INDESCRITÍVEL.

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Christopher Collins.

ㅡ Um dia estou chorando igual malévola, quando
minhas asas foram arrancadas.
No outro estou tentando rir igual a Fera, por
amar a Bella.

ㅡ Alguém do além.


-Desculpa dizer assim, mas estou morrendo de curiosidade para saber o que tem por trás desse seu jeito misterioso e intrigante. -Stella diz, fitando-me com um olhar inquisitivo.

-É a primeira vez que alguém me diz isso. -Respondo, desviando o olhar para meus pés, incapaz de encarar sua intensidade.

-Por que não me dá uma chance e vamos para uma casa de campo, ou algum lugar afastado, longe de tudo e de todos? -Ela sugere, com um brilho nos olhos que revela sua impaciência para desvendar meus segredos.

-Está querendo me matar e depois esconder o meu corpo? -Pergunto, tentando esconder um sorriso que denuncia o quanto estou intrigado com suas propostas arriscadas.

-Christopher! -Stella repreende com firmeza, seus olhos fixos nos meus, transmitindo determinação. -Por favor, vamos! Eu quero cuidar de você! -Minha resistência enfraquece ao sentir sua genuína preocupação, mas minha teimosia ainda prevalece.

-Não sou uma criança! -Retruco, deixando escapar um suspiro de frustração.

-Não disse isso. -Ela responde com suavidade, tentando suavizar a tensão entre nós. -Só disse que irei e vou. Agora anda, arruma suas coisas e vamos! Eu sei que você tem uma casa no interior.

Decido resistir, recusando a ideia de me expor e me abrir. Porém, ao me virar para subir as escadas, sinto uma súbita pancada na cabeça, deixando-me atordoado por um momento.

-Não? -Stella se aproximou, sua expressão agora mesclando determinação e preocupação. -Olha, eu sei que estou na sua casa! Respirando o mesmo ar que você, e lhe obrigando a algo absurdo demais! Porém não vou deixar que você me trate assim. Você não vai se fechar e mofar no quarto! Vai ser feliz! -A mistura de emoções transparece em seus olhos, refletindo sua determinação em me tirar desse estado de reclusão e melancolia.

-Isso machucou... -Murmuro, meu olhar fixo nos cacos do jarro espalhados pelo chão. Stella solta um suspiro, seus olhos revelando uma mistura de arrependimento e preocupação.

-Não era a intenção... -Ela parece genuinamente chateada com o incidente. -Vamos agora, né?

A expressão de surpresa e admiração toma conta de mim ao ver um lado mais vulnerável e humano de Stella. Como ela consegue alternar entre ser tão determinada e tão sensível em questão de segundos?

-Não. -Respondo simplesmente, virando-me para subir as escadas. Um silêncio tenso preenche o ambiente, mas logo percebo passos rápidos atrás de mim. Stella sobe as escadas correndo e pára na minha frente, determinada a não desistir de me tirar desse estado de reclusão.

-O que significa isso? -Pergunto, franzindo a testa, tentando entender suas intenções. Stella sorri, seus olhos brilhando com determinação.

-Vou arrumar as suas coisas. -Ela parecia determinada a me tirar da minha reclusão, mesmo que eu relutasse.

Surpreendentemente, um sorriso escapa pelos meus lábios diante de sua atitude inesperada. Como ela conseguia manter a positividade mesmo em situações difíceis?

-Christopher. -Ela chama meu nome com suavidade. -Eu não vou tocar em suas cuecas. Anda logo.

A ideia de uma mulher mandar em mim era intrigante, especialmente naquele momento em que me sentia tão perdido com meus problemas.

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