AMOR ALÉM DO TOQUE.

UM DIA COMO OUTRO QUALQUER.

Stella Coller.

ㅡ Talvez um dia comum para você hoje,
pode se tornar um dia especial para o seu eu, do futuro.

ㅡ Uma garota qualquer.

Era véspera do aniversário da Mia, uma amiga minha de infância. Mia é tão legal. Não tem nenhum neurônio sequer, mas, amo o jeitinho louco dela. Sempre me faz feliz, e me tira as melhores risadas. Gosta de burlar regras, e eu sempre ajudo ela nas burradas. Eu sou obrigada na verdade. Mas, a amo infinitamente, ela é muito especial para mim. Lembro-me da gente no colégial, era minha única amiga, e a única que ficava comigo no intervalo, pode parecer ruim, mas, ficar ao lado dela é algo mágico para mim. Sempre será.

Lembranças que tenho dela, nunca irão pelo ares, ou pelo soprar do vento, podemos ter brigas, mas, nunca sem solução. Ela é meio sem juízo, mas, seus conselhos são tão sábios! Passaria a tarde inteira a ouvindo me aconselhar, é até engraçado pensar que sai algo bom da boca dela, as vezes. Considero como parte da minha família. Uma das minhas preferidas, eu diria. Ela é muito especial para mim. Muito. E eu sabia, no fundo do meu coração, que nossa amizade seria eterna, assim como as lembranças dos bons momentos que compartilhamos juntas ao longo dos anos.

Me lembro como se fosse ontem, eu pequena ao lado de Mia. Céus, como eu queria que meus pais ainda estivessem vivos, eu e ela mudamos tanto! Tivemos inúmeras conquistas, uma melhor que a outra. Minha mãe iria amar a nova versão da Mia. Depois da adolescência, ela mudou drasticamente em algumas coisas. Mas, o resto ela é a mesma. A garota que era assanhada, virou uma mulher, em partes, mas, virou.

Em uma plena segunda, um pouco chuvosa e nublada, acordo. Ao ouvir o despertador tocando em cima da cômoda. Me levanto e vou até a cômoda, desligo, e alongo o meu corpo. Isso me faz lembrar da época de escola, dava vontade de morrer quando soava esse som, mas, eu amava estudar e acordar cedo. Enfim, eu tinha que fazer compras hoje. Então, dirijo-me até o banheiro.

Faço minhas necessidades. Tomo um banho, e me deparo olhando para o espelho, me deparei com meu reflexo! Me comparo, até que certa frase sai de meus pensamentos para meus lábios, ''que coisa horrorosa'' ata, sou eu. Não é novidade, não é mesmo? Não é algo bom, ou ruim, se comparar com os padrões de hoje, é horrível. Se olhar no espelho é como um verdadeiro desafio diário, que eu enfrento. Ah, como eu queria me achar 'linda' ou quem saiba, talvez 'perfeita'.

Escovo os dentes, vou até meu closet, escolho uma roupa qualquer de sair, me visto, pego minha bolsa.

Minha rotina sempre será a mesma. Uma garota qualquer dentre bilhares. Sem pais, sem parentes próximos que nem sequer querem saber de sua existência. Mora sozinha, nunca há nada para fazer, sempre tem que inventar alguma coisa ou tarefa. Uma baita de uma encalhada. No mundinho particular dela, onde tudo tem que ser fofo ou adorável, onde a felicidade e o amor são fundamentais. Onde tudo em sua vida se baseia em universos paralelos, séries, personagens fictícios, filmes, animes, desenhos a parte, dois no caso, "Bob Esponja &' Pica-Pau", livros.., livros. É, resumindo, eu. Minha trágica vida. O importante é ser feliz.

Eu estava saindo. Decidi passar uma parte do meu dia no shopping em busca do presente ideal. Por um momento, perdi meu celular no quarto.

Pera.. cadê o meu celular? Ah merda, sou tão burra que perco o próprio celular, no meu quarto.

Procuro em cima da cômoda, no closet, no chão, no banheiro, em minha bolsa, mas, havia um lugar, a minha cama. Mais que.. Vou até minha cama, puxo o lençol, e sacudo, até ver meu celular voar pelos ares. Eu devo ou acho que desaprendi na hora, até como respirar. O encontrei rapidamente sob os lençóis da cama.