Capítulo12 Parte 2

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Allana Vásquez

O tempo com os dois Arango passou voando. Martín nunca nos deixa entediados, sempre era uma atividade diferente e passeios.

Ele se transformou em um homem extraordinário, nossas personalidades continuam contrastantes. A pacificidade dele de resolver as questões, de lidar com as crianças e com qualquer situação.

O latino é minha calmaria.

A véspera de Natal, foi a primeira que meus filhos entraram no clima da data, entenderam a mensagem e aprenderam a tradição de ambos os países. Eles passaram o dia cozinhando, decorando com Martín e Caio.

Nós já estávamos todos arrumados para a ceia, na área de lazer. Eu e as meninas nos arrumamos juntas, e estou emocionada por ter sido escolhida como figura materna para Luna, vou aprimorar esta parte para ser a melhor mãe possível para os três.

Allisson encontrou no Arango, alguém em quem apoiar e imitar, pois até a vestimenta escolhida pelos dois foram iguais com bermudas cargo bege, camiseta lisa vermelha e sandálias masculinas.

Martín explicava o sentido do Natal no México, as crianças e os adultos interessados na cultura do país, sentados ao redor da mesa de centro na área de lazer, alguns no chão, outros no sofá.

A grande surpresa da noite, pelo menos para mim, foi a chegada da matriarca Amélia Lisboa. Meus olhos arregalaram-se, senti-me vigiada e encarei de modo intenso o latino, que pedia perdão com as orbes castanhas, aproximou-se da senhora, ao lado de Cecília.

— Boa noite, mamá! Que ótima surpresa!—Eles se abraçaram forte.

— Se o Chaves não vai a Acapulco, Acapulco vai até o Chaves!—Ela exclamou, soltando do filho e abraçando a outra, porém os olhos não desviavam de mim.

— Oi, mamãe!

A senhora se aproximou de Luna segurando-a forte nos braços.

— Abuelita!

Amélia cumprimentou todos os presentes, chegando a mim por último. O encontro foi um pouco desconfortável no início, mas o grupo do caos pegou os jogos para passar tempo.

Caio, Amélia e eu ficamos ao redor da grande mesa, observando os outros jogando Uno e tomando o vinho em taças servidas pelo chefe.

— Está é a vida que meu filho sempre quis contigo, Allana!—Ela exclamou de repente, e eu engoli a seco.— Não estou aqui para julgar o passado, nem para acabar com uma data tão linda. Só tenho um pedido.

A senhora me encarava de forma intensa, querendo enxergar alguma verdade. Minha reação foi apenas acenar para a mulher prosseguir.

— Aja com Martín do mesmo modo, que espera o Allisson ser tratado. E, por favor, pense na Luna, pelo que pude perceber, se conectou contigo.

Amélia não disse nada mais, ergueu a taça com o líquido arroxeado.

Meu olhar alcançou o grupo jogando, a magia do Natal acontecia à minha frente. Julie fingindo irritada, jogava-se em cima do latino, tentando tomar as cartas, o loirinho defendia-o e a pequena mexicana gargalhava, levando a cabeça para trás.

Nesta vida que quero ancorar, esta família que espero pertencer.

A taça em minha mão encontrou a dela no brinde.

O natal ocorreu ameno, sem intrigas.

A família dele tem uma tradição que homens presenteiam todas as mulheres e crianças, não foi estranho para eu receber presentes de Caio e Peter, traduzindo as personalidades mais culturais e radicais respectivamente, um livro de romance e uma camisa com estampa de banda.

O que me causou estranheza foi ganhar um presente tão genérico de Martín, um box dos discos do Rbd.

Nós nos dividimos nas casas, fui colocar as crianças na minha, junto com Melissa e o policial.

Pelo olhar percebi que o latino queria conversar comigo a sós e retornei para casa vizinha, o procurando.

— Cariño!Cariño!

Na varanda, senti as mãos na cintura empresando-me na parede, e lábios grossos tomando minha boca em um beijo intenso.

— Feliz Navidad!—exclamou transmitido a felicidade, puxou do bolso da calça, entregando-me uma caixinha de joias.

— Achei que iria receber aquele presente xoxo.—debochei com a sobrancelha arqueada.

—Lógico que não, mas ainda não posso te tratar da forma que quero.

— Qual seria?

— Como minha mulher.—sussurrou o galanteador.

Enquanto abria o objeto, era o planeta terra.

— O que isso, cariño?—perguntei com um semblante confuso.

— Só quero ser um dos seus continentes, mi amor!

— Ah, Martín, amo-te tanto!

— ¡Te quiero mucho!

Em muito tempo, buscava passar um Natal assim com minhas crianças, e foi o grande amor da minha vida a proporcionar uma data tão especial assim.

Se tinha dúvidas que esse homem é para mim, se foi, é Martín que está no nosso futuro. 

Sentimentos CompartilhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora