CAPÍTULO 05

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                                — Penélope, você fez uma tatuagem?

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— Penélope, você fez uma tatuagem?

Minha mãe berrou em acusação e fúria do outro lado da tela do meu computador assim que eu tive a brilhante ideia de aceitar a sua ligação tocando sem parar atrapalhando os meus estudos e a minha concentração.

— Oi, mãe — Ironizei, ela me fuminou com o olhar. Eu revirei os olhos e suspirei. — Sim, mãe, eu fiz uma tatuagem.

Cocei a cabeça com a caneta que estava usando para as minhas anotações no caderno que eu mantinha sob as minhas pernas cruzadas em cima do colchão da minha cama, tentando me manter calma porque tanto

— Você ficou maluca? Marcando o seu corpo desse jeito, você só pode ter perdido completamente o juízo! Sandro, você escutou isso??? — Ela berrou, me olhando furiosa como se quisesse me sacudir até meu juízo, o juízo que ela quer que eu tenha, volte ao seu devido lugar.

Pressionei o dedo na orelha para abafar o som dos seus berros estridentes que por milagre ainda não tinha estourados meus tímpanos via ligação de video.

— O quê? O que você está gritando dessa vez, minha querida? — meu pai gritou aparecendo atrás dela de pé em frente ao computador. Eles estavam na cozinha. E papai como sempre tinha a calma de um santo, e o amor de um cupido quando olhou para mamãe.

— Ah, oi, querida! Você parece cansada, o que aconteceu? — Meu pai sorriu contente em me rever, apoiando as mãos nos ombros nitidamente tensos e duros feito rocha da minha mãe. Ele pressionou os dedos massaegando a região devagar, algo que o vejo fazendo desde criança porque a histeria da minha mãe eu presenciei desde o meu nascimento.

— Eu estava estud...

— Ela fez uma tatuagem! Foi isso o que aconteceu! A sua filha ficou completamente maluca!

— Eu também sou sua filha, mãe — pigarriei, ela não me deu ouvidos, algo nada surpreendente.

— Como se não bastasse mudar de cidade, fazer uma faculdade completamente diferente da que sonhamos para ela, ir morar com estranhos e sequer nos dar notícia de vida!!!! Eu sabia que isso iria acontecer, eu sabia!

Ela saiu da frente da tela do computador com as suas reclamações se perdendo pelo cômodo cada vez mais distante, baixas e piores. Meu pai suspirou e me olhou quando a perdeu de vista, automaticamente me lançando um olhar em sinal de desculpas, seus olhos castanhos tão diferentes dos meus, e infinitamente melhores, me transmitindo aquela familiar tranquilidade da qual eu sinto tanta falta.

— Não ligue para a sua mãe, ela não faz por mal — mexeu as mãos antes de se apoiar nos antebraços e me olhar com um pouco mais de atenção.

— Parei de me importar com ela desde aquele dia...— coloquei a mão na boca, arrependida.

Larguei a caneta em cima do caderno com raiva, empurrei o caderno o derrubando do colchão, olhei para cima tentando controlar a minha raiva. Eu estava praticando por tanto tempo e vinha obtendo um sucesso, controlando essa raiva muito bem. Agora tudo tinha ido água abaixo e nem era por causa da minha mãe, o ponto de ruptura tinha sido outro, o oposto de tudo o que a minha mãe é e um dia foi.

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