Minha história? Bom, sou uma garota que perdi os meus queridos pais muito nova. Foi um acontecimento terrível e infelizmente comum nos dias de hoje que os levou de mim, e essa perda ainda me machuca profundamente. No entanto, decidi que não devo permitir que isso me impeça de sorrir e seguir em frente, deixando o passado para trás! Tudo que tenho para me lembrar deles é uma única foto, uma imagem preciosa que guardo como um tesouro. No entanto, sempre sinto a presença deles ao olhar para essa foto.
Quando meu pai e minha mãe partiram, tive a sorte de ter uma pessoa especial em minha vida: minha tia Eshiley, irmã da minha mãe. Ela se tornou minha guardiã, cuidando de mim com todo amor e carinho até eu completar meus 17 anos. Sou profundamente grata por tudo o que ela fez por mim. É nas lembranças dela e de Mia, minha melhor amiga, que encontro as lembranças mais felizes da minha infância.
Posso afirmar com toda certeza que tive a melhor infância possível. Um fato que considero essencial para a minha felicidade foi o fato de que não fui permitida a ter aparelhos tecnológicos em minha vida. Isso me proporcionou a oportunidade de brincar como uma boa criança, aproveitando o tempo de forma plena e genuína. Lembro do tempo em que chorava constantemente pela falta de meu pai e minha mãe, mas com o passar dos anos, minha tia explicou a situação de forma clara e eu finalmente entendi a dolorosa realidade.
Durante essa fase, acabei me tornando uma criança um tanto quieta, recordo-me de ter ficado meses sem pronunciar uma única palavra. No entanto, tudo mudou quando conheci uma criança teimosa chamada Mia. Foi através dela que tive a oportunidade de trazer a minha voz de volta, pois íamos juntas para uma mansão enorme, onde brincávamos e fortalecíamos nossa amizade.
Sei que posso parecer uma garota confusa, até mesmo um pouco burra, mas quando Mia entrou na minha vida, ela simplesmente virou o meu mundo completamente de cabeça para baixo, e sou infinitamente grata por isso. Ela se tornou minha melhor amiga, minha confidente e meu suporte em todos os momentos.
Aos meus 17 anos, recebi a herança dos meus pais e pude adquirir a casa em que moro atualmente. Confesso que o dinheiro não é algo que me preocupa muito, mas penso que no futuro talvez seja necessário trabalhar, mesmo que não seja uma obrigação financeira.
Bom, meu pai, minha mãe e minha tia Eshiley já não estão mais presentes neste mundo, mas a gratidão que sinto por eles jamais será apagada. Sou grata por tudo o que tenho e por cada experiência que passei, pois compreendi que, sem elas, eu não seria a pessoa que sou hoje. É importante lembrarmos que coisas ruins acontecem em nossas vidas, mas acredito que cada uma delas tem um propósito maior.
Hoje, já completei meus 18 anos e logo farei 19. Minha esperança é que eu possa viver e desfrutar das inúmeras coisas boas que o mundo e Deus possam me oferecer.
ㅡ Stella Coller.
(...)
Minha triste vida? é uma mistura de infelicidade e momentos de alegria efêmera. Sou um garoto marcado pelas surras do meu pai, uma presença constante e avassaladora em minha história. Presenciar a violência doméstica contra minha mãe, impotente diante da brutalidade de seus atos, deixou cicatrizes profundas em minha alma. Por fora, éramos uma família aparentemente feliz e bem sucedida, mas por dentro, éramos consumidos pela dor e pelo medo.
Meu pai tinha expectativas altas para mim, mas independentemente do que eu fizesse, nunca parecia ser o bastante para ele. Ele queria que eu seguisse o legado familiar, mas tudo o que tentava fazer parecia dar errado aos seus olhos. A pressão era constante, o medo do fracasso me consumia.
Quando completei 11 anos, tudo mudou drasticamente. A morte de minha mãe trouxe um vazio insuportável para dentro de casa, e pouco tempo depois, meu pai também se foi, vítima de seus próprios demônios. Ele não amava minha mãe, era evidente em suas ações. Por que se foi daquela forma? O remorso o consumiu, ou foi apenas um ato de desespero?
Não guardo ódio por ele, mas também não sinto falta de sua presença. Desejar a morte de alguém que fez parte de minha vida é um sentimento aterrorizante, que corrói a mente e dilacera a alma. Sou o resultado das surras, das palavras duras, das lembranças dolorosas que parecem se agarrar a mim como garras afiadas.
Agora, aos 19 anos, tento encontrar meu próprio caminho rumo à felicidade. Fui criado por Lis, minha babá, uma presença reconfortante em meio ao caos. Mas sua partida deixou um vazio ainda maior em meu coração. Agora, só me resta seguir em frente, tentando cicatrizar as feridas do passado e construir um futuro melhor para mim mesmo.
ㅡ Christopher Collins
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Eu fecho o livro que estou lendo, e ao olhar para a porta vejo Stella me observando atentamente. Seu olhar curioso revela uma mistura de surpresa e interesse.
-Sobre o que está lendo? -Ela pergunta, aproximando-se de mim com um sorriso nos lábios. -Christopher, eu te procurei pela casa toda!
-É uma história fascinante, na qual os personagens têm os mesmos nomes que nós dois. -Respondo, desviando o olhar do livro para encarar Stella, que franze a testa em um gesto de curiosidade.
-E teve final feliz? -Ela pergunta com um brilho nos olhos, demonstrando um pouco mais de interesse.
-Ainda não chegou ao fim, mas acredito que sim. -Digo, levantando-me e contemplando-a. Em um gesto carinhoso, beijo o topo de sua testa. -Vamos?
-Claro. -Responde Stella, enquanto eu passo meu braço sobre seu ombro para sairmos juntos da biblioteca.
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AMOR ALÉM DO TOQUE.
RomanceStella Coller e Christopher Collins são dois indivíduos marcados por traumas que moldaram suas personalidades atuais. Em um encontro casual, vêem-se envolvidos em uma jornada emocional. Enquanto um deles se vê apaixonado, ambos são desafiados a expl...