Martín L Arango
Dezembro é a época do ano em que mais trabalhávamos. Quando digo nós, sou eu e a minha irmã mais nova Cecília, que é sócia no bar e baterista da banda. Ela morava conosco na casa, mas aos trinta e seis anos, decidiu morar com Caio, o chef de cozinha no bar e pianista da banda.
A banda cover fazia razoável sucesso no estado do Rio de Janeiro, fazíamos alguns eventos e festa de aniversário. Nossa banda se chama: "Sol, Luna e Mar", homenagem a minha pequena família, e uma vez por semana tocamos no próprio Acapulco.
Os integrantes sou eu, o guitarrista e o vocalista masculino, Alma, Ceci, Caio e Luna e ainda tem o Peter, o baixista. O repertório eram grandes sucessos latinos.
Eu e Cecília somos os administradores e bartender. Minha filha ajudava a servir aos fins de semana. Falando nela, ficou de decidir se ia ou não ao México.
A nossa rotina é especial. Eu poderia estar em qualquer lugar, mas sairia para assistir o nascer do sol, como Luna gostava de dizer, nos conectar com a Sol. Quando é época letiva do ano, tomamos café da manhã juntos e eu a levo para escola, indo resolver as pendências do bar, mas como estamos ela estava de férias, depois do desjejum, dependia do dia: ensaiamos juntos, cuidar da casa. Só que hoje minha 'niña pequeña', estava afim de me provocar.
Após jogar água em mim, gargalhou e saiu correndo em direção a praia, Luna é uma menina solitária e de lua, vamos dizer assim. Tinha dia que ela estava triste pelo canto, com saudade da mãe, das avós; em outros estava feliz.
Eu não ligava de ser a cobaia nas brincadeiras, se resultasse nos sorrisos e gritos dela. Eu corri atrás depois de gritar: - "¡No te rías de mí, pequeña!"
Nós dois estávamos brincando de pique. Ela já estava na areia da praia, quando parou do nada, não deu tempo de frear, acabei trombando nela, que somente gargalhou.
O motivo da parada foi um casal de crianças, os olhos da menina me afetaram, pois me lembravam o dela. Ao lado tinha um menino loirinho sorridente de aparelhos.
- Olá, amigos! Férias?
Eles apenas acenaram com a cabeça.
- Sejam bem-vindos! Eu sou o Martín e essa é a minha filha Luna.-Eu nos apresento, apontando a minha menina.
O menino mais expansivo respondeu :- Eu sou o Alisson, mas pode me chamar de Ally. E está é a chata da minha irmã Julie!
A mais velha estapeou a cabeça do menino.
- Olá! Por que olha tanto para os meus olhos?
- Me lembram de uma amiga especial.-disse sorrindo. Luna puxou minha camisa e eu a encarei, me mostrando a bola de vôlei.-¿De dónde salió esa pelota? (De onde saiu essa bola?)
- ¡De nuestro patio trasero! ( Do nosso quintal!)-exclamou debochada.
- Vocês dois compreendem espanhol? Minha filha entende o português.-explico aos dois.
- Compreendemos! E também existe celular com internet, para nós ajudarmos.
Luna sorriu e antes que eu respondesse, a mesma fez o convite.
- ¿Jugamos voleibol? (Vamos jogar vôlei?)
Presenciar a minha menina se comunicar com as pessoas, é especial, pois só conversa com pessoas do nosso convívio. Ela é sensível a um ponto, que se retrai, não tem amigos da idade dela.
Nós nos separamos em dois grupos, iniciando a partida. As meninas começaram ganhando. Eu estava tão distraído no jogo. Que não percebi duas mulheres se aproximando. Uma delas chamou nossa atenção com um 'Psiu!'
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Sentimentos Compartilhados
DragosteA história de Allana Vásquez empresária do ramo de beleza, 40 anos, dois filhos, vivendo um relacionamento falido de 15 com João Carlos. E Martin Lisboa, músico e proprietário de um bar, 40, uma filha e solteiro. Viveram um amor intenso na juventu...