e surto.

Eu a deixaria morrer entupida de tanta raiva por não ter me feito entrar no seu joguinho banal sobre ter sido chutada para fora da vida do conquistador barato ao meu lado. Era só o que me faltava.

— Temos hora marcada e eu não lembro? — Ele perguntou se sentando novamente na cadeira sem o menor interesse na ruiva bufando na frente de nós dois.

— Hora marcada? Você é um filho da puta, desgraçado, cretino, babaca...

Levantei as minhas sobrancelhas para a ruiva, surpresa e preocupada com a quantidade de xingamentos que deixavam a sua boca que nem uma metralhadora, tinham xingamentos ali que eu sequer conhecia ou sabia o significado, mas que certamente não eram sobre algo bom. E bem, o tatuador parecia estar mais entediado do que insultado com o infinito repertório de xingamentos da sua transa passada.

Eu estava em estado de choque com tanta palavra baixa. Só cretino me bastava. Mas a mulher parecia achar cretino algo bem leve pelo que estou escutando nesse momento.

— Já acabou? Eu tenho uma cliente esperando — ele murmurou apontando ligeiramente para mim na maca.

— Cliente? Você quis dizer a outra né? Acha que me engana?

Abri a boca em choque, mas não consegui formular nenhuma palavra que fosse suficiente para me defender dessa acusação inteiramente mentirosa. Jesus, eu só vim fazer a merda de uma tatuagem e estou sendo acusada de ser a outra. Nunca fui nem a única de alguém e agora fui jogada para ser a outra de uma novela mexicana ridícula. E e eu geralmente amo uma boa novela mexicana.

— Não. Eu quis dizer a minha cliente que está tendo a boa vontade de te observar berrar aos quatro cantos o quanto eu sou um desgraçado filho da puta. — ele disse mexendo as mãos.

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