CAPITULO 03

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Se eles soubessem o que disseram iria direto para minha cabeçaO que eles diriam em vez disso?Se eu soubesse de tudo, faria de novo?Eu faria isso de novo? — Everything i Wanted

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Se eles soubessem o que disseram iria direto para minha cabeça
O que eles diriam em vez disso?
Se eu soubesse de tudo, faria de novo?
Eu faria isso de novo?
Everything i Wanted

Oslo,Noruega.
10 meses depois do acidente


Um nariz quebrado e dois dentes. Foi isso que consegui quebrar de Maggie com os socos que desferi contra seu lindo rosto. Peter andava de um lado para o outro na sala da diretoria, enquanto Isabella escutava, completamente perplexa, o que de fato tinha acontecido. Peter Lerman parou abruptamente e lançou-me um olhar nada amigável.

Eu sabia que teríamos uma conversa intensa e complexa quando chegássemos em casa, mas não estava nem aí para isso; o importante, naquele momento, era o que consegui fazer com a Spencer em poucos segundos. Pouco antes dos meus pais chegarem, ela veio acompanhada pelo diretor, gritando de dor, pedindo que ligassem para os seus pais. A garota foi imediatamente para o hospital, sem ao menos olhar para trás uma última vez.

Um sorriso sutil pintava meu rosto calmo. Uma mistura de adrenalina e coragem tinha tomado conta do meu corpo naquele momento. Não me reconhecia; aquilo não era eu, mas, de certa forma, tinha gostado do estrago bem feito. Alguns faxineiros haviam ido para o ginásio limpar o chão da quadra, que estava salpicado de sangue das narinas de Maggie.

Esperava que o bullying acabasse depois dessa lição dolorosa, mas sabia que, no fundo, só iria piorar. As pessoas são cruéis, o mundo é cruel, e não podemos fazer nada para que isso acabe.

— Haven? — A voz doce de Isabella preencheu o ambiente e logo fixei meu olhar em seu rosto, que estava com um semblante parcialmente brumoso. — Vá para o carro, certo? Iremos resolver isso.

Apenas acenei e saí da sala da diretoria a passos tranquilos. O silêncio nos corredores era até constrangedor. Havia pessoas por lá, mas nenhuma ousava falar algo ou fazer alguma piada. Talvez estavam com medo do que aconteceu na quadra.

Ou talvez decidiram que eu não era um pedaço de carne importante e deixaram passar.

Caminhei até a Mercedes-Benz e acomodei-me no assento de couro macio. Ainda estava com as roupas do vôlei; uma mancha de sangue quase seco era notória em minha camisa branca limpa e mais alguns salpicos no rosto. Meu cabelo estava preso em uma trança única, o que impossibilitava alguém de puxar meu cabelo naquele momento.

Peter e Isabella chegaram ao carro poucos minutos depois e seguimos pela estrada em um silêncio ensurdecedor. Era como se eu tivesse cometido um assassinato a sangue frio e eles estivessem me julgando, não com palavras, mas com suas mentes cheias de pensamentos negativos.

Era fácil saber o que se passava na mente dos adultos e jovens de hoje em dia. Dinheiro, sexo, dinheiro, sexo, talvez um futuro, sexo de novo. Sempre previsíveis.

𝑫𝑬𝑴𝑶𝑵'𝑺 𝑪𝑼𝑹𝑺𝑬Onde histórias criam vida. Descubra agora