18 - Você quer que eu te chame de amor (não reescrito)

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Eu queria ficar mais um pouquinho com eles, mas tínhamos que voltar para a casa alugada. Nós falamos mais ou menos onde ficava e meu pai nos deixou em frente, tendo que parar uma vez para perguntar exatamente onde ficava já que também não conhecíamos nada. Mas só foi embora depois de conversar seriamente com Jungkook.

— Não acredito que o papai está realmente fazendo isso — murmurei, observando os dois conversando um pouco mais afastados de nós.

Eu estava encostado no carro e minha mãe estava dentro dele, no banco do carona.

— Seu pai sempre quis fazer isso — ela comentou. — O sonho dele era colocar medo nos seus namoradinhos. Mas você não teve tantos e seu pai não dá medo em ninguém.

Soprei um riso e neguei com a cabeça, me apoiando na janela.

— Eu amo você, sabia? — me declarei, todo bobo.

Ela sorriu e beijou minha bochecha.

— Claro que sim. Eu também amo você. — Acariciou meu rosto. — Faz tempo que eu não te vejo assim.

— Feliz? — Ela assentiu. — É... Isso tem acontecido bastante desde que virei o Jeon. Claro que tive meus momentos, mas... Eu me sinto bem.

— E eu fico muito feliz. Eu gosto de te ver bem. — Sorri e apontei para a barriga dela.

— Eu quero uma irmãzinha.

— Eu também! Já tem homem demais na minha vida. — Ri.

— Vamos, paixão? — Desencostei da janela e vi Jungkook parado ali, perto de mim. E meu pai entrou no carro do lado do motorista.

— Sobre o que vocês falaram, hm? — Abaixei de novo e fitei meu pai já de cinto de segurança.

— Coisas de genro e sogro. — Espremi os olhos para ele. Até meu pai, velho. — Quando vocês chegarem amanhã podemos assistir um filme.

— Beleza. — Me inclinei mais para dentro do carro e beijei sua bochecha. E depois a da minha mãe. — Vão devagar, hein?

— E avisem quando chegar — o mais novo completou.

— Podem deixar — ela disse.

Jungkook também beijou os dois antes que eles pudessem, de fato, ir embora. Ele jogou um dos braços por cima do meu ombro e nós entramos logo depois.

— Ah, como eu senti saudade de ser alto — comentou e eu dei uma cotovelada fraca em sua costela.

Eu nem era tão mais baixo que ele. Cinco centímetros nem era tanta coisa assim.

— Ridículo. — Riu.

— Saca na malemolência do garoto. — Mexeu os quadris de forma engraçada. — Eu consigo tocar o chão com as palmas das mãos sem dobrar os joelhos. Você me deixou molinho, mel!

Gargalhei, o empurrando.

— Besta! De nada, tá? Foram meses de dor tentando chegar a esse nível. Eu sofri pra fazer um espacate com perfeição. — Porra, pior que doeu mesmo. — Mas, mudando de assunto... Você acha que ter acontecido tudo isso... teve um motivo?

— Tá' brincando? É claro que teve. Um monte. — Franzi o cenho. — Qual é... Sério que você não notou?

Dei de ombros.

Nós subimos para o quarto e ele começou a tirar o uniforme.

— Saca no que aconteceu nos últimos cinco meses. O que foi que mudou? — Muita coisa mudou. — A gente se odiava pra caralho. Só você, quero dizer. E aí precisamos trocar de corpo e um viver a vida do outro. Eu ganhei confiança. Eu conheci pessoas que me escutaram e que gostavam de mim pelo que eu era e não pelo tamanho do meu bíceps. Seus pais são pessoas incríveis, Jimin. Eu perdi a conta de quantas vezes acordei de madrugada por causa de pesadelos e fui parar na cama deles. Eu me senti amado.

ELE • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora