Capítulo 6 Parte 2

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Allana Vásquez

O nosso domingo foi incomum, passamos um tempo juntos; bebendo, comendo, assistindo a séries, pesquisando sobre Natal mexicano e brincando. Meus filhos presenciaram a sempre tão sisuda e executiva brincar de guerra de bexigas d'água. O idiota que sou apaixonado, acompanhando das crianças encheram várias, colocaram em dois balde, tentando relaxar na espreguiçadeira da piscina da casa vizinha lendo um livro de romance, quando um balão de festa acertou em cheio minha face, ao olhar para o lado três pares de olhos assustados e um desafiador e gargalhadas foram escutadas ao perceberam que entrei na brincadeira. O final foi Martín mergulhando na piscina, jogando-me no percurso e as crianças atrás.

No começo manhã seguinte, apareci de surpresa com uma caneca de café na mão, quase ameaçando o artista nos acompanhar no passeio, ele apenas deu ombros e aceitou cuidar mais uma vez das minhas preciosidades, quase onze estavam os nove dentro da embarcação.

Martín separado com o amigo na lateral da lancha com equipamentos de pesca. Eu, Melissa, Ceci, Julie e Luna na proa da embarcação, sentadas nas poltronas e sofás disponíveis. Ally se dividia entre os dois amigos e conosco e Caio na preparação do almoço, que não deixou ninguém ajudá-lo. O chef de cozinha é um ótimo homem, percebi que ficou à vontade comigo e Mel.

Lembro-me bem, que o meu latino preferido, a irmã dele e a minha amiga são pessoas caóticas que vivem se implicando, e Peter é parecido com eles e o marido de Cecília e eu somos os mais calmos e nos tornamos os alvos fáceis para as ironias e deboches. E assim como não me importo, o chef também não.

Nós dois estamos construindo uma amizade legal. Ele se aproximou com bandejas de drinks.

- Por favor, Lana e Mel não me abandonem mais, agora que consegui equilibrar a quantidade de pessoas normais!-exclama, entregando-me o meu copo.

Eu encarei o artista com o outro homem da minha vida, distraídos, inclinados sobre as barras de ferro que protegia a embarcação e sorri sonhadora.

- Se depender de mim, nunca!

A dupla caótica estava na proa da lancha imitando a famosa cena de Titanic. Sério, que saudade senti disso tudo, dessa liberdade de ser quem é de verdade com este grupo, das risadas que escuta, das implicâncias mútuas, da proteção que um tem com outro.

As melhores memórias que tenho são com Martín, Melissa e Cecília e a impressão que Peter e Caio são boas pessoas, pois acolheram meus filhos sem distinção com Luna.

Meu olhar sempre é atraído para o meu artista, que sempre teve uma beleza comum, mas tinha um charme especial que chama a atenção. O corpo é magro, nunca se preocupou com essas neuras que academia, só é adepto de caminhadas por questões de saúde.

Ele é um homem atraente, não é só eu que penso assim, por ser apaixonada, muitas mulheres se arrebatam. E agora que alguns fios grisalhos apareceram.

Nós passamos a tarde juntos, meus filhos estão relaxados o suficiente para serem autênticos. A mais velha tocou violão por todo o dia, o meu loirinho não saiu de perto do policial e de Martín, animadíssimo para a pescaria com o grupo.

E eu bebi por todo o passeio, foi a minha coragem para uma ação que quis realizar por todo o dia, fiz o latino mergulhar comigo e debaixo da água cristalina o beijei e ele além de aceitar, me guiou para atrás das pedras e continuou comigo nos braços. Os lábios com o mesmo gosto de frutas, a pegada mais forte que um cacto, mas delicada que uma dália.

O artista sussurra palavras amorosas, suspiros, se afastava para me encarar nos olhos.

O que une Martín e eu é um sentimento forte que integra o desejo, a paixão e o amor, tão clichê que venceu o tempo, a distância e as circunstâncias da vida. Nós dois vamos nos readaptar e reencontrar o caminho do nosso final feliz.

Sentimentos CompartilhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora