Capítulo 5

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Martín L Arango

No dia seguinte, acordei com a luz do sol no rosto, levantei fui na minha casa, fiz uma pequena higiene pessoal, na cozinha peguei o ingrediente coringa das minhas receitas, o abacate. Eu regressei para residência vizinha, assumindo o café da manhã do pequeno grupo.

Preparei o guacamole, tortilhas, Huevos Rancheros e atole para beber, o típico desjejum mexicano; e pão de forma, queijo, presunto, manteiga e o café preto.

Os primeiros a despertarem foram Allison, Luna e Julie e foi engraçado, os rostinhos amassados e olhos vermelhos de sono, com certeza vão dormir depois de comerem.

Observando, cheguei a conclusão que a duplinha Vásquez não é diurna, e bastante silenciosa pela manhã. A versão pré-adolescente da executiva, encarou a mesa posta, precisamente a tortilha e fez uma careta estranha.

- Quem come feijão e pimenta no desjejum?

- Nós mexicanos!- eu disse divertido e entendi a mão esquerda no ar e Luna bateu.

O silêncio confortável se instalou. Julie deu uma chance ao alimento supracitado e soltou um gemido de satisfação.

Minha família ainda mantinha o gosto pelos jornais impressos, líamos todos os dias. A banca próxima nos entregava os principais. Eu estava lendo até que Allana apareceu, a fragrância cítrica que exala do corpo, indicou a presença, larguei o papel, admirando a mulher da minha vida de um modo doméstico, banho tomado e os cabelos penteados para trás, sem nenhuma maquiagem.

Ela beijou as madeixas de cada criança, deu a volta no balcão, selou os lábios da minha bochecha.

- Buenas días, cariño!

A loira abusada apoderou-se do jornal. Eu arregalei os olhos, desviando o olhar entre as crianças e a descarada, que se entreolharam, com os semblantes confusos e como um domesticado cachorrinho, respondi a saudação e ofereci meus serviços.

- Café preto ou atole?

Ela ergueu os olhos do papel aberto, me encarando com a feição pensativa.

- Atole.

Servir a bebida, com algumas tortilhas no prato, colocando a sua frente, as vistas analíticas do nosso trio. Lana sussurra um "gracias", que foi o limite de Julie, largando o garfo sobre a mesa, pergunta:

- Quem é você e o que fez com a minha mãe?

A executiva fitou a filha, com um bico de insatisfação nos lábios, sempre fazia isso, quando estava sendo acuada de algum modo e antes dela responder, Ally com toda a maturidade.

- Isso é o resultado de quando estamos juntos de pessoas que extraem o melhor de nós.

A menina deu de ombros e voltou a comer. Um silêncio confortável se instalou. E observei a cena doméstica, um desjejum em família, mirei os três e desviei o olhar para a mulher a qual sou apaixonado. Como quem lesse meus pensamentos, Allana também atentou-se na perspectiva que se desenhava e sorriu para mim.

A minha missão na vida é fazer com que cenas assim se tornem rotineiras.

Melissa apareceu, ou o espírito dela, conheço esta mulher como as palmas das minhas mãos, e ela padecer de ressaca, enchi a xícara com café preto puro e entreguei a amiga da minha futura namorada.

- Obrigada, estou com uma ressaca do cão!

- Claro, pensou que a tequila é água!-exclamei provocativo.

- Não me lembro de ter um relacionamento contigo?

- Com toda certeza não, mulher minha não se embriaga assim.

Sentimentos CompartilhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora