Capítulo 4 Parte 2

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Martín L Arango

Eu estou ansioso, nervoso, inquieto e todos os sinônimos existentes na língua portuguesa e espanhola.

Encontrar a Lana depois de tantos anos me causou isso, aquela mulher me tem nas mãos, só espero que saiba aproveitar.

Estou no meu quarto apenas de sunga box, tentando escolher entre as mesmíssima calças de algodão que tenho, mas no momento preferia outras opções, vesti a melhor na cor branca, uma camisa de botões com estampa de coqueiro e chinelo marrom.

Vou agradecer a Ceci por isso, colorir minha vida em todos os segmentos.

No móvel peguei minha carteira e as chaves da moto, e saí do meu cômodo, encontrando minha niña sentada e ansiosa na sala e juntos fomos nos encontrar com a família Vásquez.

E Allana está com certeza para o jogo, o look sensual e provocativo escolhido. Meus olhos queriam enxergar a beleza ao mesmo tempo que desviavam por todos os cantos. A mente com mil pensamentos e nenhum simultaneamente.

E ela sabia, o sorrisinho cínico foi a prova.

A primeira mudança foi Ally me acompanhar e Luna a ela. O garoto está vidrado na motocicleta.

Nós chegamos ao restaurante, e usando de todo o charme que há em mim, ofereci a mão a ela que aceitou de bom grado.

No interior do estabelecimento, dei a privacidade para três espiãs demais, o apelido daquele trio na juventude, não deixando de servir os pratos de Caio e os meus drinks.

A minha executiva e eu trocamos olhares, sorrisos, acenos de cabeças e erguidas de taças. As mulheres escolheram o pior dia para flertar com o dono, se bem que sempre é o pior dia.

Cecília não sei eu amo ou odeio. A ilustre baterista armou para que fosse o partner de Allana numa dança sensual com uma música que dizia muito nas entrelinhas.

Com toda certeza, Allana e eu apreciamos o momento, tê-la em meus braços de novo. Posso dizer que aproveitei até demais. Ao fim da performance, saí desesperado para que ninguém percebesse, mas a minha irmã e Melissa perceberam.

Em mais uma rodada de bebidas, fiquei um pouco com o grupo escutando as histórias antigas e a situação embaraçosa que aconteceu, quando Peter chegou e trouxe Alma, que não sei que percebeu algo ou o ciúme crônico que tem.

- Olá, cariño!-cumprimenta e encostando teus lábios nos meus.

E a primeira fechada de olhos com uma respiração funda buscando calma acontece. Eu olhei a Lana com um misto de vergonha e um pedido de desculpas. A executiva sempre me leu como ninguém, sabia o significado de cada sorriso e olhar.

A atual companheira prossegue com os toques e palavras, só que provocar com um apelido de casal é um, porém provocar minha filha é totalmente diferente.

- Poxa, mi Mar! Nem avisa que teríamos festa?

Luna correu e me pareceu estar chorando. Allana, depois de engolir o restante da bebida, encarou Alma nos olhos com ameaça velada, indo na direção da pequeña. Ceci puta bateu as mãos na mesa, se segurando para não voar no pescoço. E eu dei espaço, com o braço estendido, a professora entendeu e foi à frente, passamos pela cozinha e paramos na garagem dos funcionários.

Eu a fitei nos olhos, ficamos em silêncio desconfortável, que fiz questão de romper.

- Qual é a sua, Alma? Primeiro, chegou cheio de toques e usando palavras desnecessárias e agora provocou minha filha com a forma carinhosa que ela e a mãe usam comigo...

Sentimentos CompartilhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora