O encontro entre eles foi agitado, movido por muitos sentimentos, e pouca paciência.
Tudo o que Penélope queria era fazer uma tatuagem, a possível dor ou o fato do lugar escolhido deixar o seu rosto em brasas não eram um problema. O seu maior probl...
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— Meu menino, ela apenas está chateada. O que você disse não foi legal. Eu sei que o acidente ainda o afeta muito, mas precisa aprender a controlar as suas emoções melhor, ou mais brigas como essa podem acontecer. Muitos relacionamentos, amizades e problemas de família acontecem, e se desfazem, por causa da má comunicação, e da falta dela também. — Minha avó me disse quando contei para ela que Penélope não juntaria conosco, e todo o restante do nosso desentendimento, seguido por ela indo embora naquele maldito táxi.
Ela não tinha respondido nenhuma das minhas mensagens desde então. Graças a Nora e Wanda eu soube que ela tinha voltado para o apartamento e nada tinha acontecido. Precisei parar de ligar para ela e mandar mensagens porque minha avó disse que aquilo apenas pioraria as coisas. E a deixaria mais irritada.
— Eu não devia ter respondido ela daquele jeito. Ela só queria me ajudar. Fui eu quem errei, abuela. — resmunguei, cortando as cebolinhas que a dona Maria me mandou cortar para o nosso pequeno jantar em família no meu apartamento.
— Sim, e você perceber que errou já diz muito. Tudo que vocês precisam agora é se acalmar, conversar, e se desculpar. Sem pressa. Deixa ela se acalmar, pois a sua namorada é bastante pelo o que eu percebi.
— Não sei se essa é a palavra certa para definir ela...
— Pessoas estressadas sentem demais. Ela sente demais, querido. Mas parece ter bastante dificuldade expressando, e se foge quando algo ruim acontece, fechando-se. Sabe disso, eu sei que sabe. Pressionar ela apenas a fará fugir mais, assim como acontece com você na maioria das vezes. — Soltei o meu ar e concordei, apesar de fazer uma pequena careta para as últimas palavras repreensivas.
— Não vamos mais falar disso. Amanhã...Amanhã resolvo tudo com a Penélope. A senhora...tem mesmo que ir embora tão rápido? — resmunguei, nada contente porque ela iria embora daqui algumas horas. Tinha sido a visita mais rápida e mais importante da minha vida nos últimos anos, e a minha vontade de entrar no avião junto da minha avó era tão grande quanto o medo que eu sentia de realmente voltar para casa, e consequentemente a minha família. Ter decidido que iria no aniversário da minha mãe não mudava nada sobre o fato de que reencontrar todos me preocupava mais do que acalmava.
— Sim. Eu vim apenas para ver você, fazer a tatuagem, conhecer seu local de trabalho e ir embora antes que se acostumasse e matasse toda a saudade. Assim você volta para casa mais rápido para visitar todo mundo.
Minha avó sorriu, gesticulando sua nova tatuagem de flores que subia do ombro dela, percorrendo a lateral do seu pescoço e parte de um lado da sua cabeça raspada. Não sei qual de nós dois tinha gostado mais da tatuagem. Mas sei que meu pai não ficaria, acho já não ficou, nada contente com isso, julgando pela forma nada discreta da minha avó de comunicar a família, jogando as fotos que tirou comigo e com o pessoal dos estúdios no grupo da família onde eu não participava mais desde o acidente.