CAPÍTULO 09

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Eu tinha mudado de ideia.

Eu ainda queria me tatuar, agora tratava-se de um desenho diferente e em um lugar completamente diferente. Não tinha literalmente nenhuma relação com a minha aparência, comigo, ou com a minha personalidade. Mas eu queria fazer.

Achei o desenho de tatuagem de cobra ao redor do no pulso conforme navegava pelos sites de inspiração que eu mais gostava no celular, e eu fiquei obcecada no quão perfeito aquilo era. Praticamente um acessório. Ninguém precisava saber que achei fofo, ou fiquei super fascinada, é claro. E agora eu queria uma igual, a única diferença era que a tatuagem da menina tinham algumas rosas em volta, e eu queria apenas a cobra em negrito.

— Tá, vamos acabar logo com essa merda. — Desci do táxi após uma respirada profunda em busca de toda a paz mundial que eu poderia inspirar. Falha tentativa de trazer a minha paciência e calma para todo o período de tempo que precisaria até poder sair do estúdio tatuada e ainda mais gostosa.

— Seja o que Deus quiser — faço sinal de cruz e sacudo as mãos juntas em prece para qualquer um disposto a me ajudar nessa missão impossível que me tatuar tinha se tornado.

Desço a escadaria colorida apressada, entrando no corredor vívido e artístico que parecia brilhar sempre em que eu olhava paara todos aqueles pôsteres e desenhos nas laterais das paredes escadaria por tempo demais, até que as cores sumissem e branco cobrisse as paredes e o teto. Não que os desenhos sumissem, ainda haviam desenhos e rabiscos incríveis por todo o teto, certamente de todos que trabalham aqui.

Todos os tipos de referência e retratação de animes, filmes, animais, seriados, livros e desenhos animados. E eu sabia que perderia horas somente olhando para cada um porque tinham milhares deles. Um mundo todo em um corredor de lembranças e a marca registrada de vários artistas e tatuadores, e certamente seus clientes a julgar pelos rabiscos e desenhos mais amadores e sem profissionalismo e que se encaixavam perfeitamente nas paredes preenchidas apesar disso.

Ainda andando eu noto algo que não tinha reparado das duas vezes em que estive aqui, talvez atordoada demais pelas emoções e acontecimentos para notar. Três cadeiras interligadas similares a de uma sala de espera em frente a porta do estúdio do Shane, apoiadas na parede oposta. E ali bem na ponta da direira na terceira cadeira tinha uma garota sentada, ela mexia no celular em uma calmaria nauseante e invejável para pessoas como eu. Algo do qual eu não compartilho nem de perto. Detestava esperar porque ficava impaciente e ansiosa, filas eram meu maior pesadelo em qualquer lugar, me levavam a loucura em uma questão assustadoramente curta.

Fiz uma careta e parei na frente na ponta da outra cadeira. A garota me olhou e me mediu de cima para baixo, e eu me senti nua diante da encarada que ela me deu, parecia querer avaliar se eu merecia me sentar ou respirar ao seu lado. Esse era um dos motivos para eu odiar sair da minha zona de comforto: as pessoas são um caso perdido e eu sempre queria voar no pescoço delas em algum determinado momento.

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