Christopher Collins.
ㅡ Traumas, lembranças. Coisas que não se esquecem nunca, mais podemos
superar-lás.ㅡ Alguém do além.
Sempre tive problemas com meu pai. Ele era alguém não muito agradável, não o odiava. Mas, não o querer por perto não era algo que eu pensava até chegar á uma conclusão de que sentir isso era nada agradável. Desejar a morte de alguém cuja faz ou fez parte de sua vida, é uma coisa horrenda.. Mói por dentro, e destrói a mente lentamente. Vários gatilhos, e muita informação para uma pessoa só.Meu pai era um homem sério, quase não ria ou demonstrava sentimentos. Parecia um morto só que vivo. Ele era exigente, comigo, com minha mãe, com os meus jogos e partidas, com o que eu fazia, ele.. era descontrolado. Batia as vezes em minha mãe, e frequentemente em mim. Só que nem por isso ela o odiou, sempre o amou. O olhar dela por ele nunca mudava, independente... de tudo o que ocorreu. Não a entendia, nem o porque de fazer aquilo. Ela era tão forte, mas, eu a via como uma flor tão frágil. Quando eu a via chorando, meu coração se despedaçava em inúmeros pedaços. Como pessoas boas sofrem? Por quê? Qual o motivo? É o karma? Não, não! Minha mãe nunca fez nada, para merecer aquilo?, aquele tratamento? Minha infância não foi uma das melhores, e algumas coisas ainda refletem em mim hoje em dia.
A paz, o conforto, algo ou um abraço para chamar de lar, se foi com a morte de minha mãe. Lembro me que meu pai dias depois veio a falecer. Através de remédios meu pai se foi. Ele não a amava, por que fez aquilo? Qual a graça e a explicação, para alguém morrer por quem não ama, e nunca amou? Era remorso? Não sei. Minha mãe, foi uma parada cardíaca que não foi reversível. Ambos não foram.
Acordo, assustado. Quando abri os olhos naquela manhã, o frio percorreu minha espinha. Minha respiração pesada. A sensação de angústia tomou conta de mim, enquanto lembranças do passado invadiam minha mente. Como pragas, demônios, vozes, tudo instantâneamente. Meu pai, com seu olhar frio e suas mãos cruéis, batendo em mim sem piedade. E, passa um filme na minha cabeça do meu sonho, na minha infância.
''Você é um fracasso para a família Collins, Christopher!!''
Meu pai me diz e me bate. Com aqueles olhos negros e ameaçadores.
Como? Como não consegue marcar um ponto sequer em uma partida de vôlei? Imprestável!
Só trás desgosto para a nossa família! Nunca faz nada que presta, e não serve nem para dar orgulho ao próprio pai!! A nossa família carrega o título de melhores, de geração em geração, mais e você?, você joga essa reputação no lixo, sem mais nem menos!
Ele me bate até perder as forças. Mas, o seu sorriso estampado no rosto, continuou. Como aquilo era angustiante! Durante toda a tortura, nem lembro de ter visto um olhar de piedade ou dó.
Isso é pra você aprender, e da próxima vez que entrar naquela quadra, ganhe os dois sets, mancando.''
Droga! Até quando essas malditas lembranças de quando eu tinha 11 anos irão voltar ou vir a tona? Eu não aguento mais! Esse peso.. Essa culpa.. Por algo que não consigo esquecer.
O meu pai está morto! E, eu não jogo mais vôlei, porque essas malditas lembranças? Ah!
Me levanto da cama, com o coração acelerado, tentando afastar aqueles pensamentos tristes. Vou em direção ao banheiro, lavo o meu rosto, escovo os dentes e tomo um banho. Saio, e me sento na cama. Sacudo a cabeça, como uma forma de mudar ou voltar para a realidade.
Aquela garota de ontem.. Que estranha ela, não deu encima de mim, como as outras, e nem puxou um assunto sequer!
Falo alto, secando meu cabelo com a toalha. Estou intrigado, em conhencê-la, melhor.
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AMOR ALÉM DO TOQUE.
RomanceStella Coller e Christopher Collins são dois indivíduos marcados por traumas que moldaram suas personalidades atuais. Em um encontro casual, vêem-se envolvidos em uma jornada emocional. Enquanto um deles se vê apaixonado, ambos são desafiados a expl...