CAPÍTULO 07

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Uma mulher tinha me agredido. E não com apenas um tapa ou um soco. Mais de dois tapas, mais de um soco, e de brinde um chute entre as pernas. Ela tinha chutado meu saco tão forte que por um bom tempo eu achei que não seria capaz de usar o meu pau. E o pior de tudo: eu estava completamente, inteiramente, absurdamente obcecado por esse perigo em forma de mulher, essa pequena diaba. E eu tinha certeza de que venderia a minha alma e todo o meu ser para me tornar dela, e torná-la minha.

— Nem começa — aviso Loren no mimuto em que ela entra no meu estúdio, me encara sentado na cadeira de pernas abertas e abre um sorriso de quem estava a um passo de gargalhar mais do que eu já a tinha escutado.

— Ela quebrou o seu brinquedinho, foi? Coitado do mexicano. — ignorei as provocações da tatuada pelo bem da minha sanidade, voltando toda a minha atenção para Hugo que apareceu ao lado de Loren e me encarou sem graça.

— O que pensou que estava fazendo com ela? Ela é minha cliente. E eu deixei bem claro que não queria nenhum de vocês perto dela também.

— Nem vem. Aquela mulher é doida! Eu avisei ela sobre as regras, mas ela quis tatuar de qualquer jeito. Não tenho culpa se resolveu ficar arriado justamente pela mais maluca das mulheres.

— Não chama ela de maluca, porra — o alertei — Ela só perde a paciência com mais facilidade.

— Bem, até agora eu só vi ela perdendo a paciência com você — Loren comentou, ainda encostado na porta.

Hugo por outro lado já tinha se acomodado em uma das cadeiras livres e digitava no seu celular bastante despreocupado.

— Não importa. Tenho paciência o suficiente para nós dois.

— É, mas eu duvido muito que o seu saco aguente um segundo chute. — Hugo apontou para entre as minhas pernas, ele e a tatuada caindo na gargalhada.

Respirei bem fundo e recostei mais na cadeira, tentando me convencer de que ficaria extremamente bem se nunca mais visse a Penélope na minha vida.

— Cara, você está visivelmente de quatro por ela — Loren comentou, os lábios apertados e os braços cruzados. Aparentemente tinha algo de muito interessante no meu rosto porque ela e Hugo não paravam de me encarar e se entreolhar.

— Posso saber o que tem no meu rosto?

— Um olhar de trouxa — Ela apontou, e foi embora quando escutou alguém berrando porque ela ficava em tudo quanto era quanto menos na porra do estúdio dela.

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