14 - Estou orgulhoso de você (não reescrito)

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Não é moleza, não. Esquece o que eu falei.

Tudo já começou na merda quando o treinador me colocou no meio.

Eu vou explicar.

Eram quatro períodos/tempos de dez minutos cada um. Com intervalo de dois e quinze minutos entre eles. Eles colocam um jogador de cada time no centro da quadra, no início do primeiro tempo, para ver quem vai ficar com a posse de bola. O árbitro joga a bola para cima e o objetivo era dar um toque nela e jogá-la para o seu time.

E o treinador resolveu que eu ficaria no meio.

Deu merda, né? Claro que deu.

Eu já estava meio nervoso antes, tremelicando igual vara verde, então, quando apitaram e jogaram a bola para cima, eu acabei me travando todo de nervoso e nem consegui pular para tentar jogar a maldita bola para o meu time. Ou seja, posse do time adversário.

Suave.

Olhei rapidamente para Jungkook, na tentativa de me desculpar por aquilo, mas ele apenas sorriu e consegui ler em seus lábios: calma, dengo.

Respirei fundo e me juntei ao meu time tentando tomar a bola do adversário.

Eu não sabia se me preocupava com o jogo ou com o meu cu, porque sentia que poderia cagar nas calças a qualquer momento.

Naquela primeira jogada que o time adversário ficou com a posse de bola, eles conseguiram passar pela nossa marcação e fazer dois pontos.

— Aí... — Senti alguém tocar meu ombro e nem precisei olhar para saber que era Hoseok. — Eu sei que você está nervoso, mas... relaxa, cara. Não precisa ficar.

Não tinha como.

— É meu primeiro jogo. Dá um desconto, vai? — pedi e ele sorriu.

— Não estou te cobrando nada, Ji. Relaxa que você vai se sair bem. — Deu mais umas batidinhas em meu ombro e voltou a correr pela quadra.

O primeiro tempo foi um fiasco. Eu pegava na bola, mas sempre errava quando tentava jogar para a cesta ou, às vezes, até para outro garoto do meu time.

E eu não me surpreendi quando perdemos naquele tempo.

Os dois minutos de intervalo entre o primeiro e o segundo tempo eu escutei o treinador repassando jogadas e me dizendo para não me preocupar tanto com o placar, e até troquei algumas palavras com Jungkook quando cheguei perto da grade.

O segundo período começou e, obviamente, nós já começamos perdendo visto que o placar não zerava de um tempo para o outro. Mas conseguimos virar nos minutos finais – não por minha causa, vale ressaltar.

Eu era o líbero – ou ala pivô, era a mesma coisa – do time, mas, naquele momento, estava mais para ala armador do que qualquer outra coisa. O fato era que não precisávamos de dois alas armadores. Eu precisava urgentemente voltar a ser o líbero que era antes que desse mais merda do que já estava dando.

E quando isso aconteceu, já estávamos no quarto, e último, tempo.

Talvez eu tenha me acostumado com o nervosismo. Ou com os gritos. Ou com todas aquelas pessoas nos olhando. Eu não sei bem, mas eu voltei para o jogo. Tarde, mas voltei.

Então eu comecei a fazer cestas desenfreado. E a cada ponto marcado, eu era elogiado pelo meu treinador e pelos outros do time, e por Jungkook que não economizava a garganta para gritar seu próprio nome. E a cada comemoração em conjunto eu sentia a necessidade de fazer mais pontos.

O primeiro tempo o time deles saiu na frente. Tipo, muito na frente. No segundo nós conseguimos virar, mas no terceiro eles nos passaram de novo com uma diferença de mais de vinte pontos. E no último, do qual eu resolvi voltar a jogar, nós recuperamos, mas ficou empatado.

ELE • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora