Capítulo 3

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Martín L Arango

Eu e minha irmã, depois de quase uma hora terminamos a pequena reunião. E me aproximei do garoto, que estava no palco, olhando os instrumentos musicais. Toquei seu ombro sorri e ele retribuiu.

- Aí, toca algum instrumento?

- Duvido, meu pai odeia música e tudo relacionado a ela. Só a minha irmã que faz aula de música e violão escondido é mais rebelde, sabe?

- Sei!

Eu apontei a banqueta da bateria, o menino sentou e eu fui para a perto da guitarra, me entristece saber disso, como pai jamais proibiria minha filha de nada, ainda mais tendo condições de investir.

- Sua mãe não fez nada?-perguntei interessado.

- Minha mãe não sabe! O casamento dos dois não existe, tio. Meu pai vive viajando e minha mãe é workaholic, culpa da minha avó, mas faz tudo por nós dois.

Não acredito que Haidê transformou a Lana. Ela sempre foi inclinada ao estudo e ao trabalho, mas nunca imaginei ser uma viciada.

Uma parte egoísta minha, gostou de saber que eles não são felizes.

- Como se sente, amigo?

- Eu queria que minha mãe se separasse e íamos com ela, mas não faz por achar que é o melhor para Ju e eu. Só que tirando nós dois, minha mãe não tem motivos para ser feliz...

Eu percebi as lágrimas escorrendo nas bochechas. Não comentei, só me calei. O menino precisava desse desabafo e estranhamente, fui eu o escolhido para o ouvinte.

- Hoje, conheci uma versão maravilhosa da minha mãe. Ela canta, tio, que legal!

- Sim! A música é bem legal mesmo.

- Ela é divertida, implicante e leve. Totalmente diferente da visão que nos passava.

O sorriso expansivo no rosto é de concordância. Essas são as características que me lembrava da minha garota. O nosso relacionamento foi assim leve e divertido, à base de implicâncias.

E se dependesse de mim. Allana Vásquez voltaria a ser o que era.

- E por que não já expressou isso a ela?

Ele franziu o cenho confuso.

- Como assim, tio?

- Mostre-a nesta viagem divertida e leve, que é essa versão, a melhor dela. Não sei na sua família, mas na minha temos um lema: "¡Verdad, siempre la verdad!"

- Será, tio?-perguntou em dúvida.

- Com toda a certeza! Na minha opinião, ela pode só está esperando esse estímulo para se libertar.

- Só não vai fazer efeito, já que estou sozinho. Se a Julie não ajudar.

- Já ouviu aquela expressão: ' Para mudar o mundo comece por si mesmo!' Faça a sua parte. Quem sabe você não influencia uma mudança da tua irmã.

O menino sorriu e se interessou na sugestão que dei a ele.

Alguém deve pensar que fiz isso com alguma intenção. Porém, não a única intenção que tenho é ver a mulher que amo feliz com os filhos.

Eu e Ally ganhamos a ilustre companhia da minha irmã. O garoto sorridente pediu uma palinha a nós dois, que fizemos uma aleatória instrumental com nossos instrumentos. Eu percebi ser cedo e como a minha pequena não me contatou, decidi ir com Alisson fazer outras questões de trabalho. Ele é especial, adorável e inteligente, me auxiliou várias vezes naquela manhã. Nós almoçamos juntos, e como já havia percebido é idêntica a personalidade com a mãe.

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