CAPÍTULO 10

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        Liguei o meu celular e observei a tela se iluminando. Tinha acabado de acordar após dormir a tarde inteira, ignorando o mundo para recarregar as minhas energias depois daquelas horas fora de casa. Sair de casa me desgastava demais, me deixava tão exausta mentalmente e fisicamente. Eu tinha me tornado um verdadeiro bicho do mato, não saía e quando saía sentia que iria morrer e queria voltar desesperadamente. Precisava trabalhar nisso ou as coisas iriam piorar mais ainda.

As meninas tinham ido para os seus quartos cerca de cinco minutos atrás, depois que me acordaram e me mandaram ir para o meu quarto, ou eu acordaria dolorida por umas dez reencarnações.

Enquanto o meu celular carregava as absurdas mensagens e ligações do Shane e Hugo, eu fui no banheiro, tomei um longo banho de propósito, troquei aquela roupa de sair por uma blusinha vermelha curta e fina junto de uma calça de moletom preta.

Assim que me joguei de volta para o meu canto precioso no sofá, o meu celular se iluminou. Respirei bem fundo antes de aceitar a ligação do tatuador, tentando me manter nos eixos. Ser impaciente e furiosa não me ajudaria em nada.

— Não desliga, por favor — Shane implorou assim que aceitei.

— Não vou desligar. — o escutei suspirar aliviado.

— Por que não esperou? Eu não sabia que horas viria, não podia te esperar plantado feito uma árvore...

— Eu sei. Só que eu odeio esperar, por isso achei melhor ir embora.

Shane ficou quieto e eu não fiz questão de falar mais nada. Pensei em desligar, até que ele tornou a se pronunciar na ligação.

— Eu estou sozinho agora, vem aqui.

— Nem fodendo, você por acaso viu que horas são?

— Onze horas, e daí? Eu faço de graça, e pago o dinheiro da sua corrida. 

— Acho bom estar sozinho quando eu chegar aí — Foi tudo que avisei antes de encerrar a ligação.

Tomo coragem para me levantar do sofá após uma respirada ainda mais profunda, peço um carro no aplicativo e guardo as chaves do apartamento no bolso da minha calça, calçando um par de chinelos que eu não pude afirmar se eram meus ou de uma das meninas com a escuridão que o corredor da entrada estava.

Dentro do carro eu tentei me convencer que estava bem e de que tudo ocorreria normalmente, mas por alguma razão eu estava nervosa, não sabia o motivo, mas estava. Tentei focar na minha respiração repitindo aquele mesmo exercício de inspirar contando até quatro, prender o ar contando até cinco e soltando o ar aos poucos, quando o táxi parou perdi o ar todo de novo e o nervossismo voltou. Sabia que socializar um dia acabaria comigo, e esses são os sinais.

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