ELE • pjm + jjk

28 - Eu também te amo, Jungkook (não reescrito)

O calendário escolar acabou.

A formatura foi a última coisa que teve de interessante antes de liberarem os aprovados daquele ano. Jungkook e eu compramos nossos trajes e fomos como um par na cerimônia, mesmo que não fosse um baile temático. Meus pais também foram, mas nos separamos depois já que a festa pós-cerimônia era apenas para os formandos. Eles foram para casa e eu e meu namorado fomos para a comemoração.

Levando em consideração que nós quase não interagimos na escola, aquela era a primeira vez que aparecíamos como um casal.

Jungkook e eu não nos importamos em chegar de mãos dadas. Nem trocar carinhos, abraços e beijos na frente de todo o terceiro ano. E mesmo que a maioria dos olhares curiosos fossem direcionados para nós a noite toda, não estávamos ligando nem um pouco. Foi uma noite bastante divertida. Yoongi, por incrível que pareça, passou de ano sem ficar de recuperação. Assim como Hoseok. E os dois também estavam ali.

Ver nós quatro juntos me fazia muito bem. Eram meus amigos, afinal. E todos nós passamos por um puta perrengue até que estivesse, de fato, ali; dançando desleixadamente ao som de alguma música eletrônica.

Além, é claro, de nós quatro estarmos fodidamente felizes. E bêbados. Bêbados pra caralho.

As coisas estavam dando certo. Certo demais para o meu gosto. Ainda mais por tanto tempo sem acontecer alguma merda. Acho que eu fiquei tão acostumado com o fundo do poço que me sinto deslocado quando fico tempo demais na superfície. Sério mesmo. Não ficaria surpreso se, do nada, algo ruim acontecesse.

Espero que não aconteça, é claro.

Enfim... Dezembro chegou e meus pais tiraram as caixas de enfeites de natal do armário. E lá fomos nós enfeitarmos a casa.

Ser descrente não me impedia de ficar empolgado com aquela data, a diferença é que não tinha o mesmo significado para mim como tinha para os meus pais ou para o Jeon. Para mim era apenas mais um dos inúmeros momentos que nossa família passaria junta. Além de significar que vamos comer pra caralho até não aguentar mais e ver parentes chatos. Essa última parte nem deveria existir, sinceramente.

Nesse momento eu estava... Bom... eu estava babando na barriga da minha mãe. Já havia dado dois meses e pouquinho e, mesmo que não esteja tão grande, eu não conseguia não sorrir e olhar sempre que passava por ela pela casa.

— Você acha que... — Pendi a cabeça para o lado, desenhando círculos em sua barriga à mostra. Ela estava deitada no sofá e eu sentado no chão, mexendo na pequena elevação. — E se for gêmees?

— Você vai cuidar — murmurou e eu olhei para ela, que olhava para a televisão.

— Eu não. Você que fez. — Me olhou.

— Você disse que queria. — Arqueei uma das sobrancelhas.

— Mas não falamos nada sobre eu ter que cuidar. E eu não quis sozinho. — Voltei a olhar para a barriga dela. — Né, coisa?

— Ah, mas você vai cuidar também.

— Jungkook vai adorar fazer isso. — Soltei e fiz bico. — E se for três?

— Ah, pelo amor de Deus, Jimin. — Puxou a blusa para baixo, cobrindo a bolinha.

Eu ri e beijei ali, para beijar sua bochecha depois.

— Eu te amo, mãe. É claro que eu vou cuidar dessa coisinha, independente se vier multi clones das sombras. — Beijei sua testa antes de levantar. — Cadê o Jeon? — Dei a volta no estofado.

Eu sabia onde ele estava. Eu só... estava carente.

— Saiu com seu pai. Acho que foram na auto-escola. Jungkook pediu a ajuda dele para isso.