O encontro entre eles foi agitado, movido por muitos sentimentos, e pouca paciência.
Tudo o que Penélope queria era fazer uma tatuagem, a possível dor ou o fato do lugar escolhido deixar o seu rosto em brasas não eram um problema. O seu maior probl...
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Deslizei o dedo na tela do celular e meu única pensamento foi: Eu estou fazendo uma burrada. Uma grande burrada. Uma burrada colossal. Mas essa burrada era tão linda. E essa burra era olhar desenho de tatuagens. Era cogitar por mais de 50% sobre retornar no estúdio.
— Estamos indo no estúdio, quer ir?
Wanda apareceu, já calçando o tênis. Atrás dela estava Nora, abotoando a camisa amarrotada, e que iria voltar ainda mais amarrotada do que tinha ido. Eu estava surpresa, a relação das duas com os tatuadores estava durando muito mais do que um dia, temia pela sanidade das minhas amigas.
— Eles fizeram uma macumba? — Perguntei, olhando para mais fotos de tatuagens em busca de inspiração.
— Também estava me perguntando o mesmo, estamos saindo com eles tem praticamente umas duas semanas, não é?
As duas olharam uma para a outra e arregalaram os olhos assim que se deram conta, colocaram a mão em seus peitos e empalideceram como quem viu um fantasma.
— Será que estamos se apaixonado? — elas perguntaram uma para a outra, e eu peguei meu cigarro do cinzeiro adorando ver o pânico delas.
— Acho que sim — Eu aticei, dando uma longa tragada, tornando a encarar um novo desenho e a mexer o meu pé com movimentos circulares no ar.
— Não! Isso é muito perigoso para minha carreira solo com participações especiais!!!! — Wanda quase berrou, abanando-se com as próprias mãos ao simular uma falta de ar.
— Também acho, e por favor, se protejam, pois eu não quero sobrinhos no apartamento. Ou as probabilidades de eu parar na cadeia crescerão perigosamente mais — pedi e aconselhei, soprando a fumaça do cigarro e olhando o cinza se dissipar na direção da janela perto do sofá.
— Credo! Estamos nos cuidando, não se preocupe. Falando nisso, você poderia fazer o mesmo! — Nora sugeriu maliciosa.
Revirei os meus olhos e mostrei o dedo do meio para ela sem nem ao menos me preocupar em tirar minha atenção da tela do meu celular.
— Para se proteger você precisa praticar o ato, e eu não transo — respondi antes de dar outra traga.
— Por enquanto, eu aposto — Ela cantalorou, abrindo a porta.
— Ah é? Desde quando virou vidente? Pode me dizer o número da mega-sena? — fiz um bico, jogando a cabeça para trás e as olhando em um piscar cínico dos olhos.
— Com base na tela do seu celular essa minha previsão está mais perto de se concretizar do que você mesma gostaria...
Nora descrruzou os braços e me mandou um beijo no ar, deixando o apartamento triufante. Wanda riu da minha cara feia e acenou repetindo o gesto do beijo.